Entre sem bater - Anne Frank - Bons Conselhos

Entre sem bater – Anne Frank – Bons Conselhos

Entre sem Bater

Este é um texto da série “Entre sem bater” ( Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. No diário de Anne Frank, muitos “Bons Conselhos” podem estar perdidos diante da pouca atenção à leitura.

Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente.

As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.

Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.

Anne Frank

A história biográfica de muitos personagens tem muito mistério e controvérsias. Os relatos de Anne Frank a tornaram famosa somente com a publicação de seu diário após sua morte. Desse modo, mistura-se realidade e ficção com fatos e versões. É provável que Anne Frank seja a escritora de uma única obra que não imaginou a repercussão de seu trabalho, suas ideias e bons conselhos.

Annelies Marie Frank ( 12 de junho de 1929 –  c. fevereiro ou março de 1945) foi uma menina alemã, nascida judia. Manteve um diário no qual documentava a vida escondida sob a perseguição nazista. Ela é uma célebre escritora que descreveu a vida cotidiana do esconderijo de sua família em um sótão de Amsterdã. Considera-se uma das vítimas judias mais comentadas do Holocausto. Entretanto, ganhou fama postumamente com a publicação de 1947 do “The Diary of a Young Girl “(originalmente Het Achterhuis em holandês. Literalmente ‘a casa dos fundos‘ em holandês e The Secret Annex em inglês. Na obra ela documenta sua vida escondida entre 1942 e 1944, durante a ocupação alemã da Holanda na Segunda Guerra Mundial. É um dos livros mais conhecidos do mundo e serviu de base para várias peças de teatro e filmes.

Fonte: Wikipedia (Inglês)

Bons Conselhos

Em primeiro lugar, é necessário dizer que o autor do ditado popular “se conselho fosse bom, ninguém dava…” não é uma pessoa de bem. Certamente, a origem deste ditado popular é um mistério. Contudo, as pessoas que se utilizam desta “muleta” sabem bem como fazê-lo, normalmente com segundas intenções.

É provável que a criação deste ditado tenha origem em algum profissional especialista de dar conselhos. Atualmente, estes profissionais se dizem coaches, top voices, influencers e assemelhados. Anne Frank, sem dúvida, não devia conhecer estes ditados que tem associação aos conselhos, bons ou maus.

  • Se conselho fosse bom, ninguém dava, vendia.
  • Faça o que eu digo, não faça o que eu falo.
  • Quem avisa amigo é.”

Os três ditados populares com transcrição acima devem ser bem típicos do Brasil. Desse modo, é difícil encontrar uma tradução ou similitude em outro idioma. Sem dúvida, mais uma “jabuticaba” típica de uma nação que não respeita sua cultura e as características de seu povo.

Conselho de pai

No caso do “faça o que eu digo…” existe a possibilidade de que exista a hipótese de surgir um bom conselho. Contudo, em outro trecho da obra de Anne Frank existe uma controvérsia ao ditado popular.

A menina, talvez reproduzindo algo que ouviu, escreveu “… Todos sabemos que um bom exemplo é mais eficaz do que um conselho…“.

Assim sendo, se unirmos as ideias sobre bons conselhos, constataremos que todos são bons, especialmente os gratuitos.

Surpreendentemente, a parte mais importante da ideia de Anne Frank, na frase-chave, não fala parte da percepção da maioria das pessoas. Além dos pais, outras pessoas podem verbalizar bons conselhos, mas o receptor pode não querer nenhum conselho. E, de fato, a questão do caráter(1) de uma pessoa independente da formação, cultura, ou educação que recebeu.

Caráter

Do mesmo modo que discordar, em tempos de redes sociais, transformou-se em insulto(2) instantâneo, dar conselhos está na mesma linha. Para as pessoas ansiosas por manifestar sua opinião, nada interessa mais do que falar e não ouvir. E não importa se são bons ou maus conselhos, ou somente uma opinião, as pessoas forjam seu caráter sem ouvir.

Desta forma, as redes sociais proporcionam um festival de ignorância só pelo comportamento de não ouvir absolutamente nada.

Se por um lado, pais não dariam conselhos duvidosos, mas que estes conselhos deveriam se alinhar com exemplos, o outro lado da moeda é controverso. Por exemplo, se um pai dá um bom conselho, mas o filho o vê praticando algo diferente, surge a dúvida, desde o berço do caráter.

Entretanto, se um pai dá um conselho, e mostra coerência e consistência com suas ações, é possível ao filho decidir como quer ser.

Inquestionavelmente, todo ser humano, seja pai ou não, ao dar um conselho e praticá-lo, não deve ter más intenções. Por outro lado, se o caráter deste pai teve deformação pelos exemplos que recebeu de seus pais, podemos ter outros ditados na prática.

Assim sendo, coisas como “tal pai, tal filho” têm seu uso intenso na atualidade, e não é pela boa formação do caráter dos filhos. Está, inquestionavelmente, nas mãos de cada um, em qualquer sociedade, a formação final do caráter de um cidadão. E, como se não bastasse, estes cidadão é que formam uma maioria na sociedade.

Em suma, o caminho a seguir vai muito além dos bons conselhos, surge dos exemplos que, infelizmente, filhos demoram a enxergar. Em tempos de redes sociais sem controle, o que vemos no Brasil é o caráter dos pais e seus reflexos na sociedade real.

Perdemos !

 

P. S.

A princípio, este texto deveria ter sua publicação no “Dia dos Pais(3). Contudo, ficou para esta data em homenagem ao dia em que meu pai estaria completando 89 anos de idade. Não tive muitas oportunidades de ouvir bons conselhos de meu pai, e perdi muitas chances de ouvir de outras pessoas. Destarte, o meu pai não pode sofrer a acusação de ter influência na formação do meu caráter, a responsabilidade é minha. Pais não pensam, nunca, em vender conselhos ou receber algo em troca deles, reflita !

 

(1) “Entre sem bater – George Eliot – Caráter

(2) “Entre sem bater – Baltasar Gracián – Um insulto

(3) “Dia dos pais – Dia do meu pai

 

Imagem: Entre sem bater – Anne Frank – Bons Conselhos

Nota do Autor

Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.

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