Entre sem bater - John Szarkowski - Exposições do Tempo

Entre sem bater – John Szarkowski – Exposições do Tempo

Entre sem Bater

Este é um texto da série “Entre sem bater” ( Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. John Szarkowski entendia que as fotografias são, inquestionavelmente, “Exposições do Tempo” e muito mais.

Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente.

As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.

Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.

John Szarkowski

A fotografia revela muito para quem a vê, e Szarkowski contribuiu, sobretudo, para termos uma compreensão diferente sobre o tema. No livro “The photographer´s eye” Szarkowski conseguiu mostrar muito das exposições do tempo entre o analógico e digital. Ele, um fotógrafo e crítico de origem no mundo da fotografia analógica, deu valiosas dicas de composição e design para os dias atuais.

Thaddeus John Szarkowski (18 de dezembro de 1925 – 7 de julho de 2007) foi um fotógrafo, curador, historiador e crítico estadunidense. De 1962 a 1991, Szarkowski foi o diretor de fotografia do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA). Ele lecionou em Harvard, Yale e na Universidade de Nova York. Palestrante de prestígio sobre fotografia e temáticas sociológicas e comportamentais sobre o tema. Em 1991, Szarkowski se aposentou de seu cargo no MoMA e tornou-se o diretor de fotografia emérito do museu.

Fonte: Wikipedia (Inglês)

Exposições do Tempo

Nesta data, comemora-se o “Dia Mundial da Fotografia“, Foi nesta data que um cientista declarou que a França tornava disponível o Daguerreótipo(*). Com toda a certeza, bilhões de fotógrafos, atualmente, nunca pensariam em agradecer aos franceses Louis Daguerre e Nicéphore Niépce. A evolução da tecnologia, no caso da fotografia, nos proporciona percepções que os fotógrafos captam com maestria.

Dia da fotografia, do fotógrafo e afins, são muitos, seja no planeta ou nos países, como no Brasil, por vários motivos. Tenho paixão pela fotografia(1) e escrevi muitos textos, sobretudo sobre as coisas no entorno desta arte. É provável que meus textos sobre técnicas sejam pobres e com muitos erros, gosto das interpretações e dos instantâneos.

Szarkowski, como descrito num jornal dos EUA, moldou o pensamento dos estadunidenses sobre a fotografia, e, desse modo, influenciou muitos outros.

Fotografias Icônicas

Com o tsunami tecnológico da inteligência artificial (IA), até a fotografia está passando por revoluções e questionamentos. Contudo, a minha percepção é de que as fotografias existentes no universo serão a base para o que IA fará. É possível que surjam fotografias ou imagens digitais novas com IA, mas a base de fotografias icônicas(2) sempre estará presente.

As pessoas vilipendiaram as fotografias, e até os fotógrafos, pelas facilidades que as tecnologias dão acesso a recursos de registro de imagem. Sem dúvida, não é mais necessário alguém saber revelar uma fotografia usando química e salas escuras. Por outro lado, até uma simples fotografia, dentro de determinado contexto, pode se tornar icônica e mundialmente reconhecida.

Deste modo, fazer uma escolha de fotografias icônicas é algo que vai muito além do olhar de quem vê a fotografia.

Distanciamento Social

Se por um lado a fotografia ficou acessível a quase todo mundo, por outro lado, provoca um distanciamento social e cultural inimaginável. Por exemplo, para uma criança, algumas décadas atrás, ter uma fotografia era algo raro, só ricos tinham equipamentos. Adicionalmente, o processo de revelação era caro e para poucos com privilégios.

Recentemente, resgatei algumas fotos e mostrei a uns colegas de infância. A fotografia que apresentei a eles era o único registro que eles tinham antes da vida adulta.

Noutro exemplo recente, uma pessoa registrando estas exposições de tempo fáceis, não ouvia o que eu dizia sobre enquadramento etc. Quando falei sobre moldura, enquadramento e outros, ouvi como resposta: “… não tem problema, vou tirar umas cem fotografia (sic) e aproveito uma…”.

Enfim, sinal dos tempos e desses distanciamentos sociais(3) absurdos que as tecnologias nos impingem. Surpreendentemente, perdemos algumas referências à velocidade da luz e é impossível recuperarmos nestes tempos estranhos.

Paixões Digitais

As exposições do tempo são minha paixão, não todas, mas a maioria delas. Fazer registros fotográficos pode ser algo muito prazeroso, mas ao mesmo tempo extenuante. Por exemplo, se adoro fotografia de esportes(4), por outro lado, não gosto de fotografias de editoria social. Sou de um grupo de pessoas que tem a fotografia como muito além do simples registro de momentos e rápida exposição do tempo. Contudo, na maioria dos casos, não gostamos de estar à frente das lentes pois os olhares são muito diferentes.

A mudança das máquinas de registro de imagens analógicas para digitais provocou uma revolução, até na forma de se olhar imagens.

Inegavelmente, algumas situações e conceitos mudaram e não tem mais volta, os olhares são multidisciplinares e dispersos.

Verdades e Mentiras

Tudo é relativo e nem uma fotografia apresenta a única verdade, mas a ideia de que valem mil palavras pode ser ilusória.

É verdade que a imagem sobrevive ao tempo e permite que uma verdade possa reviver noutro momento. No entanto, a verdade de uma fotografia é uma ilusão pois pode  não refletir emoções e sentimentos dentre outras coisas. A fotografia é apenas relativa e nunca uma verdade absoluta.

Em tempos de IA, nem uma fotografia pode ser uma realidade relativa e, certamente, torna-se uma ilusão, com apenas um clique.

Mais do que ilusão, a evolução das tecnologias e velocidades das lentes e capacidade de resolução, trouxeram muitas surpresas. O que, anteriormente, não era perceptível ao olho nu, atualmente mostra uma riqueza de detalhes inimaginável.

O Dia Mundial da Fotografia é mais uma daquelas datas sob medida, dos mesmos para os mesmos. Desse modo, pouco importa para a nossa sociedade consumista o que falam sobre a efeméride ou suas variações. Assim como Szarkowski foi um craque, atualmente, existem milhões de outros craques na fotografia. Entretanto, a maioria dos autores de qualquer fotografia têm muito a dizer através de suas imagens.

Certamente, as mensagens possíveis, a partir de uma única fotografia são infinitas, atemporais e muito além de exposições do tempo.

Enfim, todos que fazem registros fotográficos deveriam se atentar mais para a proposta de cada fotografia para a humanidade, e fazer a diferença.

P. S.

(*) Daguerreótipo era uma tecnologia que se encaixa como a antecessora da fotografia que temos atualmente. Através de alguns processos, uma imagem transferia-se para uma placa de alumínio e ali permanecia. Assim sendo, as exposições do tempo, que nunca se repetiam, passaram a ter seus instantâneos em uma mídia.

A fotografia está em plena evolução, por outro lado, ser fotógrafo será, muito em breve, uma profissão extinta ou em extinção.

 

(1) “Dia Nacional da Fotografia – Uma Paixão

(2) “Fotografia Icônica – As de mais

(3) “Dia da Fotografia – A luz no distanciamento social

(4) “Fotografia de Esportes – Uma Paixão

 

Imagem: Entre sem bater – John Szarkowski – Exposições do Tempo

Nota do Autor

Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.

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