Entre sem Bater
Este é um texto da série “Entre sem bater” ( ← Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. É uma grande oportunidade, para o Evandro Oliveira (estranho isso!) mostrar a evolução do manipulador, embusteiro e do “Parlapatão“.
Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente.
As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.
Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.
Evandro Oliveira
Em primeiro lugar, uma das maiores dificuldades que existe é fazer um perfil pessoal. Por isso, inventaram o tal curriculum vitae, que ajuda profissionalmente, mas pessoalmente é um desastre. Desse modo, muitas são as frases que estão “na boca do forno” para publicação da frase e respectiva opinião. Com toda a certeza, estas frases são as que eu mais queria ver carapuças enterrando e portas se abrindo para o debate. Sou INTJ(1), e vamos em frente…
Evandro Luiz de Oliveira (aka Pyxis ou Pyxis Br) nasceu em 9 de janeiro de 1960, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Atua com tecnologia desde a adolescência. Estudou na antiga Escola Técnica Federal, e fez cursos de engenharia elétrica (PUC Minas), engenharia civil (Kennedy) e Matemática (FAFI-UNA), sendo jubilado nas três. Tem o título de Mestre em Administração Pública e Segurança TI pela Escola de Governo da Fundação João Pinheiro. Graduação em Administração de Empresas pela Newton Paiva. Consultor e Auditor em Ambientes de Tecnologia da Informação. Professor (EaD e presencial) de disciplinas de TI e Administração/Gestão. Assistente em perícia e forense computacional. Gestor de projetos em CRM, ERP, ECM. MSc em Segurança da Informação de Redes Públicas, com especializações em Certificação Digital, Forense Computacional, Software Livre, ITIL, COBIT, COSO, BSC, ISO/IEC, LGPD, Hierarquia ICP-Brasil, Criptografia, Algoritmos, Blockchain, Criptomoedas.
Gestor de equipes de Sistemas e Programação em organizações públicas, privadas e terceiro setor. Adotou a especialização de “Engenheiro de Prompt” a partir da explosão do termo IA. Atua e escreve (produtor de conteúdo) de forma multidisciplinar em áreas como tecnologia, fotografia, filosofia, esportes, política, educação etc.Fonte: LinkedIn (Perfil Pessoal)
O Parlapatão
O leitor mais desatento ( hipocrisia! ), aquele que lê o título e sai compartilhando, pensará que algum hater tenta atribuir a mim o adjetivo parlapatão. Com toda a certeza, alguns destes meus fãs que não saem do armário já disseram algum sinônimo ou pior. Sem dúvida, este termo eles não usaram pela incapacidade de entenderem o que significa. Do mesmo modo, utilizo algumas palavras e termos fora do comum, para depreciar ou desmerecer algumas ideias, este é o caso.
O termo parlapatão vai muito além daquilo que significa literalmente. Em outras palavras, quando utilizo este tipo de termo, é porque pessoas, contexto e comportamentos assim o justificam. Em suma, as pessoas não devem vestir e nem apontar a carapuça. Não estamos fazendo nenhum insulto, por isso, somente reflitam.
Manipulador
Conforme a lógica que reina no mundo das redes virtuais e do non sense que tomou conta do mundo, tudo é hierarquizável. Assim sendo, poderíamos ter o manipulador, o embusteiro e, finalmente, o parlapatão. São tantos os sinônimos para algumas palavras/termos que é possível esta graduação, sem maiores explicações.
O manipulador é, antes de tudo, um tímido (#SQN), ou melhor, é um enganador que utiliza a pior parte da meia-verdade(3) para enganar incautos. A prática dos manipuladores ficou extremamente fácil diante das redes sociais rasteiras e ágeis. Por exemplo, um pastor pega uma “notícia” sem confirmação e, a partir daí, cria uma narrativa. A seguir ele distribui a narrativa em sua rede de fiéis que, por sua vez, compartilham nas redes das famílias.
O resultado?
O exemplo do pastor é ilustrativo, mas serve para política, futebol, ciência, religião e muitas outras áreas do conhecimento humano.
Enfim, estamos perdendo a guerra da desinformação porque os manipuladores evoluíram, justificando o grau de parlapatão “diamante” para muitos.
Embusteiro
Inquestionavelmente, o embusteiro é aquele que aprimorou a sua capacidade de induzir outros a apoiar os seus erros. Anteriormente na vida real, só a família sofria com este comportamento. Curiosamente, uma seguradora, alguns anos atrás, fez uma propaganda relacionando este comportamento aos efeitos perversos.
Assim sendo, não é totalmente fora de propósito reconhecer que o “Século do Ego” e os propagandistas corroboram a teoria do embuste coletivo.
O embusteiro, em suma, é aquele que desenvolveu um incrível talento para fazer com que outros matem ou morram por causas dele.
Desse modo, observem o crescente deste perfil de sociopata(4), de manipulador a embusteiro é um passo. As tecnologias modernas criaram a figura do parlapatão, que é um crescente que parece não ter limites.
O crescimento do embuste e da manipulação na internet
O advento da Internet e das redes sociais trouxe consigo uma série de mudanças significativas na sociedade. Certamente, a forma como nos comunicamos, nos relacionamos e consumimos informações mudou de forma expressiva. Essas transformações também criaram um ambiente propício para o crescimento do embuste, da manipulação e dos parlapatões.
Um parlapatão trabalha para obter algum benefício próprio, geralmente prejudicando alguém, sem dar transparência para este tipo de crime. Um manipulador é aquele que utiliza técnicas de influência para controlar o comportamento dos outros, com mentirinhas e hipocrisia.
Embora os tipos de enganadores existam desde sempre, a explosão das redes sociais ampliou sua ação destes criminosos de seus golpes.
Desse modo, este comportamento ocorre e torna-se permissivo por vários motivos, incluindo:
- O anonimato: Na internet, é muito mais fácil se esconder e evitar ter responsabilidade por suas ações.
- A facilidade de divulgação: A internet permite que informações disseminem-se velozmente e para um grande número de pessoas, sem controle.
- A falta de conhecimento: Muitas pessoas não possuem os conhecimentos necessários para avaliar a veracidade das informações que encontram na internet.
- Negligência: A negligência dos usuários ávidos por estarem “up to date” com tudo, permite uma sociedade indulgente.
Com base nesses fatores, é possível observar um crescimento significativo na quantidade e na sofisticação dos embustes e da manipulação na internet. E, como se não bastasse, agora temos os falsos especialistas e as vítimas da inteligência artificial (IA ou AI).
O papel da inteligência artificial
A inteligência artificial(5) engatinha na relevância e no crescimento do embuste e da manipulação na Internet.
A princípio, os influencers que sempre utilizaram seus atributos de parlapatões e embusteiros, agora têm uma aliada de valor.
A IA pode criar conteúdos falsos que são indistinguíveis do conteúdo verdadeiro. Assim sendo, torna-se quase impossível para a maioria das pessoas identificar os embustes e a manipulação. Lamentavelmente, os profissionais de tecnologia com qualificação em segurança da informação sofrem com a indiferença destes usuários.
Por exemplo, a IA gera, num átimo, fake news, criar perfis falsos nas redes sociais ou produzir e divulgar vídeos e áudios falsos. Esses conteúdos têm uso para enganar as pessoas e influenciar seu comportamento. Com toda a certeza, nos últimos anos muita gente votou em um determinado candidato ou fez compras e foi vítima de embuste.
Ignorância Digital
Além dos fatores que promoveram o crescimento dos manipuladores e parlapatões, um deles é fatal: a ignorância digital. Inquestionavelmente, a falta de conhecimento dos habitantes da Internet eleva os crimes de embuste e manipulação. A maioria das pessoas não possuem os conhecimentos necessários para avaliar a veracidade das informações que recebem. Desse modo, até profissionais de TI e pessoas com um nível de esclarecimento específico relevante, são vítimas.
Estas pessoas, por exemplo, não sabem como identificar sites confiáveis, como verificar a origem de uma notícia ou identificar um perfil falso. Essa falta de conhecimento torna as pessoas mais vulneráveis aos embustes, à manipulação e ao discurso de um parlapatão.
Para se proteger do embuste e da manipulação na internet, é importante tomar algumas medidas, incluindo:
- Ser crítico com as informações que encontra na internet. Não acredite em tudo que lê ou vê. Sempre verifique a fonte da informação e busque por outras fontes para confirmar.
- Seja cético em relação a informações que são muito boas para ser verdade. Se algo parece muito bom para ser verdade, provavelmente não é verdade.
- Mantenha cautela com as informações que vê nas redes sociais. Muitas vezes, as informações que circulam nas redes sociais são falsas ou a parte mentira de uma meia-verdade.
- Desconfie de conteúdo que é excessivamente emocional ou apelativo. Esse tipo de conteúdo emocional e que apela, por exemplo a alguma “autoridade”, é manipulador e falacioso.
Fuja para as montanhas
Destarte, é importante lembrar que o embuste e a manipulação são sempre prejudiciais, para as pessoas individualmente e para a sociedade. Não basta, contudo, estar atento a esses fenômenos e adotar medidas de proteção preventivas individualmente. Desde um simples discurso de um pastor numa pregação ou de um político ou jogador de futebol, todo cuidado é pouco.
Desse modo, a partir do momento que cada cidadão abre mão da sua privacidade e submete-se a seguir um parlapatão de estimação, perdeu !
Em suma, ou os usuários, cidadãos que utilizam redes sociais, aprendem alguma coisa e prestem atenção no que digo, ou se ferram. Os embusteiros estão ficando até milionários, alguns até superaram o status de “classe média“(6), com a sua ajuda. Saia da bolha e do mundinho de compartilhador e apoiador de manipuladores e embusteiros, retome o controle de sua vida. Consegue?
Em todo caso, numa última alternativa, se não conseguir, fuja para as montanhas, sem sinal de celular…
P. S.
Coaches, influencers e outros na linha de nomes diferentes para profissões antigas, de caráter duvidoso, são perfis que devemos ter atenção.
(1) “Capricórnio. Arrega, atura ou surta”
(2) “Entre sem bater – Baltasar Gracián – Um Insulto”
(3) “Entre sem bater – Alfred North Whitehead – Meia-Verdade”
(4) “Entre sem bater – Lee Camp – Os Sociopatas”
(5) “Entre sem bater – Stephen Hawking – Inteligência Artificial”
(6) “Entre sem bater – Mary McCarthy – A Classe Média”
Imagem: Entre sem Bater – Evandro Oliveira – O Parlapatão
Nota do Autor
Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.
- Os textos de “Entre sem bater” são opinativos/informativos, inquestionavelmente com o objetivo de estimular a reflexão e o debate.
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