Entre sem bater - O Buda - A Mudança

Entre sem bater – O Buda – A Mudança

Entre sem Bater

Este é um texto da série “Entre sem bater” ( Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. O Buda não sobreviveria, atualmente, com a rapidez e a violência de qualquer “Mudança” que desejamos fazer e não conseguimos.

Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente. Uma adaptação textual, com redução, pode ter publicação em sites e outros blogs, como o “Recanto das Letras“.

As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.

Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.

O Buda

O respeito a qualquer religião começa por entender um pouco de cada uma delas e dos ensinamentos de seus líderes máximos. Desse modo, tenho um grande respeito por algumas destas religiões, e o Budismo é uma delas. Por outro lado, algumas seitas, que tentam parecer religiões, me causam desprezo e asco. A mudança inexorável existe e tem que começar dentro de nós. Por isso alguns pensamentos de Siddhartha deveriam servir de inspiração para todos aqueles que defendem alguma crença.

Siddhartha Gautama, mais comumente referido como O Buda (‘O desperto’), foi um asceta errante e professor religioso que viveu no sul da Ásia durante o século 6 ou 5 a.C e fundou o Budismo. De acordo com a tradição budista, ele nasceu em Lumbini, onde hoje é o Nepal. Filho de pais reais do clã Shakya, mas renunciou aos costumes para viver como um asceta errante. Depois de levar uma vida de mendicância, ascetismo e meditação, ele alcançou a iluminação em Bodh Gaya, onde hoje é a Índia. Depois disso, o Buda vagou pela planície indo-gangética inferior, ensinando e construindo uma ordem monástica. Ele ensinou um Caminho do Meio entre a indulgência sensual e o ascetismo severo levando ao Nirvana, isto é, à libertação da ignorância, do desejo, do renascimento e do sofrimento. Seus ensinamentos estão resumidos no Nobre Caminho Óctuplo, um treinamento da mente que inclui treinamento ético e bondade para com os outros, e práticas meditativas como restrição dos sentidos, atenção plena e jhana/dhyana (meditação propriamente dita). Ele morreu em Kushinagar, atingindo o parinirvana. Desde então, o Buda tem sido venerado por inúmeras religiões e comunidades em toda a Ásia. Alguns séculos após sua morte, ele passou a ser conhecido pelo título de Buda, que significa ‘O Desperto‘ ou ‘O Iluminado’.

Fonte: Wikipedia (Inglês)

A Mudança

As pessoas normalmente não aceitam nenhuma mudança, sobretudo quando estão tranquilas em sua zona de conforto. Por outro lado, exigir mudanças dos outros para que façam o que queremos, tornou-se o esporte favorito dos áulicos e de má fé. Assim sendo, tenho sérias dúvidas se existe a possibilidade de que algum pensador como Buda sobrevivesse hoje. Com toda a certeza, fica até fácil acreditar numa centúria de Nostradamus sobre a vinda de um anticristo. O ódio que campeia nas redes sociais, especialmente em tempos recentes de polarização sobre todos os temas, é um sinal da mudança.

A saturação de informações no mundo digital, onde a velocidade reina e a atenção é fugaz, a reflexão tornou-se uma ação cada vez mais rara. Ao mergulharmos em um mar de conteúdos efêmeros, nos afogamos em debates estéreis e nos distanciamos da escuta e do diálogo.

Paradoxalmente, vivemos uma época de infinitas possibilidades e imenso desperdício de oportunidades de mudança. A Internet, certamente, democratizou o acesso à informação e nos conectou com pessoas de todo o planeta. Desse modo, nem é preciso saber muitos idiomas, e as portas se abrem para a troca de ideias e a exploração de diferentes perspectivas. As novas tecnologias nos brindam , sobretudo, com ferramentas inovadoras para a comunicação, a criatividade e a resolução de problemas.

No entanto, essa mesma era digital, que nos dá o poder, apresenta desafios e barreiras até para a mudança pessoal. Como se não bastasse a polarização das opiniões, o ritmo frenético da vida online gera muita ansiedade(1), estresse e dificuldade de concentração. A busca incessante por novidades e a necessidade de ter aceitação nos afasta da introspecção, da quietude e do autoconhecimento.

É nesse contexto que a frase de Buda, “A mudança nunca é dolorosa, apenas a resistência à mudança é dolorosa“, vem à tona. Em um mundo moderno(2) em constante transformação, a capacidade de mudança se torna fundamental para o bem-estar individual e coletivo.

A Resistência

Ao resistirmos à mudança, nos agarramos a um passado que já não existe, alimentando sentimentos de frustração, medo e ressentimento. Essa resistência pode se manifestar de diversas formas, desde a negação da realidade até a aversão ao novo. Estes sentimentos passam, sem dúvida, pela tolerância(3) e compreensão para com aqueles que pensam ou agem de maneira diferente.

Abraçar a mudança, por outro lado, significa uma abertura a novas experiências, ideias e possibilidades, quebrar todas as resistências. É um navegar, inquestionavelmente, pelas incertezas, exigindo paciência, flexibilidade e resiliência. A ideia de que devemos aprender com os erros e nos adaptarmos às novas circunstâncias é mais do que real. Devemos reconhecer que a vida é um fluxo constante e que a resistência a esse fluxo é a fonte da dor e do sofrimento.

Novas Atitudes

Contudo, como fazer para que a frase de Buda se destaque em meio ao barulho ensurdecedor da era digital? Como incentivar a reflexão em uma geração habituada à instantaneidade e à superficialidade?

Após as polarizações político-ideológicas(*) que ocorreram, por exemplo, no Brasil, é quase impossível promover o debate.

  • Cultivar a atenção plena: Praticar a meditação e outras técnicas de concentração pode nos ajudar a desenvolver a capacidade de focar no presente. Adicionalmente, devemos observar os pensamentos e emoções sem julgamento e cultivar a calma interior.

  • Promover o diálogo intergeracional: O diálogo entre diferentes gerações é essencial para a troca de experiências positivas e negativas. A compreensão de diferentes perspectivas e a construção de pontes entre o passado, o presente e o futuro é essencial.

  • Educar para a reflexão crítica: É fundamental estimular o senso crítico nas novas gerações, capacitando-as para analisar informações antes de opinar. Criar o hábito de questionar dogmas e construir suas próprias opiniões é necessário.

  • Incentivar a empatia e a compaixão: Desenvolver a capacidade de se colocar no lugar do outro e compreender suas motivações é fundamental. Embora sejam chavões para a construção de uma sociedade mais tolerante e pacífica podem ter sua prática mais constante. O ódio entre classes sociais, raças e outros preconceitos explodiram pela ausência de empatia.

  • Utilizar as ferramentas digitais de forma consciente: A Internet e as redes sociais podem ser ferramentas úteis para a educação, o diálogo e a reflexão. Utilizá-las de forma consciente e responsável, através de conteúdos de qualidade para promover o respeito e a tolerância.

Filosofando

É provável que, ao implementarmos essas ações, surja um ambiente mais propício à reflexão, à tolerância e à paz interior, mesmo nesta era digital. Através da educação, do diálogo e da autoconsciência, as novas gerações compreenderão a sabedoria desta frase-chave de Buda. Pode ser o começo de uma importante mudança de um e de todos.

Em suma, a mudança é inevitável e filosofando(4), aqui entre nós, a dor é opcional. A escolha é nossa.

Amanhã tem mais …

P. S.

(*) O falso debate político-ideológico recente é um grave reflexo de que, segundo o IBGE, temos mais templos religiosos do que escolas e hospitais.

(1)Entre sem bater – Charles Spurgeon – A Ansiedade

(2) “Entre sem bater – G K Chesterton – Mundo Moderno

(3)Entre sem bater – 14° Dalai Lama – Tolerância

(4) “Entre sem bater – Paul Kleinman – Filosofando

 

Imagem: Entre sem Bater – O Buda – A Mudança 

Nota do Autor

Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.

  • Os textos de “Entre sem bater” são opinativos/informativos, inquestionavelmente com o objetivo de estimular a reflexão e o debate.
  • Sugestões, indicações de erro e outros, uma vez que tenham o propósito de melhorar o conteúdo, são importantes. Basta enviar e-mail para pyxis at gmail.com, página do Facebook, associada a este Blog, ou perfil do Twitter, Threads, Koo etc.
  • Alguns textos sofreram revisão, outros ainda apresentam erros (inclusive ortográficos) e sofrerão correção à medida que se tornam erros graves (inclusive históricos).
  • Algumas passagens e citações podem parecer estranhas mas fazem parte ou referem-se a textos ainda inéditos.

Deixe um comentário