Entre sem Bater
Este é um texto da série “Entre sem bater” (← Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória”). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. Com toda a certeza, misturar “Astrologia“, religião e outros temas, como fez Robert Ingersoll, é perigoso.
Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente. Uma adaptação textual, com redução, pode ter publicação em sites e outros blogs, como o “Recanto das Letras“.
As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.
Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.
Robert Ingersoll
Bob Ingersoll era, para a sua época, o tipo de pessoa que pensava “fora da caixinha” e usava a liberdade de expressão amplamente. Seus pensamentos e escritos demonstravam que em épocas específicas era muito difícil tolerar e praticar a tolerância(1). Entretanto, algumas de suas frases, como a que faz referência à astrologia, pode ter duplo sentido.
Robert Green Ingersoll ( 11 de agosto de 1833 – 21 de julho de 1899), apelidado de “O Grande Agnóstico“, foi um advogado, escritor e político americano , e orador durante a Idade de Ouro do Livre Pensamento, que fez campanha em defesa do agnosticismo. Robert Ingersoll nasceu em Dresden, Nova York. Seu pai, John Ingersoll, era um pregador congregacional simpatizante dos abolicionistas, cujas opiniões radicais faziam com que ele e sua família se mudassem com frequência.
Fonte: Wikipedia (Inglês)
A Astrologia
Astronomia e astrologia são termos similares nas ciências (se astrologia for ciência) e que confundem muitos. Adicionalmente, e para complicar mais ainda, para provocar ira nos astrólogos, misturam horóscopo comercial com a ciência deles.
Em suma, não tem como convergir com coisas que misturam os mesmos termos que não diferem de seus significados. Por exemplo, a palavra Capricórnio, de certa forma, significa a mesma coisa para as três áreas de conhecimento (eu acho !).
Com toda a certeza, não sou especialista em nenhuma das três áreas(*). Outrossim, observo fenômenos astrológicos e astronômicos e respeitos as civilizações antigas que usaram a astronomia. Por outro lado, fico em dúvida se quando eles adoravam o “deus Sol“, estavam praticando a astrologia. De qualquer maneira, como bom capricorniano, com ascendente em Saturno, aproveitei o eclipse total para falar do tema.
Entretanto, as perspectivas não são tão positivas, basta ver que a referência é uma frase bastante crítica.
Polêmicas Vazias
A utilidade da astrologia, atualmente, é um tema que divide opiniões de forma tão surreal quanto um eclipse solar pode dividir o céu. De um lado, há aqueles que acreditam firmemente nos poderes da astrologia como uma ferramenta de autoconhecimento. Adicionalmente, existem os que defendem a ideia da astrologia como eixo para a orientação pessoal. Por outro lado, existem os céticos, que consideram a astrologia nada mais do que superstição e pseudociência.
Surpreendentemente, personagens históricos como Carl Jung defendem teorias unindo astrologia e psicologia. Ao mesmo tempo, cientistas como Carl Sagan tem analogias simples que derrubam inúmeras teorias astrológicas. Uma delas, por exemplo, é a formação de caráter de gêmeos nascidos com diferenças até de segundos.
Enfim, a nossa sociedade com a explosão das redes sociais tem oportunidade de acessar a ciência, a pseudociência e a não-ciência. Mas, em todos os casos, afora eventos astronômicos que afetam nosso dia-a-dia, o que importa a opinião das pessoas nestes temas?
Essa resposta eu tenho, não importa, são relevantes, no máximo, para autoconhecimento (no caso da astrologia). Nem vou falar de horóscopos comerciais, destes de jornal, pois seria necessário citar cartomantes e ciganas. Em suma, as redes sociais são o paraíso das falácias e polêmicas vazias podem render bons resultados.
Utilidade
Para explorar a utilidade da astrologia, é necessário considerar não apenas suas origens e fundamentos. Os reflexos na sociedade contemporânea, em meio às complexidades das redes sociais e a cultura superficial são curiosos.
É provável que, em um nível superficial, pode-se argumentar que a astrologia é pouco mais do que entretenimento. Desse modo, a leitura de horóscopos é hábito frequente nas pessoas sem orientação, em busca de rumo para o seu dia. No entanto, essa inutilidade é uma forma de escapismo e ou diversão, sem valor real além do entretenimento momentâneo.
Por outro lado, muitas pessoas defendem a astrologia como ciência, muito além do entretenimento pueril. Certamente, acreditam que a astrologia oferece uma linguagem simbólica para compreender padrões de comportamento. Acreditam, inclusive, que determinam a personalidade e até mesmo eventos futuros das pessoas. Para esses crentes, a astrologia desempenha um papel relevante no processo de autoconhecimento e crescimento pessoal.
É provável que um bom argumento em favor da astrologia seja sua capacidade de oferecer uma sensação de controle num mundo imprevisível. Em um momento em que as incertezas são abundantes e as ansiedades estão em alta, sem dúvida, é um argumento sedutor. Desta forma, vemos muitas pessoas recorrerem à astrologia na busca de conforto e orientação. Como resultado, surge um senso de ordem em meio ao caos que a vida moderna nos impõe. Desse modo surge a ideia de utilidade e bons fluídos que pode ajuda e as pessoas a lidar com as dificuldades da vida real.
Viagem pelo Cosmos
Estas viagens nos cosmos são como uma espécie de seita, com um pouco mais de realidade do que as seitas de fanáticos religiosos. Os poucos críticos da astrologia não conseguem mostrar para os fanáticos, os pontos falhos desta pseudociência.
Surpreendentemente, a astrologia pode servir, eventualmente, como um ponto de conexão com algo maior do que nós mesmos. Em uma sociedade moderna secular, as pessoas buscam formas de espiritualidade além do radicalismo de algumas religiões. A astrologia moderna adaptou-se bem ás redes sociais e oferece uma linguagem simbólica agradável. Portanto, apresenta-se como um sistema de crenças que preenche os vazios espirituais para mentes fracas.
No entanto, os críticos da astrologia argumentam, e até provam, que sua utilidade fundamenta-se em falsas premissas e suposições. A falta de evidências científicas que apoie as alegações da astrologia e questionam sua validade são uma realidade. A ideia de que é apenas uma ferramenta legítima para compreender o mundo e a nós mesmos é, sobretudo, subjetiva.
Viagens cósmicas, utopias, sonhos são, provavelmente, uma demonstração do traço de inteligência(2) de cada um.
Empáfia e Soberba
Com efeito, há preocupações sobre o potencial prejudicial da astrologia quando levada muito a sério, que são relevantes. A dependência excessiva da astrologia leva pessoas a tomar decisões que, certamente, partem de previsões astrológicas duvidosas. Em outras palavras, em vez utilizar ferramentas de gestão com informações concretas e evidências tangíveis, usa-se a especulação. Por isso, muitas escolhas prejudiciais e desvios da responsabilidade pessoal estão presentes na nossa sociedade.
Outra crítica comum à astrologia, como se não bastasse, é sua falta de universalidade e equilíbrio entre linhas de estudo. A empáfia entre os próprios profissionais que se dedicam á astrologia é algo visível e real. Acrescente-se que o prepotência destes estudiosos em relação a outras áreas de conhecimento, é incompreensível. O desrespeito com qualquer conhecimento de outra área é visível no momento que os astrólogos impõem seus dogmas. E, de fato, aparentam educação e polidez para chamar de ignorantes aqueles que colocam qualquer crítica ou ceticismo.
Uma vez que tentam explicar tudo pelo estudo dos astros e suas posições no céu, chegam a duvidar da ciência terrena.
Mesmo que algumas pessoas encontrem utilidade na prática e uso da astrologia, outras não se identificam com ela. Por isso é natural o questionamento sobre a objetividade e a aplicabilidade da astrologia em uma sociedade multicultural.
Perecer ou Florescer
Em suma, para alguns, ela oferece conforto, orientação e uma sensação de conexão com algo maior. Para outros, é pouco mais do que superstição, inutilidade e pseudociência. Enquanto a astrologia continuar a existir, seu lugar na sociedade contemporânea será objeto de debate e controvérsia contínuos. No entanto, para aqueles que encontram valor nela, sua utilidade é inegável, independentemente das críticas e dos céticos.
A frase de Robert Ingersoll tem uma atualidade extremamente assustadora, assim como pensamentos como a “Carta de Direitos“(3). As redes sociais e plataformas digitais fazem uma manipulação mental que foge do controle racional da humanidade. E, como se não bastasse, não conseguimos (nós, cartesianos, cientistas e céticos) explicar o básico.
Vemos, inquestionavelmente, florescer a ignorância, prosperar a astrologia e as religiões monoteístas, em verdadeiras guerras nada virtuais. Enquanto isso, a astronomia, que tanto contribuiu para as civilizações antigas sofre desprezo constante.
Objetivamente, responda se for capaz de refletir:
Para que serve estudos e disseminação de imagens de um eclipse, e saber que ele se repetirá daqui 100 anos?
Eventos astronômicos que desmascaram textos e passagens de livros religiosos mudam a opinião de crentes e fanáticos?
Enfim, a nossa sociedade podia aproveitar muito mais com estudos sérios ao invés de se pautar por crenças, dogmas e opiniões. Astrólogos repudiam religiosos, religiosos esconjuram astrólogos, astrônomos e cientistas. E assim caminha a humanidade.
“Amanhã tem mais …”
P. S.
(*) Escrevi textos na modalidade conto, sobre o tema astrologia, usando um heterônimo, que aguardam alguma editora publicar.
(1) “Entre Sem Bater – 14° Dalai Lama – Tolerância“
(2) “Entre Sem Bater – Nikola Tesla – Traço de Inteligência“
(3) “Entre Sem Bater – Robert G. Ingersoll – Carta de Direitos“
Imagem: Entre sem bater – Robert G. Ingersoll – Astrologia e Religião
Nota do Autor
Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.
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