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Entre Sem Bater - Henry David Thoreau - A Desobediência

Posted in Administração, Cidadania, Comportamento, Cotidiano, Educação, Entre sem Bater, Filosofia, Frases, Generalidades, Gestão, Globalização, História, Opinião, Personagens, Política, Redes Sociais, Segurança da Informação, Sociedade, Sociologia

Entre Sem Bater – Henry David Thoreau – A Desobediência

by Evandro Oliveira on 30/05/2024

Entre sem Bater

Este é um texto da série “Entre sem bater” (← Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória”). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento de muitos, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. As ideias de um filósofo transcendentalista, como foi Henry David Thoreau, começam sempre com princípios de “Desobediência“.

Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente.

As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.

Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.

Henry David Thoreau

Temos que reconhecer, inquestionavelmente, que alguns personagens da história são quase ilustres anônimos, mesmo em tempos de redes sociais. David Henry tinha, com toda a certeza, o pedigree de um revolucionário ou de alguém que usava o dom da reflexão e da ação. Assim sendo, é necessário destacarmos que a desobediência é fundamental nestes tempos confusos e estranhos.

Henry David Thoreau (12 de julho de 1817 – 6 de maio de 1862) nasceu David Henry Thoreau em Concord, Massachusetts, numa modesta família da Nova Inglaterra. Foi um naturalista, ensaísta, poeta e filósofo americano. Um importante transcendentalista ele é mais conhecido por seu livro Walden, uma reflexão sobre a vida simples em ambientes naturais, e seu ensaio “Desobediência Civil” (originalmente publicado como “Resistência ao Governo Civil“), um argumento em favor da desobediência dos cidadãos contra um estado injusto. Seu avô materno, Asa Dunbar, liderou a “Rebelião da Manteiga” estudantil de Harvard em 1766. o primeiro protesto estudantil registrado nas colônias americanas.

Fonte: Wikipedia (inglês)

Desobediência

Neste mundo digital, sem dúvida, a informação instantânea e sem verificação domina mentes, corações e dedinhos ágeis(*). A verdade se mistura com a mentira e as opiniões se confundem com fatos. Desse modo, a desobediência e o questionamento se tornam ferramentas essenciais para combater a proliferação da desinformação.

As redes sociais e o mundo digital, embora ferramentas valiosas para comunicação e conexão, se tornaram canais de insensatez. A profusão, em quantidade e velocidade de notícias falsas, teorias conspiratórias e discursos de ódio, reina no mundo digital.

Diante desse cenário preocupante, a desobediência intelectual surge como um ato de rebeldia contra a passividade e a aceitação acrítica de informações. Questionar o senso comum, desafiar narrativas dominantes e buscar fontes confiáveis ​​de informação são fundamentais. Ou seja, são vitais para ajudar a discernir a verdade da mentira e combater a manipulação da opinião pública.

Neste quadro, surge a ideia da escravidão mental(1) que leva as pessoas a serem obedientes e servis às ideias alheias.

Negacionismo

No entanto, a desobediência intelectual não deve se confundir com a mera negação de tudo e de todos, questionadores sem causa são abjetos. Devemos separar as ações e seus conceitos como a ideia de desobediência e negacionismo sistemático. A defesa de dogmas, crenças, mitos e ideologias autoritárias passa longe da desobediência que desejamos abordar.

Trata-se, sobretudo, de termos um processo crítico e reflexivo que exige a análise profunda das informações. Em outras palavras, precisamos buscar diferentes perspectivas, avaliar a confiabilidade das fontes e evoluir no debate. É preciso ter em mente que muito do que se lê ou se ouve nas redes sociais não é verdadeiro. Adicionalmente, a Internet é uma tecnologia que nos proporcionou uma rápida evolução, mas está repleta de conteúdos enganosos e manipuladores.

Liberdade de Expressão e Desobediência

Ao questionar e desobedecer, o indivíduo assume o controle sobre sua própria informação e se recusa a ser vítima da desinformação. Essa atitude, quando adotada por um número significativo de pessoas, gera um efeito multiplicador que a nossa sociedade se recusa a aceitar. Por outro lado, existem grupos de déspotas que trabalham no sentido contrário da existência de ambientes de debate saudáveis e esclarecedores.

Desta forma, além da desobediência intelectual, o questionamento também é fundamental para combater a desinformação. Além disso, deveria servir para eliminar algumas falácias que estão se tornando comuns nas redes sociais. Podemos citar, por exemplo, a questão da liberdade de expressão, que muitos entendem ser justificável mesmo que um indivíduo esteja mentindo, caluniando e difamando.

Legitimidade e Oportunismo

É legítima, a liberdade de expressão, um dos pilares fundamentais de qualquer sociedade democrática. Somente desta forma, é possível que os indivíduos manifestem suas opiniões, crenças e ideias sem medo de censura ou repressão. No entanto, esse direito, garantido em muitas constituições ao redor do mundo, não é absoluto e carrega consigo responsabilidades e limites. Destarte, especialmente quando diante de discursos ou ações que disseminam desinformação e mentiras, deve surgir a desobediência.

Essa é a essência do que Thoreau definiu como a base para termos liberdade em todos os sentidos.

Entretanto, nos últimos anos, com a ascensão das redes sociais, testemunhamos um aumento significativo da falsa desobediência. O falso exercício da liberdade de expressão contribui para a propagação de teorias da conspiração, notícias falsas e discursos de ódio. Desse modo, distorcem a verdadeira essência desse direito, inclusive em pretensas democracias. Essa prática sinistra cria uma confusão que ofusca a linha tênue entre liberdade de expressão e a propagação irresponsável de falsidades.

Liberdade de expressão implica, sem dúvida, na possibilidade de expor diferentes pontos de vista e criticar o status quo, visando o avanço  social e político. Contudo, quando essa liberdade aplica-se à disseminação de mentiras, ela perde seu valor construtivo. Em suma, ela se transforma em uma arma que enfraquece a confiança pública nas instituições e no discurso público.

A desinformação prejudica o debate democrático e causa danos reais e irreparáveis, como vimos durante a pandemia de COVID-19. Certamente, informações falsas sobre vacinas e tratamentos levaram a consequências graves para a saúde pública de todos. A população ficou à mercê de declarações “oficiais” e os esforços de questionamentos necessários eram para desmentir as fake news.

Questionamentos Naturais

Anteriormente, num passado recente, os desmentir mentiras tomou mais tempo do que explicações a questionamentos necessários e naturais. A sociedade moderna entrou numa espiral ascendente de ignorância de que surge, notadamente no Brasil, a cada eleição. Desse modo, de acordo com as manchetes que a mídia privilegia, caminhamos para outro período de confusão e desinformação.

Nesse ínterim, é crucial distinguir entre o uso legítimo da liberdade de expressão e a prática irresponsável de espalhar desinformação. A verdadeira desobediência e questionamento são práticas que se fundamentam na busca pela verdade e na justiça. Em outras palavras, é necessário, sim, desafiar as autoridades e normas e até mesmo legislações. Contudo, a base da desobediência deve ser a partir de fatos e argumentos racionais em prol da coletividade. Esse tipo de desobediência civil é a ferramenta mais poderosa para promover mudanças sociais positivas. Entretanto, a nossa sociedade, no geral, abandonou as causas sociais coletivas e arrumou uma forma de exercer o neoegocentrismo digital.

Doença Perigosa

O egocentrismo é, indubitavelmente, uma doença(2) muito perigosa que assola a maioria das pessoas que deseja o sucesso a todo custo. Uma espécie de pandemia que em algumas sociedades e culturas, como no Brasil, cresceu muito mais do que o racional.

A confusão entre liberdade de expressão e a propagação de mentiras torna as pessoas céticas diante de tudo que elas não querem. Neste cenário, a nossa sociedade não desenvolveu mecanismos para educar os cidadãos para atitudes evolutivas. A sociedade moderna não conduziu processos de alfabetização midiática ou digital e o hábito do pensamento crítico e da desobediência.

No entanto, é importante ressaltar que todos os questionamentos devem ter uma construção respeitosa e construtiva. O objetivo não é atacar ou desacreditar as pessoas, falaciosamente, mas sim buscar o diálogo e o debate de ideias.

Em suma, a desobediência intelectual e o questionamento são ferramentas poderosas na luta contra a desinformação na era digital. Ao questionarmos as informações que consumimos e desafiarmos os discursos dominantes, estaremos em evolução. Por outro lado, se somente curtimos e compartilhamos o que lemos ou ouvimos, seremos eternas caixas de ressonância. Analogamente aos instrumentos musicais de percussão, muito barulho e normalmente com um grande vazio interno.

 

“Amanhã tem mais …”

P. S.

(*) Nossa sociedade parece estar sob domínio de quem tem os dedos mais ágeis sobre qualquer teclado, real ou virtual. Infelizmente, estes são rapidamente descartáveis se praticam a desobediência ou se param, um instante sequer, para pensar.

(1) “Entre Sem Bater – Bob Marley – Escravidão Mental“

(2) “Entre Sem Bater – Dostoiévski – A Doença do Século“

 

Imagem: Entre sem Bater – Henry David Thoreau – A Desobediência 

Nota do Autor

Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.

  • Os textos de “Entre sem bater” são opinativos/informativos, inquestionavelmente com o objetivo de estimular a reflexão e o debate.
  • Sugestões, indicações de erro e outros, uma vez que tenham o propósito de melhorar o conteúdo, são importantes. Basta enviar e-mail para pyxis at gmail.com, página do Facebook, associada a este Blog, ou perfil do Twitter, Threads, Koo etc.
  • Alguns textos sofreram revisão, outros ainda apresentam erros (inclusive ortográficos) e sofrerão correção à medida que se tornam erros graves (inclusive históricos).
  • Algumas passagens e citações podem parecer estranhas, mas fazem parte ou referem-se a textos ainda inéditos.
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Tags:Alfabetização Coletividade Crítica Desinformação Desobediência Desobediência Civil Desobediência Intelectual Diálogo Discurso de Ódio doença Escravidão Escravidão Mental Fake News Falácia Henry David Thoreau Ignorância Insensatez Liberdade Liberdade de Expressão Negacionismo Reflexão Senso Comum Status Quo Teoria da Conspiração

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