Entre Sem Bater - Paulo Coelho - O Guerreiro

Entre Sem Bater – Paulo Coelho – O Guerreiro

Entre sem Bater

Este é um texto da série “Entre sem bater” ( Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. O Paulo Coelho. sem dúvida, escreve e manifesta muitos pensamentos como um “Guerreiro” da palavra. Contudo, nem sempre, os seus leitores conseguem entender os contextos que estes pensamentos se inserem.

Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente.

As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.

Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.

Paulo Coelho

Em primeiro lugar, é impossível tentar explicar uma opinião de algumas coisas, uma delas é acerca das minhas ideias sobre Paulo Coelho. Os tempos modernos estão muito confusos e explicar para quem não quer entender, não é muito profícuo. Por exemplo, como explicar “O Alquimista” superar “O Pequeno Príncipe” em vendas no planeta? Não gosto do livro de Saint-Exupéry, mas superá-lo em vendas é fruto de uma diarreia mental grave.

Paulo Coelho de Souza (Rio de Janeiro, 24 de agosto de 1947) é um escritor, letrista, jornalista e compositor brasileiro. Ocupa a 21° cadeira da Academia Brasileira de Letras. O livro O Alquimista (1988) é considerado como um importante fenômeno literário do século XX, e já vendeu mais de 150 milhões de cópias, superando livros como Le Petit Prince (1959). Influenciou o rock brasileiro através de sua parceria com o músico Raul Seixas, participando da composição de sucessos como “Sociedade Alternativa e “Eu Nasci Há 10 Mil Anos Atrás.

Fonte: Wikipédia (Português)

O Guerreiro

Devemos ter atenção extrema quando usamos algumas palavras e termos atualmente. As redes sociais deturparam tudo, e não foi, na maioria dos casos, para melhor. Por exemplo, a palavra guerreiro, da frase de Paulo Coelho, tem variações e utilizações as mais surreais e inimagináveis.

Estes tempos modernos nos proporcionam ouvir e ler comentaristas esportivos e torcedores chamando de guerreiro até jogadores medíocres. É provável que a carência afetiva ou a falta de educação parental determine esta geração Z e suas manias por mitos e guerreiros. Como se não bastasse, o risco de se usar uma frase ou um pensamento aumenta muito quando existe deficiência cognitiva no básico da leitura.

Em suma, onde falta educação, principalmente a formal, e quando a crise desta educação é projeto de déspotas, não tem solução. Ver circular, nas redes sociais, pastores neopentecostais recomendando que mulheres não façam faculdade, é como um “7 a 1“.

Erros Estratégicos

O pensamento de Paulo Coelho deve sempre ir muito além da simples frase-chave de cada texto. Quando as pessoas utilizam uma frase, repetindo-a como opinião de segunda mão(1), a ideia do autor prevalece substancialmente.

O Pensamento

Os dois piores erros estratégicos que você comente são agir prematuramente e deixar uma oportunidade escapar. Para evitar isso, o guerreiro trata cada situação como se fosse única. E nunca deve recorrer a fórmulas, receitas ou opiniões de outras pessoas.” (Paulo Coelho)

As redes sociais, com sua velocidade e abrangência, transformaram, certamente, a maneira como nos comportamos e tomamos decisões. No entanto, essa transformação trouxe consigo dois erros estratégicos que muitas vezes são “normais”:

  1. Agir com açodamento, prematuramente ou com poucos e falsos fundamentos, e
  2. Deixar oportunidades escapar por indecisão, falta de fundamentação ou por opinião alheia.

É, desta forma, que o pensamento de Paulo Coelho emerge, mesmo sob a ameaça das pessoas se acharem um guerreiro.

Pressa Estéril

O primeiro erro estratégico é agir açodadamente e prematuramente. A utilização do chavão “… a pressa é inimiga da perfeição” revela-se aderente ao pensamento de Coelho.

A natureza intrínseca das redes sociais empurra os incautos a responderem rapidamente, seja a um comentário, uma notícia ou uma tendência. Essa pressa resulta em ações e decisões irracionais e típicas de neófitos em todas as editorias.

No ambiente digital, onde a resposta rápida parece ter valor, há uma pressão constante para estar sempre presente ou ser um “insider“.

Com toda a certeza, isso pode levar a erros de julgamento, como compartilhar informações falsas ou tomar decisões a partir de tendências com erros. A pseudorracionalidade por trás desse comportamento é a busca por relevância e aceitação imediata de grupos.

As redes sociais recompensam a rapidez com sinais de positivo, compartilhamentos e comentários, criando uma ilusão de sucesso instantâneo. Contudo, a médio e longo prazo, essa pressa prejudica a reputação(2) e leva a consequências negativas, tanto pessoais quanto profissionais.

Um guerreiro nunca se utiliza da pressa para mostrar sua honra e lucidez.

Indecisão

Por outro lado, o segundo erro estratégico é deixar as oportunidades escaparem por indecisão. Com a avalanche de informações e opções disponíveis nas redes sociais, é fácil sentir uma sobrecarga. Esse excesso de informações paralisa a capacidade de tomar decisões, resultando em procrastinação e indecisão.

As pessoas passam horas analisando opções, comparando ofertas e buscando a escolha “perfeita”, apenas para acabar sem ações racionais. A racionalidade por trás dessa indecisão é o medo de errar ou perder algo melhor. As redes sociais, com suas constantes atualizações e novos conteúdos, criam um senso de urgência e FOMO (medo de perder algo, do inglês). Esse medo pode levar à inação, fazendo com que oportunidades únicas se percam.

Um guerreiro nunca atua com indecisão.

Antagonismo

Ambos os comportamentos, agir precipitadamente e deixar de agir por indecisão, decorrem da dinâmica cruel das redes sociais. A chave para evitar esses erros está em desenvolver uma abordagem com equilíbrio e reflexão. Destarte, é crucial reconhecer a pressão para agir rapidamente e, deliberadamente, desacelerar o processo de tomada de decisão. Desta forma será possível ampliar o tempo para verificação dos fatos e análise das circunstâncias.

Outrossim, é essencial combater a indecisão priorizando e simplificando as escolhas. Um ponto-chave é concentrar-se no que é realmente urgente ou importante, confiando na capacidade de tomar boas decisões. Não existe antagonismo no comportamento de um verdadeiro guerreiro.

Em suma, as redes sociais podem nos levar a comportamentos irracionais, como agir açodadamente e deixar oportunidades escaparem por indecisão. Reconhecer esses padrões e trabalhar para mitigá-los, inquestionavelmente, pavimentará um caminho tranquilo no mundo digital.

Por outro lado, a busca por seguir a maioria, como nas redes sociais, só recrudesce toda a irracionalidade que vivemos atualmente.

Irracionalidade

Nas redes sociais, a irracionalidade que resulta de erros estratégicos, frequentemente leva a uma série de comportamentos prejudiciais. Esses comportamentos incluem a utilização de chavões, receitas prontas, fórmulas milagrosas e opiniões de segunda mão genéricas. Tais práticas não apenas minam a qualidade das discussões online, mas também perpetuam a desinformação e o pensamento superficial.

O açodamento, ou a pressa em emitir opiniões e compartilhar informações, é um dos principais fatores que contribuem para a disseminação de chavões. Um guerreiro utiliza-se de pensamentos para manter-se fiel às suas virtudes e estado mental.

Diante da valorização da velocidade nas redes e plataformas, muitas pessoas sentem a necessidade de responder rapidamente a eventos ou debates. Desta forma, a maioria age sem refletir ou sequer verificar aquilo que compartilham, mesmo que superficialmente.

Recentemente, numa destas plataformas, protagonizei situação idêntica.

Uma pessoa publicou uma ação específica, atribuindo-a a um certo político. Logo após a publicação, o séquito de lambe-bolas fez seus comentários tecendo elogios ao político. Observei atentamente os comentários e os perfis de quem os publicou. Assim sendo, esperei algumas dúzias de comentários e vi que menos de dez por cento fazia críticas ao conteúdo e à autoria da ação.

Publiquei meu comentário e uma crítica aos apoiadores por difundirem e ficarem ao lado de uma mentira. O autor da ação não é do ramo e não tem ideia da bobagem que fez ao assumir a autoria dos resultados daquela ação. Enfim, tudo é efeito da estupidez coletiva e do açodamento em parecer ignorante.

É como diz um dos chavões das redes sociais:

  • O cara não pode ver uma vergonha que que logo passar no PIX. (tem que ser ágil e se valer do “tô zoando” para bancar o covarde).

Em suma, quem tem pressa como cru, quente e faz papel de idiota.

Difusão da Ignorância

Esse impulso para ser o primeiro a opinar sempre carece de profundidade e nuance, sobretudo dos que não conhecem o tema. Chavões e paralogismos repetem-se ad infinitum, criando uma ilusão de consenso e obscurecendo análises críticas e sérias.

A indecisão, por outro lado, leva muitos usuários a buscar conforto em receitas prontas e fórmulas milagrosas. A complexidade dos problemas contemporâneos é avassaladora, e a procura por soluções simplistas e universais é um erro.

Nesse ínterim, a proliferação de conselhos e soluções inexequíveis, nas redes sociais, que prometem resolver questões complexas é uma epidemia. Em outras palavras, receitas prontas e fórmulas milagrosas são atraentes, pois oferecem a falsa sensação de controle e clareza. Entretanto, raramente são eficazes ou aplicáveis a todas as situações e, em especial, ao caso de cada um.

Tecnodependência

Além disso, a dependência de opiniões de segunda mão genéricas agrava-se tanto pelo açodamento quanto pela indecisão. A tecnodependência ou a dependência das pesquisas superficiais nas redes sociais torna as pessoas mais vulneráveis.

Em vez de desenvolver suas próprias perspectivas, muitos usuários das redes sociais recorrem a opiniões prontas de “autoridades” ou influenciadores. Essas opiniões de segunda mão são frequentemente aplicáveis em outros contextos. E, como se não bastasse, ignoram as nuances e particularidades de cada situação. Esse comportamento não só empobrece o discurso público, mas também perpetua a desinformação. A maioria destas opiniões não possui nenhuma correlação com fatos ou análises rigorosas.

Assim sendo, é possível exemplificar com a quantidade de falecimentos de mulheres que buscam os milagres da beleza artificial. A quantidade de influenciadoras picaretas cresce a cada dia. Por outro lado, a qualidade dos procedimentos e produtos em uso, decresce e não passa por nenhum controle. O resultado está nas páginas policiais como crimes que tornaram-se “normais”.

Perversidade Máxima

Desta forma, os crimes tomam novas formas a cada segundo, e cada vez mais as pessoas priorizando rapidez e falta de cuidado.

Os efeitos perversos desses comportamentos são muitos e a maioria revela a total falta de responsabilidade e humanidade. A utilização de frases-feitas impede a discussão de ideias complexas e fomenta a polarização. Por outro lado, frases de efeito tendem a reproduzir o absolutismo, a discriminação, exclusão e reacionarismo.

As receitas prontas e fórmulas milagrosas alimentam falsas esperanças e levam a desilusões quando essas soluções não funcionam na prática. As opiniões de segunda mão genéricas, por sua vez, contribuem para a formação de bolhas de filtro. Essas pessoas só consomem informações que confirmam suas crenças pré-existentes, levando a uma visão irreal na sociedade.

Portanto, a irracionalidade decorrente de erros estratégicos, como o açodamento e a indecisão, gera efeitos perversos até no mundo real. Para mitigar esses efeitos, é crucial promover uma cultura de reflexão crítica e análise séria de conteúdos responsáveis. Assim sendo, será possível ajudar os usuários a questionarem chavões, desafiarem receitas prontas, desconfiarem de fórmulas milagrosas. Isso, sem dúvida, pode ajudar a elevar o nível do discurso público e promover um ambiente mais saudável e informativo nas redes sociais.

 

Amanhã tem mais …

P. S.

(*) Alguns atributos que o guerreiro samurai(3) possui, como honra e reputação, estão no limbo de atitudes da maioria das pessoas nas redes sociais.

(1)Entre Sem Bater – Mark Twain – Segunda Mão

(2) “Entre Sem Bater – Abraham Lincoln – Caráter e Reputação

(3)As 7 Virtudes do Bushido

 

Imagem: Entre sem bater – Paulo Coelho – Um Guerreiro

Nota do Autor

Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.

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