Liquidante - Clube-Empresa - Agência Senado

O Liquidante a serviço do Kalil

Liquidante

Depois que cunhei o termo o “Príncipe Azul” sem o menor apelo e entendimento da massa ignara, arrisco agora no liquidante azul. Contudo,  enganam-se aqueles que estão focados no final de 2017 e início da gestão Wagner Pires de Sá. A coisa toda da liquidação começou muito antes.

Kalil

Alexandre Kalil, atual alcaide de Belo Horizonte, tinha um sonho, e o sonho dele está em curso. Não sei precisar qual o ano mas à época o ex-presidente do nosso rival citadino vaticinou o fim do Cruzeiro.

Textualmente ele disse: “… Olha o Cruzeiro representa pra mim, aquele que é meu objetivo de vida que é destruí-lo. Se eu puder destruir o Cruzeiro e estiver a meu (sic) alcance, então eu vou poder morrer completamente feliz, para o América voltar a ser o segundo time de Minas Gerais …”. Como expert em falências, massas falidas etc. ele tinha lá suas armas e precisava de um liquidante. Em outras palavras, a incompetência administrativa dele serviu para elevá-lo a prefeito numa cidade como Belo Horizonte e a participar da destruição do Cruzeiro.

Maktub

Não vou, em hipótese alguma, atribuir à mídia, ao Kalil, aos bandidos das oligarquias a destruição do Cruzeiro, eles são competentes e sabem manipular a massa. Quando escrevo MAKTUB em comentários de redes sociais provoco a ira dos incautos e estultos por um simples motivo: eles não entendem o significado e uma vez que não darão o braço a torcer, resta tripudiar ou desdenhar.

Ao final de 2017 publiquei um texto intitulado “O Fim de uma Era” e, logo após, o ” O Príncipe Azul – Filosofando Maquiavelicamente “, prevendo o que aconteceria com o clube-time. Assim como umas bestas quadradas que falam de tudo, eu tinha chance de acertar 50%.

Anteriormente, em 2020, torcedores cruzeirenses, muito sem noção, misturam política com futebol e chegam até a apoiar déspotas e genocidas por conta da escolha futebolística. Tirem suas conclusões das decorrências disso e do que pode acontecer em 2021.

Destruição Azul

A destruição azul começou bem antes. A Tríplice Coroa trouxe à tona uma inveja nacional, o preço seria caro, logo no ano seguinte, as dificuldades financeiras deram os primeiros sinais de que subir é difícil e descer é fácil. Para que a destruição preconizada pelo prefeito fosse feita, seria necessário alguém “de dentro” colaborar, só o desejo e concurso da mídia e adversários era pouco, muito pouco para uma história de conquistas e glórias.

As conquistas entre 2003 e 2018 foram, como denominou o goleiro Fábio em entrevistas recentes, o tapete para encobrir o lixo e erros.

Zoação e Falência

O torcedor cruzeirense preferiu, durante todo este tempo, zoar adversário do que ver os erros que se afloraram. Influenciadores de redes sociais criaram apodos como “presidente-raiz”, “cabuloso” e outros como se fossem coisas boas fazendo referências a pessoas boas. Enfim, um estelionato que está custando a destruição do ativo tangível e intangível acumulado pela instituição Cruzeiro Esporte Clube.

Desde que escrevi ” A Falência Moral do Cruzeiro – Uma Visão “, constatei além da falência financeira, a falência moral e exposição da falta de ética de um clube centenário, liquidaram tudo.

Liquidante Azul

Assim sendo, os anos se passaram e o liquidante azul entrou em ação; furtivamente e até com apoio daqueles que se propunham a uma servidão bem remunerada. Mesmo que involuntariamente, e sem seguir os preceitos jurídicos para liquidantes, síndico etc. o Cruzeiro foi sendo liquidado, destruído por liquidantes que se locupletam de uma forma ou de outra do espólio.

Sangraram o Cruzeiro e nem isto fez a torcida acordar e ainda tem os que culpam a mídia; certamente aqueles que apontam o dedinho na direção do laranja A ou B; sem esquecer dos que pensam que mudar estatuto, demitir funcionários (mesmo corruptos) ou expulsar meia dúzia de conselheiros vai resolver.

Parece que a transformação do Cruzeiro em clube-empresa virou a única forma de salvar o clube da destruição. Entretanto, qual clube e qual destruição? Fico em dúvida se o Cruzeiro de 99 anos passados e sua imensa torcida voltarão.

Necessidade x Virtude

Em artigo de opinião, publicado no Correio Braziliense ( O clube-empresa no Brasil: mais necessidade do que virtude ), Sergio dos Santos Rodrigues descreve algo que indica como única solução a aprovação do projeto como está no Senado.

Algumas curiosas coincidências chegam a assustar ao mais desatento torcedor como, por exemplo:

  1. Estatuto ainda sem alteração, uma vez que foi pautado e não teve assembleia de alteração;
  2. Processos eleitorais desde a saída da gestão anterior sempre com riscos de judicialização não efetivados;
  3. Estranho armistício das torcidas organizadas tão ciosas e combativas;
  4. Disparatado processo eleitoral que acelera ou fica parado.

Enfim, eu poderia citar outra dúzia de estranhamentos, mas seria chamado de louco antes de lerem além destes, quedo-me vencido.

Estranheza

Algumas palavras no texto do presidente do Cruzeiro me chamaram a atenção, talvez porque eu tenha o péssimo hábito de ler nas entrelinhas e uma séria verve persecutória. Contrapor a aprovação do projeto como necessidade e outros argumentos como na frase “Mais do que uma paixão nacional, o futebol é um grande motor de desenvolvimento, educação, transformação social e responsável por movimentar bilhões de reais e, por isso, precisa dar este passo á frente” me deixaram assombrado. Excetuando-se o fato de que realmente movimenta bilhões de reais os demais argumentos são um tanto quanto difíceis de fundamentar.

Estas palavras não caem bem, IMNSHO, para uma espécie de liquidante que deveria, a princípio, manter-se equidistante de tudo e todos que promoveram a destruição do clube. Parece que este liquidante ainda acredita muito, e tem seguidores com o mesmo pensamento. É provável que eles tenham a certeza da recuperação ou que a transformação em clube-empresa trará muito dinheiro para pagar dívidas e retomar sua trajetória.

AMÉM !

Clube-Empresa

Clube-Empresa no Brasil terá peculiaridades que muitos ainda não entenderam e são diferentes de outras fórmulas. Por exemplo, em países como Portugal na Ilha da Madeira, dois clubes ( Marítimo e Nacional ) saíram da rivalidade esportiva e entraram na rivalidade dos tribunais. Qualquer semelhança com fatos de outros clubes e países, inclusive personagens envolvidos será mera coincidência. A SAD Marítimo é acusada de fraude e envolveu seu adversário, o Nacional, a coisa tá feia – veja ” Nacional acusa Marítimo de confundir a opinião pública

Bem sei que o processo de falência e destruição que o Cruzeiro se enfiou, vai muito além das quatro linhas e do Arraial do Curral Del Rey. Mas o processo de liquidação só pode ter tido o apoio de muitas pessoas dentro do clube. A transformação em clube-empresa mais parece aqueles processos de recuperação judicial feitos informalmente com interesses dos “síndicos”.

” 7 a 1 “

O que para muitos é visto como solução eu vejo como fim de uma era, nem os ” 7 a 1 “, nem a Lei Pelé e mais nada ajudaram os clubes e os atletas. Poucos jogadores ganhando muito, muitos jogadores sendo expropriados por agente, empresários e dirigentes. A horda de  profissionais agarrados nas tetas dos bilhões de reais é impressionante, cada vez mais “carrapatos-gordos” sugando as tetas da “gorda vaca do futebol”.

Como escrevi, tem sido muito difícil ser um torcedor com mais de 60 anos de idade ( Torcedor de Futebol – Over Sixty ) e vem aí o torcedor de vários clube-empresa em um só Cruzeiro.

Em suma, Alexandre Kalil, o alcaide torcedor do rival já pode morrer feliz; tempos difíceis do “somos todos futebol“.

 

N. A. Não sei de onde o presidente Sérgio dos Santos Rodrigues tirou a frase “… presidentes de clubes que colocam dinheiro do próprio bolso para realizarem o sonho de fazer seu time campeão.” Certamente, quando isto acontecia, inclusive no Cruzeiro, ele nem deveria ser nascido e ele se referia ao passado remotíssimo.

 

É VERDADE

Espaço destinado a verdades em Pindorama que se contar, ninguém acredita e, provavelmente, não serão notícias boas. Será feita ao menos uma indicação por texto e, eventualmente, mais de uma poderá ser publicada.

 

Imagem: Reprodução Agência Senado

Nota do Autor

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