Fraude do impostor
Existe um comportamento, sobretudo no mundo profissional e empresarial, que está crescendo no Brasil. A síndrome do impostor, ou Fraud Syndrome, uma desordem séria, não reconhecida de maneira oficial nas organizações, mas que, a partir da convulsão política reinante no país, ganhou ares de modernidade e impunidade.
As pessoas começam a dizer: “… se todo mundo é assim, eu também posso ...”.
Em outras palavras, as pessoas se olham no espelho e pouco se importam com o que os outros acham, elas se bastam. Educadores e orientadores de profissionais sérios estão desesperados, uma vez que este tipo de comportamento torna-se viral. Jovens chegam ao mundo profissional querendo ser impostores porque, certamente, pensam que não serão desmascarados.
Quem sofre este tipo de síndrome, seja permanentemente, temporariamente ou frequentemente, decerto é incapaz de pensar sobre o que faz de bom. E, neste caso, tanto faz se para outras pessoas e para organizações.
Não importa o nível de sucesso de algum trabalho ou estudo. Não interessa se existe alguma possibilidade de provar sua competência ao mundo, esses profissionais creditam às fraudes tudo que acontece.
Enfim, enganam outras pessoas fazendo-as acreditar que são mais inteligentes do que numa análise objetiva e honesta.
Gênero do impostor
De acordo com estudos acadêmicos e organizacionais, esta síndrome é mais comum entre as do gênero feminino. Não raro, nas mulheres que atuam em posições e funções tradicionalmente ocupadas por homens. Acrescente-se que estudos, no mundo acadêmico, feito em pós-graduações, dividem a questão, igualmente, entre os dois gêneros.
A síndrome do impostor, caracterizada pela incapacidade das pessoas acreditarem nas suas próprias competências se contrapõem ao efeito Dunning-Kruger, em que as pessoas menosprezam ou diminuem as suas próprias incompetências.
Impunidade
Cresce, assustadoramente, o número de profissionais que um dia vai ser “desmascarado(a)” no trabalho. Antes solitários, agora formam grupos. Esse tipo de sentimento é a síndrome do impostor, ou síndrome da fraude coletivizada, com a cumplicidade em alta.
Por exemplo, existe um caso clássico em que um ladrão de banco, que ficou perplexo ao ser pego. Ele tinha passado suco de limão no rosto – algo que, ele acreditava, faria com que ficasse invisível às câmeras de segurança. Certamente, a ideia é estúpida – e ele, terrivelmente ignorante demais para perceber isso.
Em resumo: os verdadeiros incompetentes raramente se preocupam com o fato de serem incompetentes. Quando a pessoa se questiona sobre sua capacidade ou se é merecedora de estar numa posição A ou B, é necessário que alguém a ajude.
Entretanto, não serão estes coaches ou pregadores de auto ajuda de palanque virtual, que ajudarão. É necessário ter por perto alguém que tenha espírito crítico e seja amigo de verdade.
Acreditem, tem impostores capacitando outros impostores por módicas quantias de R$1 mil em troca de um workshop. Ou, por outro lado, sessões gratuitas que dão todas as dicas de como ser impostor, sem culpas e medos.
De impostor para impostor
Empresas e grandes organizações, com efeito, estão correndo sérios riscos de terem seus “Cavalos de Tróia” instalados. Estão, portanto, prontos a explodir ou, deixando uma bomba para explodir, quando menos se espera.
No serviço público, com o avanço das delações premiadas e das denúncias de corrupção, tem ficado mais fácil descobrir atos praticados por impostores. Alguns setores de relacionamento entre público e privado em que imaginava-se o “Estado da Arte” na organização e estruturação, estão ruindo. Desse modo, mostram feridas que não curam e começam a sangrar.
Em suma, se você trabalha com alguém e desconfia que é um impostor, tenha cuidado. O relacionamento entre humanos têm alta complexidade, a cura não é indolor, não é insípida, e muito menos inodora.
Não se faz um omelete sem quebrar muitos ovos e não tem remédio ou medicamento que cure o caráter.
Ou, por outro lado, você pode ajudar esta pessoa e ajudar outras pessoas a não serem enganadas por impostores. É necessário estancar a infestação de impostores nas organizações e nas redes sociais.
Enfim, este povo que fala muito e não sabe nem diferenciar portadores de síndrome e enganadores, estão no comando das redes sociais.
Perdemos !
(*) Revisado e atualizado em março de 2022
Imagem: materiaincognita.com.br
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