Performance Olímpica
Eu não iria falar de esportes e performance olímpica no calor dos resultados; entretanto, não tem jeito, é necessário. Alguns pontos não podem deixar de ter um contraponto ao malfadado senso comum perpetrado pela grande mídia e seus portais na Internet.
Em primeiro lugar, vejo injustiças e destemperos verbais que não podem ser dadas como verdade. Judô, basquete, atletismo, vôlei… ninguém escapa, criticam a tudo e todos como se o país fosse uma potência olímpica. Falam até em coisas do tipo “maior vexame nos últimos 50 anos”. Como se não bastasse, comparam os 7 a 1 da Copa do Mundo com as 1000 medalhas estadunidenses com as duas dúzias de ouro brasileiro.
Natação
A natação brasileira sempre teve performance razoável. Desde o pequenino Ricardo Prado, que treinava nos EUA e com seu biotipo de jóquei conseguiu resultados significativos, o país evoluiu muito. Em ermos de performance olímpica, Ricardo Prado foi um gigante.
Muitos investimentos foram feitos por clubes tradicionais em modalidades olímpicas, como pelo Minas Tênis, Pinheiros e outros. Para esta olimpíada foram feitos investimentos vultuosos que devem ter superado os R$150 milhões, a maioria originada do tesouro federal.
Em 2004, a olimpíada que ficamos sem medalha na natação, tratou de levantar a “justificativa” de que era a transição do ocaso de nadadores como Gustavo Borges e o surgimento de outros como Scherer (Xuxa).
A CBDA é das confederações brasileiras de desportes que mais recebeu verbas; e nem a ausência de medalhas em 2004 serviu de alerta.
Em suma, a escolha do Rio como sede dos jogos deveria ter servido de alerta não somente para a CBDA como para todas as outras federações e seus dirigentes, alguns bastante inescrupulosos.
Rio 2016
Alguns dirão que a não participação de Cielo seria o alerta para 2016, por outro lado, outros citarão uma tal “crônica de uma morte anunciada“. Eu diria que os problemas à beira das piscinas, desde os clubes, com os atletas mais promissores, era o verdadeiro alerta.
A mídia e, certamente, as redes sociais, estão conseguindo fazer um papel muito perverso com nossos atletas, e a natação não foge deste script canalha.
Os nossos nadadores foram até onde nenhuma equipe anterior de natação foi; ultrapassando ou chegando muito perto de recordes sul-americanos antigos. Enfim, conquistamos marcas que eram “impossíveis” de serem atingidas; mesmo com as modernas tecnologias colocadas à disposição deles.
Performance Olímpica Aviltada
Os candidatos às medalhas na natação fizeram seu papel, surpresas positivas aconteceram.
Não tem nada que ficar com síndrome de vira-latas e comparar com medalhas de fenômenos como Phelps. Apoiem o esporte e verão uma geração de ganhadores. Primeiro na América Latina, depois no mundo.
Com toda a certeza, mais apoio e menos confederação e federações, todo poder aos clubes formadores e que investem em esportes especializados é a nossa utopia neste mundo distópico.
Imagem: Montagem de “Esporte Essencial”
Nota do Autor
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