Geracão Diploma

Geração Diploma

Diploma Fácil

Em primeiro lugar, estou muito triste por presenciar a chegada ao mercado de trabalho da segunda “geração diploma”. Em meados do anos 1990, o incentivo à criação de novos cursos foi enorme e, desde então, somam-se duas gerações que não tem vaga no mercado profissional e avançam sobre todas as profissões.

Posteriormente ao incentivo a novos cursos e faculdades, houve o incentivo à participação nos cursos de classes sociais menos favorecidas através de financiamentos e acesso universal. Logo em seguida temos duas gerações completas de pseudo profissionais sendo despejados no mercado de trabalho.

Aí leio pessoas do meio acadêmico culpando o MEC, ou partido político pela formação fundamental que tem levado analfabetos funcionais a mercado de trabalho.

A enxurrada de cursos superiores atraiu a atenção dos mercadores da educação (a saúde é um capítulo à parte e os mercadores são conhecidos como Planos de Saúde) que abriram suas instituições no Brasil inteiro. Com o advento e uso de tecnologias que permitiam ensino à  distância (EaD – Educação à Distância) colocou o assunto qualidade educacional em terceiro plano.

O Brasil, especialmente com a fase denominada “Pré-Sal”, era para ter preparado seus profissionais do futuro de maneira apropriada. Não preparou e pior, viu seus estudantes ocuparem as salas de graduação, pós-graduação lato sensu, MBAs, especializações e os índices de produtividade (o principal vilão do tal “Custo Brasil”) crescerem de maneira insuficiente. Casos de sucesso e alunos qualificados são exceção.

Desqualificação

Existe um consenso subliminar entre empresários de que a maioria dos graduados em cursos de ciências sociais não sabem escrever um relatório ou fazer um orçamento, formados em cursos de ciências exatas não conseguem resolver equações simples ou estagiários em processo de finalização de curso ignoram as regras básicas da linguagem desrespeitam regras e normas nos ambientes corporativos.

Do mesmo modo, em 2000, o Brasil tinha pouco mais de mil instituições de ensino superior. Quinze anos depois são mais de 2500 e, aproximadamente, 75% são particulares. Nas particulares a pesquisa e desenvolvimento é mera  retórica. A maioria delas, de acordo com  Tristan McCowan, pesquisador europeu, nem deveriam ser classificados como instituição de ensino superior.

Com toda a certeza, neste caso do Brasil, quantidade não significou e nunca vai significar qualidade e capacidade em formar profissionais éticos.

Geração Diploma

De acordo com texto recente (Quem quer ser profissional de profissão em extinção?), abordei a questão de profissões em extinção e profissões ditas do futuro. Profissões que são tratadas de maneira perversa e criminosa por escolas que visam somente receber uma “graninha” para satisfazer os mercadores da educação. Os candidatos a diplomas de curso superior nem imaginam as arapucas que estão entrando quando escolhem determinados cursos que não darão nenhum futuro. A questão é, quer fazer um curso sob ameaça de empregabilidade? Faça! Mas seja o melhor ou esteja entre os 5 melhores da turna, senão …

O número de portadores de diploma de curso superior, que viraram estatística como desempregados de 2014 pra cá, supera a barreira dos 50%. O mito de que precisa ter diploma de curso superior foi derrubado. Esta perspectiva havia sido identificada (segundo mandato do Governo Lula) e a criação de institutos federais de ensino (IFETs), privilegiando a formação local e descentralizada do ensino de nível pós-médio e técnico. Esta estrutura não foi totalmente montada e está sendo destruída pela nova proposta do governo golpista.

Por exemplo, quando vemos a proposta de união de dois dos maiores grupos educacionais(???)  do país – Kroton e Estácio – engolindo as pequenas é o sinal. Instituições de educação que deveriam respeitar as vocações locais se locupletando e sobrevivendo de FIES, para oferecer diploma sem sentido, temos a certeza que o modelo faliu.

Geração Diploma despreparada

Ver profissionais pessimamente qualificados, dentro das empresas,  e posando de pensadores, sem que tenham a capacidade de escrever uma lauda sobre o tema que trabalham no dia-a-dia, é deprimente. Pior que a geração “nem-nem” (“nem” estudam e “nem” trabalham) tá inventando de virar empreendedor via startups. Assim sendo, os Millennials que superam a Geração Diploma (pelo menos fazem melhor a divulgação de suas pretensões) atropelando a tudo e todos.

Acreditem quando algum profissional bradar por socorro ou gritar “Perigo à vista” !

 

 

Imagem: Reprodução Linkedin

 

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