A Soberba - Pecado Digital

Pecados digitais – A Soberba

Pecados

Anteriormente, publiquei textos que versavam sobre pecados. Falei sobre os pecados capitais(1) e dos pecados digitais(2) associados a algumas plataformas. Certamente, aqueles pecados do Século XIV expandiram-se e ganharam as redes sociais neste início de Século XXI. Sendo assim, é necessário demonstrar que pecados como a soberba ganham mais ou menos espaço dependendo da plataforma.

Neste caso, destacamos a plataforma LinkedIn como a que mais possui usuários que praticam este pecado, sem o menor pudor ou culpa.

Soberba

Por definição, no dicionário podemos ter um pouco da ideia de que comportamento estamos nos referindo.

Soberba - Michaelis - Online

Michaelis – Online

Observa-se que a segunda acepção é, com toda a certeza, um pecado capital, digital e tem a prática livre.

LinkedIn – A soberba

Adaptando-se o pecado às redes sociais, soberba é o apego excessivo e descontrolado pelos bens materiais e pelo dinheiro. No mundo da fé e da religião seria a substituição de objetivos, deixando Deus em segundo plano. É provável que seja o pecado mais tolo por se firmar em possibilidades e convicções pouco factuais.

A plataforma LinkedIn tem associação com o pecado capital da soberba por causa da forma como algumas pessoas a utilizam. Surpreendentemente, o LinkedIn deveria ser uma rede social profissional factual e não do imaginário individual. Entretanto, ao permitir que  seus usuários criem perfis que destaquem habilidades e virtudes não verificáveis, cria-se um impasse.

Contudo, algumas pessoas usam o LinkedIn de maneira inspiradora, se gabando de suas virtudes fora de controle. E, com toda a certeza, estas pessoas não somente se parecem arrogantes e egocêntricas, são assim mesmo. Com efeito, estas pessoas postam atualizações constantes sobre seus sucessos, projetos, promoções e outras fantasias. Sendo assim, buscam chamar a atenção para si mesmos de maneira exagerada, numa demonstração clara de soberba.

Pecado no mundo digital

Em primeiro lugar, dizem por aí, e é verdadeiro, que para cada rede social existe um pecado capital que lhe serve como uma luva. Particularmente, acho um grande despropósito associar e fazer analogias entre editorias diferentes como política, futebol, religião e trabalho. Surpreendentemente, estou acompanhando muitas destas redes e fico assustado com a falta de cerimônia das pessoas nestes espaços virtuais. Em outras palavras, este povo de rede social trata tudo “como se não houvesse amanhã“. Ao mesmo tempo, é como se todo mundo não passasse de um bando de teleguiados.

Em segundo lugar, parafraseando Umberto Eco, eu diria que: “… no momento que a Internet permite que todos pequem, permite que um elevado número de imbecis sejam pecadores…”.

Além disso, a utilização do LinkedIn para exibir uma imagem de sucesso profissional que pode não ser totalmente verdadeira. As pessoas  podem exagerar seus feitos ou realizar outros tipos de “sinalização de virtude” e ter cúmplices, impunemente. Ao demonstrar virtudes inexistentes, com “likes” de reconhecimento para agradar, cria-se a cumplicidade da soberba coletiva. Por outro lado, quem conhece as pessoas, as vê como aquilo que realmente são. Portanto, uma pessoa ter algum trejeito de meritocracia ou demonstrar orgulho excessivo, pode ser uma cilada.

Sem controle

Enfim, tudo isso pode levar a uma percepção de arrogância por parte de usuários atentos do LinkedIn. Em outras palavras, enquanto alguns têm foco apenas em autopromoção, outros privilegiam compartilhar conhecimento e apoiar quem precisa. Esses comportamentos antagônicos à soberba podem, falsamente, ter associação com virtudes como a humildade, cooperação e sobriedade.

Os pecados capitais são uma invenção bem bolada e os pecadores digitais se aproveitam das redes sociais. Servem para justificar um monte de coisas que as pessoas não podem fazer para “conquistar os céus” e a nuvem. Por outro lado, os pecados apresentam graves desvios com a adoção da tecnologia. E, com toda a certeza, nem os mais ferrenhos pregadores e “top voices” deixam de cometer seus pecados.

Em suma, nunca os usuários “mortais” do LinkedIn estiveram no controle da rede e vão na onda de usuários que vivem de aparências e soberba.

Os despropósitos na rede LinkedIn, não diminuem, só comprovam que as aparências estão nas mentes e corações da maioria.

P. S.

Existem um dilema na questão da soberba e sua associação com o LinkedIn. Quem é mais pecador, os profissionais soberbos do LinkedIn ou os recrutadores de plataformas de avaliação de currículos e pessoas?

Ó duvida cruel !

 

(1) “Pecados capitais – Do Século IV ao Século XXI

(2) “Pecados – As origens e o mundo digital

 

Imagem: Reprodução Internet

Nota do Autor

Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.

  • Os textos de “Entre sem bater” são opinativos/informativos, inquestionavelmente com o objetivo de estimular a reflexão e o debate.
  • Sugestões, indicações de erro e outros, uma vez que tenham o propósito de melhorar o conteúdo, são importantes. Basta enviar  comentários via e-mail para pyxis at gmail.com, página do Facebook, associada a este Blog, ou perfil do Twitter.
  • Alguns textos sofreram revisão, outros ainda apresentam erros (inclusive ortográficos) e sofrerão correção à medida que tornam-se erros graves (inclusive históricos).
  • Algumas passagens e citações podem parecer estranhas mas fazem parte ou referem-se a textos ainda inéditos.

Agradeço a todos e compreendo os que acham que escrevo coisas difíceis de entender, é parte do “jogo”.

Deixe um comentário