Presidência da República - Reprodução Internet

O tamanho da Presidência da República

Tamanho no Planalto Central

A experiência profissional que vivi na Presidência da República e no Planalto Central por mais de dez anos, foram bastante lúdicas em relação ao que vivencio atualmente.

Em primeiro lugar, é necessário mostrar às pessoas que em Brasília, no Governo (em todas as esferas e Poderes) existem pessoas que não são representadas por políticos, eleitos ou indicados. Realizar atividade profissional, em qualquer órgão do governo, e notadamente em Brasília, é um grande sacrifício. Desse modo, tem que ter estômago e muita paciência para ouvir piadinhas de todos os tipos, assim como antevejo alguns tipos de comentários.

Enfim, este texto tem a ver com certos setores profissionais e estará, com toda a certeza, intimamente relacionado com a política e eleições de 2022. E, adicionalmente, afirmo que, com toda a certeza, aquela Esplanada dos Ministérios é imensa, descomunal.

Bem-vindos aos textos diretamente relacionados às eleições, faz-se necessário, antes que comecem a dizer que não falei de flores.

Presidência da República

Uma das coisas que aprendi enquanto estive atuando em uma autarquia vinculada à Presidência da República é que aquela instância nunca dá folga para seus profissionais. Muito embora possa parecer que o Presidente da República tenha férias “top”, o conjunto de profissionais, de todas as especialidades, que trabalha 24×7 é impressionante. Por outro lado, os recursos financeiros e logísticos necessários a qualquer atividade da Presidência da República são inimagináveis e até vistos como desnecessários.

Por exemplo, quantas pessoas sabem que, para uma viagem a determinado país onde o saneamento básico é deficiente, faz-se necessário levar até água?

Este é apenas um exemplo de que aquilo que a mídia mostra nem sempre reflete o que está por trás dos bastidores, antes, durante e depois de uma simples viagem.

Portanto, é importante esta introdução pois o que faz o atual presidente da república em relação às viagens a declarações é impressionante.

Tamanho do cargo

Um amigo, com o qual passei grande parte da minha temporada em Brasília, numa das muitas discussões de happy hour introduziu a discussão sobre “tamanho do cargo”, “tamanho da função”, “tamanho da pessoa“. Certamente, para todos aqueles que nunca se envolveram com política isso pode parecer estranho ou até mesmo pouco importante.

A questão de “tamanho” diz respeito a o que se espera de um cargo, função e da pessoa e como se equilibram para que o melhor seja doado ao país. Assim, um profissional pode não ter “tamanho” para uma função, e aqui começamos por exemplos recentes que a população identificou. É provável que, a partir daqui, alguns leitores comecem a discordar e a citação deste exemplo é somente uma dentre muitas. Vou escolher para “Cristo” o presidente atual da Fundação Palmares. Um completo desqualificado, débil mental e serviçal do que pior existe em relação aos negros, à cultura herdada dos ancestrais africanos e um negacionista da escravidão.

Não existe ninguém no gozo das sanidades mentais que possa defender uma pessoa tão pequena numa função e cargo como o que ele ocupa.

Desse modo, a frase de um negro parece saltar aos olhos de todos que conseguem pensar nesta relação de “tamanhos”.

Reprodução: Pensador

Mitos e Lendas da Presidência da República

À princípio, eu pensava que os principais representantes do Poder Executivo (União, estados e municípios) podiam muito, podiam quase tudo, independente da qualificação. Exerci atividades profissionais nas três esferas e consegui avaliar bem como funcionam estes Poderes e a relação com os outros dois poderes. Surpreendentemente, constatei que o chefe do Executivo, em qualquer tamanho, é refém do Poder Legislativo e que se os parlamentares não quiserem, ele não governa.

Desse modo, fica mais fácil compreender a loucura a que estamos sendo submetidos nos últimos dias ou semanas. Uma vez que, antes mesmo da posse do atual ocupante da Presidência da República, algumas acusações – Wal do Açaí(1) e Atentado do Adélio – caíram num verdadeiro buraco negro.

Por outro lado, o STF já questiona o “engavetador” de plantão (Augusto Aras) começa a ser pressionado pelo STF(2) por investigações que sejam menos lendas e mais realidade.

Montesquieu

Um dos pensadores que motivou a Revolução Francesa tá fazendo muita falta, se bem que se ele estivesse por aqui iria ser chamado de comunista. Escrevi um texto(3) em que eu abordava a questão do Poder Judiciário e as influências que vemos, no Brasil, deste Poder e o desequilíbrio entre poderes no país.

Assim sendo, a leitura que faço do Brasil é que seja para a Presidência da República, para outras pessoas instituídas em várias funções, ficamos pequenos a cada semana e pronunciamento.

Ver notícias e a mídia se deleitando com o presidente da república dizendo que “somos exemplo para o mundo na pandemia” (tentando mostrar como exemplo bom). Verificar que a economia está em declínio e as manchetes falam em “crescimento do emprego”; ler sobre a posição do presidente e ministro da saúde sobre passaporte e pedido médico para que nossos filhos sejam vacinados, é muito próximo do fim.

O fim de um país

A diminuição do tamanho do país exige que qualquer que seja o presidente da república eleito em outubro tenha Medidas Provisórias em todos os setores (Saúde, Economia, Educação, Trabalho, Emprego, Cultura, Relações Exteriores, Agricultura, Meio Ambiente, Abastecimento, Ciência, Pesquisa, Cidadania etc.). Qualquer programa de Governo, de qualquer candidato que tenha tamanho minimamente superior ao atual ocupante do Planalto, deve prever estas MPs.

O tamanho do país não pode chegar até onde chegamos, saímos de uma nação integrante do BRICS, com atuação e reconhecimento em diversos setores no planeta para uma nação pária até na saúde. Não merecemos tamanha pequenez e insignificância global.

Enfim, tudo isso parece estar na mente de cada cidadão brasileiro que consegue pensar minimamente, exceto de grupos de seguidores de perfis falsos, conhecidos como robôs. É assustador a quantidade de pessoas que não conseguem entender, minimamente, as “leis” preconizadas por Montesquieu.

O meteoro não veio e muita gente acreditou e ainda segue, limitados por suas viseiras, o lema “não olhem para cima“.

 

(1) “Caso Wal do Açaí chega a três anos e meio sem conclusão na reta final do mandato de Bolsonaro

(2)Álibis de Aras perdem força e STF amplia pressão sobre investigações de Bolsonaro

(3) “Revisitando Montesquieu no Século XXI

 

Imagem: Reprodução Internet

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