Guerra entre Rússia e a Ucrânia
A guerra entre a Rússia e a Ucrânia pariu milhões de especialistas no Brasil em relações internacionais. Como se não bastasse, o pais se viu tomado pela por modinhas de Google (depois da COVID-19 tinham que falar de outra coisa). Desse modo, o diversionismo provocado no Brasil, em tempos de eleições gerais, torna o país um circo de horrores.
Um mapa da mídia em relação a catástrofes e guerras exemplifica bem o que estamos presenciando.

Mídias e as guerras – Adaptação Twitter
Logo após as doses de reforço contra o vírus da pandemia, tivemos a crise das enchentes na Bahia e Minas. Adicionalmente, seca no sul do país e uma férias do presidente, que emendou uma visita à Rússia e à Hungria.
O cidadão brasileiro deveria prestar apoio às vítimas das chuvas em Petrópolis, mas preferem falar do Laudêmio, quando falam. Os noticiosos chegam ao descalabro de anunciar que: “… a OTAN é uma força de paz encravada na Europa …”.
É sério, queria saber onde este jornalista estudou e se ter diploma ou não o qualificou para usar horário nobre em rede de TV.
Fim do mundo? Com toda a certeza, não estamos nem perto. O mundo acabou em 2012, conforme previsão certeira dos Maias(1).
Assim sendo, sinto-me no dever de fazer uma analogia da situação do conflito Rússia e Ucrânia, com Minas Gerais. Certamente, os mineiros de bem, aqueles “raiz” e que manjam do mineirês, entenderão e poderão explicar para os outros brasileiros.
Minas Gerais, Rússia e Ucrânia
Falar sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia exige uma pesquisa mínima aos livros de História e não às opiniões de jornalistas parciais.
Desde que vi nascer, aos borbotões, especialistas em relações internacionais, fiquei pensando como não deixar de lado o pouco da história destes países. Após a separação da URSS, passei a observar alguns países, dentre eles a Ucrânia. Primeiramente, observei a performance destes países nas competições esportivas e, posteriormente, na economia e política global. No caso da Ucrânia, vi alguns documentários, especialmente pelas mudanças ocorridas em 2013 e 2014 (recomendo “Winter on Fire“(2)). Recentemente, vi um documentário sobre os processos de dopagem dos atletas russos e afirmo que são assustadores.
O que mais impressiona são as narrativas nas redes sociais de “normalidade” para descalabros na Rússia, na Ucrânia, e, Brumadinho (MG), Mariana (MG), Petrópolis (RJ) e tantos outros. Ainda que eu possa correr o risco de parecer mais um normalizador, resolvi arriscar a analogia usando escritores.
Escritores em Minas Gerais, Rússia e Ucrânia
De acordo com Guimarães Rosa, “Minas são muitas”. Portanto, não seria surpresa se Tolstói, Dostoiévski ou Maiakóvski tivessem escrito algo do tipo “a URSS são muitas…”. Com toda a certeza não devem ter escrito, mas serve para ilustrar a comparação. Com o propósito de pesquisar antes de escrever este texto, fui atrás dos escritores da Ucrânia. Surpreendentemente, descobri que existem até escritores ucranianos infantis. O que o mundo pensaria de escritores comunistas tratando com carinho obras literárias para os pequenos, ao invés de devorá-los.
Aqui faz-se necessária uma pausa para uma explicação. Existe um poema, de um brasileiro, Eduardo Alves da Costa. O poema, bem a propósito de guerras e abuso de poder, intitula-se “No caminho, com Maiakóvski” e tem muita gente “boa” que acha que é de um russo. É provável que tudo que descreve armas e arbitrariedade seja um atributo de comunistas e socialistas.
Os jacus
Em tempos de mudanças e eleições, o governador Romeu Zema sugere que empresas possam se instalar no Vale do Jequitinhonha. O motivo? As pessoas daquela região são tão pobres que aceitam qualquer salário. Parece estarrecedor mas encontra ressonância em muitos capitães-do-mato que se julgam acima da maioria dos brasileiros.
Assim como nosso capiau, o presidente da Ucrânia ascendeu ao poder depois de várias tentativas de estabilização frustradas naquele país. Um comediante que numa de suas piadas, de fuzil em punho, entrava na casa legislativa deles e atirava.
Com o propósito de alinhar os exemplos, um governador que incentiva a exploração dos necessitados e um presidente que mata políticos, alguma coisa está errada. Se bem que, neste conflito e neste trecho, não citei o Putin, mas este é diferenciado, e um exemplo é muito claro. O episódio dos atletas que utilizavam doping para praticar esportes. Quem faz isso com os atletas de seu próprio país, o que não faria com povos de outras culturas?
O mundo mineirês e a guerra
Já estamos com uma semana de guerra e as ações das nações beligerantes estão meio barro meio tijolo (expressão mineira). Este Zelenskyy é um cara vacaiado (tem até dois Y no final do nome), é como se o Tiririca fosse presidente do Brasil. O Putin é um intojado que está usando a história de ” A URSS são muitas ” para mostrar pro mundo que defende os iguais a ele na Ucrânia.
Vamos imaginar que o pessoal de Serra dos Aimorés (MG), como meu amigo Carlos “Baiano” Ferrer vire região da Bahia. E os governantes da Bahia tirem deles o direito de falar o mineirês. O atual governador vai dizer que eles podem se unir à Bahia, como fizeram dirigentes da antiga URSS com províncias anexadas à Ucrânia. Mas deixar de falar o “uai“, ô sô, num pode, e vai dar o maior bololô.
E não têm analista de relações internacionais que vai entender, a não ser que seja mineiro-raiz.
Sem dúvida, na condição de mineirinho come-quieto, fico rindo desses cabras que acham que teremos a terceira guerra mundial. É como se baianos e mineiros resolvessem brigar por um pedaço de terra, vai muito além disso.
Economia global
Do mesmo modo que a economia global gira em torno dos interesses dos países ricos e do petróleo, o conflito entre Rússia e Ucrânia interessa a poucos no planeta. Mas que milagre é este que anticomunistas, como o atual ocupante do Palácio do Planalto foi visitar Putin, deu uma passadinha na Hungria?
É claro que ações como acabar com as fábricas de fertilizantes no Brasil, aprovar mais veneno para a agricultura tem tudo a ver. O bloqueio comercial à Rússia, por exemplo, significa que o Brasil se ferrou com os fertilizantes, a conta vai chegar para o próximo mandatário.
Será que vocês conseguem entender o tamanho do buraco?
É como se Minas Gerais declarasse que iria invadir a Bahia e o minério de ferro que exportamos não pudesse ser vendido para o resto do mundo. Alguns países iam tocar o “foda-se para a Bahia“. Se bem que algumas guerras (das centenas desde o final da Segunda Grande Guerra) não deram em nada para ataques e massacres.
Dostoiévski
Aqui, xó ti falá, em sua obra “O Idiota“, Dostoiévski escreve “A alma é curada no convívio com as crianças” e a briga entre bondade e maldade não pertence a elas. Assim estão russos e ucranianos, massacrando crianças e causando dor aos pequenos infantes. Ver um pai mentindo para os filhos, ao dizer que estão em viagem para ver parentes, é doloroso. Da mesma forma é triste vermos brasileiros morrendo de fome e as redes sociais debatendo sobre fake news.
Enfim, estamos em tempos nebulosos e cheios de “peritos” nas relações internacionais. Minas, Rússia e a Ucrânia são muitas e os governantes não querem nem saber. Como se não bastasse, a mídia fica 24h por dia produzindo diários de bordo de jogadores de futebol e outras subcelebridades. Nesse ínterim, brasileiros morrem nas mãos de milicianos, passam fome nas ruas, ficam desempregados e deixam vítimas em Mariana, Brumadinho, Petrópolis. Tudo com a complacência das redes sociais e seus experts.
Solução
Em suma, 98% das pessoas que frequentam as redes sociais (inclusive jornalistas) fugiram das aulas de história, geografia, antropologia, filosofia, ciências e sociologia.
Se o rio Don separa a Rússia da Ucrânia, a separação entre os brasileiros vai além das fronteiras delimitadas desde as capitanias hereditárias. Estamos divididos num Fla-Flu insano em que torcedores agridem aqueles que lutam pela mesma causa.
A solução é simples: Chama o pessoal das regiões onde predomina o idioma russo e faz um plebiscito. Os habitantes decidem se ficam na Ucrânia ou se passam para a Rússia. Portanto, nada de ficar envolvendo quem não sabe nem da história destes povos.
Será que estes políticos e boquirrotos conseguem entender?
A humanidade não está preparada nem para o fim do mundo e, com toda a certeza, estamos vivenciando o fim do mundo.
#MAKTUB !
P. S. Se for verdade que Bolsonaro disse que “… só liga árabe, Rússia e China salvam o mundo…” estamos muito pior do que imagino.
(1) “O fim do mundo Maia e a inversão dos pólos“
(2) “Winter on Fire: Ukreine´s Figth for Freedom”
Imagem: Adaptação: La história con mapas
Nota do Autor
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