Entre sem bater - Norman Vincent Peale - Ruína do Elogio

Entre sem bater – Norman Vincent Peale – A Ruína do Elogio

Entre sem Bater

Este é um texto da série “Entre sem bater” ( Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. Norman Vincent Peale, com toda a certeza, não estava nos seus melhores dias quando falou sobre os efeitos na “ruína do elogio” .

Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente.

As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.

Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.

Norman Vincent Peale

Em primeiro lugar, tenho muita resistência àqueles que vivem de “orientar” as pessoas que se encontram em situação de desespero. Certamente, religiosos como Norman Vincent Peale encabeçam a minha lista de discordância e oposição. Contudo, algumas frases soltas podem ser reveladoras, mesmo que o autor da frase não a tenha como práxis.

Norman Vincent Peale (31 de maio de 1898 – 24 de dezembro de 1993) foi um clérigo protestante americano. Popularizou o conceito de pensamento positivo, por meio de seu livro best-seller O poder do pensamento positivo (1952 ). Serviu como pastor da Marble Collegiate Church, em Nova York, a partir de 1932, liderando a Igreja Reformada na América até sua aposentadoria em 1984. Além de seu ministério no púlpito, ele teve uma extensa carreira como redator e editor, além de apresentações de rádio e televisão. Argumentava  contra o envolvimento do clero na política, mas atuou politicamente no final dos anos 1930. Se envolveu com candidatos políticos nacionais e suas campanhas, tendo influência e até amizade pessoal com o presidente Richard Nixon. Após a publicação do best-seller de Peale em 1952, suas ideias se tornaram o foco de críticas de vários profissionais psiquiátricos, teólogos e líderes religiosos.

Fonte: Wikipedia (Inglês)

A Ruína do Elogio

A princípio, a expressão ( “arruinados pelo elogio” ) pode suscitar várias interpretações. Entretanto, como escrevi, a interpretação que dou é que Norman Vincent recomenda uma coisa e faz outra. O autor da frase e do best-seller “O Poder do Pensamento Positivo” fala, inegavelmente, que as pessoas preferem elogios fáceis. Assim sendo, é possível depreender que não existe nada mais certeiro do que a ruína do elogio a partir da salvação pelas palavras.

A Palavra

O clérigo estadunidense viveu da palavra e misturou editorias e as pessoas com ideias. Desse modo, fica complexo falar das ideias de um disseminador do pensamento positivo sem falar da pessoa. Pouco depois da publicação de seu livro, ele transformou-se em opositor de John F. Kennedy.

Disse o protestante quando a candidatura de Kennedy indicava a eleição: “… Diante da eleição de um católico, nossa cultura está em jogo“.

Se pensarmos bem, Norman fazia uma crítica e associava toda uma cultura de um país a um candidato, por convicções religiosas. Este comportamento se reproduz em vários países, inclusive, pouco tempo atrás, no Brasil.

Elogio e Crítica

Analogamente à ideia de Norman Vincent, eu costumava dizer nos meus ambientes profissionais algumas frases que não tinham boa recepção.

Por exemplo, reproduzo algumas ideias que podem ter associação com falsos elogios:

  • Em ambiente profissional, o objetivo primeiro deve ser o da organização e não o de relacionamentos pessoais.”
  • Não é agradável, em uma organização, profissionais com níveis hierárquicos diferentes e muitos sorrisos democráticos.”
  • Opiniões sobre editorias diferentes (política, futebol, religião etc.) não devem ser referência para avaliar trabalhos profissionais.”

Por outro lado, a crítica, para ter alguma aceitação, deve ser sobre as ideias e não sobre a pessoa. Desse modo, elogio e crítica devem ter separação clara de editorias, temas e características pessoais, senão vira paralogismo.

Mistureba

Desta forma, era comum, pelo menos pra mim, as pessoas não entenderem e levarem toda a crítica ou manifestação para o lado pessoal. Portanto, quando se misturam as preferências de cada um em política ou religião (como na frase de Norman) o resultado é ruim.

Assim sendo, podemos inferir que o clérigo protestante apontava seu dedo na direção dos que não aceitavam crítica, mas não aplicava a frase para si. Em quase todas as frases deste autor, a questão do pensamento positivo como solução para tudo é irritante.

Uma vez que é impossível termos pessoas em sincronia em todos os assuntos da nossa sociedade, resta-nos pensar sobre os efeitos do elogio. Certamente, o elogio fácil provoca a ruína de quem está fazendo ou pretende fazer algo. As organizações, sejam públicas ou particulares, e até mesmo as famílias, passam por grave contaminação.

A mistureba provocada pelas redes sociais rasteiras, superficiais e pueris, mesmo que bem intencionadas, só traz a ruína. Já que quando escreveu a frase não existia Internet e eram poucos os computadores, a gente perdoa o Norman Vincent. Contudo, não estamos dentre os que “preferem” a ruína do elogio à crítica.

É provável que sejamos muito poucos. Uma vez que somos bastante críticos com o que fazemos e falamos, podemos aceitar a crítica, desde que com fundamento e racional.

 

Imagem: Entre sem bater – Norman Vincent Peale – Ruína do Elogio

Nota do Autor

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Agradeço a todos e compreendo os que acham que escrevo coisas difíceis de entender, é parte do “jogo”.

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