Entre sem Bater
Este é um texto da série “Entre sem bater” ( ← Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. O Papa Francisco, do mesmo modo que todos os Franciscanos, deve conhecer bem as “Enormes Desigualdades” que assolam as nações.
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Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.
Papa Francisco
Pioneiro da América Latina no mais alto posto da Igreja Católica, Bergoglio também é um Papa diferente de tudo que a sociedade moderna vivenciou. É provável que nunca mais um Conclave Papal solte uma fumaça branca com outro Papa ainda vivo. Como se não bastasse, é um Papa que gosta de rock, de futebol e não abre mão de seus pontos de vista sobre a igreja. A temática das enormes desigualdades sociais está sempre presente em suas pregações.
Papa Francisco , SJ ( latim: Franciscus; italiano: Francesco; espanhol: Francisco; inglês: Francis). Nasceu Jorge Mario Bergoglio em 17 de dezembro de 1936 em Buenos Aires, Argentina. É o chefe da Igreja Católica, bispo de Roma e soberano do Estado da Cidade do Vaticano. Francisco é o primeiro papa a ser membro da Companhia de Jesus ( Jesuítas ), o primeiro das Américas, o primeiro do hemisfério sul e o primeiro papa de fora da Europa, desde o papado sírio no século VIII, Gregório III.
Fonte: Wikipedia (Inglês)
Enormes Desigualdades
O Papa Francisco fala das enormes desigualdades no contexto de violação de direitos humanos básicos, mas poderia ir muito além.
As enormes desigualdades econômicas existentes, principalmente nos países capitalistas, têm um impacto significativo sob a ótica de direitos básicos. Assim sendo, é necessário destacar os aspectos perversos que afligem aqueles sem condições sequer de reclamar por direitos.
Pobreza e Exclusão Social
A desigualdade econômica extrema resulta em altos níveis de pobreza e exclusão social. Desse modo, as pessoas que estão na base da pirâmide enfrentam dificuldades para atender às suas necessidades de sobrevivência. A ausência de acesso adequado à alimentação, moradia, saúde e educação cria um ciclo de privação recursivo. Certamente, isso afeta negativamente a qualidade de vida e as perspectivas futuras das pessoas.
Disparidade na Educação
O abismo da desigualdade econômica se reflete nas disparidades educacionais entre crianças de uma mesma região geográfica. A falta de recursos financeiros impede que as pessoas de baixa renda tenham acesso a uma educação de qualidade. Portanto, suas oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional enfrentam limites perversos. Assim sendo, perpetua-se a desigualdade numa mesma localidade ao longo das gerações.
Acesso à Saúde
Como se não bastasse a exclusão social e disparidade na educação, o acesso à saúde e aos serviços médicos sofre com a desigualdade econômica. A população de baixa renda têm mais dificuldade em obter cuidados médicos adequados e até medicamentos. Portanto, temos que considerar as disparidades de saúde significativas entre diferentes grupos socioeconômicos. Isso pode levar a uma maior incidência de doenças e a uma menor expectativa de vida para as pessoas mais pobres.
No caso do Brasil, por exemplo, algumas castas da medicina atuam, criminosamente, contra programas como o “Mais Médicos“. E, como se não bastasse, atuam para eliminar ou prejudicar ações como “Farmácia Popular“, “Médico de Família” e campanhas de vacinação.
Fragmentação Social
É provável que os efeitos mais perversos da desigualdade econômica tenham a compreensão da maioria das pessoas. Certamente, as enormes desigualdades perpetradas podem levar à fragmentação social, aumentando as divisões entre os grupos sociais. A falta de oportunidades e recursos para certos grupos pode levar à segregação espacial e ao isolamento social. Desde que exista o isolamento e segregação, elevam-se as tensões sociais, a marginalização e até mesmo conflitos. Os problemas e a fragmentação social avolumam-se e tem comprovação no aumento do racismo, do preconceito e da criação de “bolhas” sociais.
O Poder
O ciclo perverso inibe que as vítimas das enormes desigualdades entendam até o que significa o Poder, político e econômico. A concentração de riqueza e poder nas mãos de poucos indivíduos ou grupos resulta em desigualdades de poder significativas. Inquestionavelmente, haverá desequilíbrio no sistema político e influenciar a formulação de políticas públicas em favor dos interesses das oligarquias. Desta forma, as elites garantem seus benefícios, em desfavor dos grupos mais vulneráveis da sociedade. E os a pobreza e outras necessidades vão ficando escassas para a maioria sem poder político.
Cultura
Por último, e não menos importante, é o efeito da desigualdade econômica na área artística e cultura. Em outras palavras, até a arte e cultura reforçam estereótipos e divisões sociais. Por exemplo, associa-se a dança de rua a um tipo de camada social e o balé clássico a outras castas. A falta de oportunidades para certos grupos pode limitar sua capacidade de se envolver nas artes, na cultura e nas atividades sociais. Assim sendo, resulta-se na perda de diversidade cultural e no empobrecimento do patrimônio cultural da sociedade como um todo. E tudo isso não apenas em relação à cultura, nos esportes é possível comprovar o mesmo comportamento da sociedade.
Desigualdades Sociais – Capitalismo e Socialismo
Anteriormente, durante o período da Guerra Fria, as enormes desigualdades econômicas tinham diversas camuflagens. A queda do Muro de Berlim deu a falsa impressão que capitalismo e socialismo têm posições diferentes para estes conflitos. Contudo, o modelo de economia capitalista serviu de inspiração ao Papa Francisco para falar com seus conterrâneos.
As mazelas das desigualdades não se limitam apenas aos países capitalistas, mas ocorrem em diferentes sistemas econômicos em todo o mundo. No entanto, nos países capitalistas, onde a desigualdade de renda e riqueza individual é maior, esses efeitos tornam-se maiores.
Enfim, para combater essas desigualdades e seus efeitos, exige-se medidas políticas, econômicas e sociais de distribuição das riquezas. Surpreendentemente, os países ainda trabalham com a ideia de “PIB per capita“, o que provoca sérias distorções. Somente uma distribuição mais equitativa de recursos, possibilitará a construção de sociedades mais justas e inclusivas.
O recado do Papa Francisco, cujo anúncio ocorreu há mais de dez anos, ainda não teve a compreensão necessária dos políticos e rentistas.
Imagem: Entre sem Bater – Papa Francisco – Enormes Desigualdades
Nota do Autor
Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.
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