Entre sem Bater
Este é um texto da série “Entre sem bater” ( ← Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. Padre Antônio Vieira viveu num momento da história do Brasil de um “Resplendor” questionável.
Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente.
As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.
Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.
Pe. Antônio Vieira
Padre Antônio Vieira viveu num Brasil-Colônia difícil e cruel. Seu trabalho foi árduo, sobretudo pela sua proposta de defender povos originários e escravos. Algumas de suas frases, sob análise fora de contexto, podem parecer falsas ou com intenções estranhas. Contudo, seu trabalho de evangelização não estava a serviço do colonizador. É provável que muitos que estudarem o trabalho do padre não vão conseguir transpor suas ideias para os tempos atuais.
António Vieira (Lisboa, Sé, 6 de fevereiro de 1608 — Salvador, 18 de julho de 1697), mais conhecido como Padre António Vieira. Antonio Vieyra (na grafia original) foi um filósofo, escritor e orador português da Companhia de Jesus. Um dos mais influentes personagens do século XVII em termos de política e oratória, destacou-se como missionário em terras brasileiras. Nesta qualidade, defendeu incansavelmente os direitos dos povos indígenas combatendo a sua exploração e escravização. Foi responsável pela evangelização de muitos nativos e escravos. Desse modo, muitos o conheciam como “Paiaçu” (Grande Padre/Pai, na língua Tupi).
Fonte: Wikipedia (Português)
Resplendor
Com toda a certeza, muitas pessoas brilham muito além das suas capacidades de iluminar ou mostrar algum brilho. Desde que as redes sociais aceitaram qualquer pessoa, fazendo qualquer coisa, o resplendor de pessoas não é mais o mesmo. E, como se não bastasse, existem mecanismos para isolar todos aqueles que questionarem os falsos resplendores.
Ordinários
A palavra ordinário pode ter, atualmente, acepções que não seriam exatamente a ideia que o Pe. Antônio Vieira queria transparecer. Entretanto, a mensagem do orador lusitano sobrevive e ganha um simbolismo maior em tempos de perfis falsos.
Assim sendo, é importante ressaltar que o resplendor só é falso quando a luz que se propaga não ilumina nada do que promete. É, por exemplo, quando um influencer faz muito estardalhaço, ganha muito dinheiro e não mostra nenhum conteúdo. Com toda a certeza, os seguidores destes enganadores nas redes sociais preferem atacar quem critica ou tenta esclarecer.
Desta forma, como na ideia de envelhecer(1), somente a capacidade de saber e entender estes termos, nos dá a visão de grandes resplendores. Portanto, conseguimos ver muitas luzes e iluminação onde pode não existir grandes resplendores. Por outro lado, conseguimos ver o pouco brilho dos falsos brilhantes, mesmo que as luzes ceguem nossos olhos e mente.
Falso Brilhante
Assim como Pe. Antônio Vieira fez comparações entre grandes e pequenos resplendores, uma obra artística soube tratar bem esta ilusão.
O espetáculo Falso Brilhante(2), e suas belíssimas e desafiadoras canções, em pleno regime militar, demonstram que precisamos saber onde existe luz.
Desse modo, as letras das canções, na maioria dos casos, ensejam a necessidade de ler/ouvir e refletir.
Se é verdade o ditado popular de que “… nem tudo que reluz é ouro …” temos a possibilidade de transpor as ideias para hoje em dia. Desta forma é possível que tenhamos uma analogia para o resplendor de uma luz. Em outras palavras, é factível dizer que nem tudo que brilha é luz ou tem conteúdo.
Em suma, as redes sociais estão aí para comprovar, muita gente copiando tudo que vê sem ao menos entender da ideia. E, como sempre acontece, a maioria das pessoas não se dá ao trabalho de refletir sobre nada, quer só compartilhar. Consequentemente, perdem-se em narrativas cheias de repetição e mesmices, com pouca ou nenhuma luz de conhecimento.
Enfim, as tecnologias e redes sociais poderiam ensinar um pouco mais sobre falsos brilhantes e pouco resplendor.
As tecnologias da moda são puro resplendor. Muitas luzes, a maioria sem nenhum brilho ou sem nenhuma luz, mesmo que pequena, é tudo ilusão.
Vivemos na Idade das Trevas !
(1) “Entre sem bater – David Bowie – Envelhecer”
(2) “Falso Brilhante – Wikipedia”
Imagem: Entre sem bater – Pe. Antônio Vieira – Resplendor
Nota do Autor
Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.
- Os textos de “Entre sem bater” são opinativos/informativos, inquestionavelmente com o objetivo de estimular a reflexão e o debate.
- Sugestões, indicações de erro e outros, uma vez que tenham o propósito de melhorar o conteúdo, são importantes. Basta enviar comentários via e-mail para pyxis at gmail.com, página do Facebook, associada a este Blog, ou perfil do Twitter.
- Alguns textos sofreram revisão, outros ainda apresentam erros (inclusive ortográficos) e sofrerão correção à medida que tornam-se erros graves (inclusive históricos).
- Algumas passagens e citações podem parecer estranhas mas fazem parte ou referem-se a textos ainda inéditos.
Agradeço a todos e compreendo os que acham que escrevo coisas difíceis de entender, é parte do “jogo”.