Entre sem Bater
Este é um texto da série “Entre sem bater” ( ← Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Se a sociedade moderna digital entender o que disse Malcolm Knowles, a “Andragogia“, a pedagogia e a heutagogia, deveriam ter revisão urgente.
Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente. Uma adaptação textual, com redução, pode ter publicação em sites e outros blogs, como o “Recanto das Letras“.
As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.
Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.
Malcolm Knowles
Malcolm Knowles, os que o antecederam e os que dão sequência à andragogia com métodos e abordagens disruptivas, são essenciais para a sociedade. Por outro lado, a sociedade ignora estes pensadores e epistemólogos que pensam fora da caixinha e ousam ofender a mesmice. Esses humanistas deveriam ter suas obras e seus pensamentos sob debate desde a educação básica.
Malcolm Shepherd Knowles (24 de agosto de 1913 – 27 de novembro de 1997) foi um educador de adultos norte-americano , famoso pela adoção da teoria da andragogia —termo inicialmente cunhado pelo professor alemão Alexander Kapp. Knowles é considerado uma influência fundamental no desenvolvimento da Teoria da Aprendizagem Humanista e no uso de contratos ou planos construídos pelo aluno para orientar as experiências de aprendizagem.
Fonte: Wikipedia (Inglês)
Andragogia
Inquestionavelmente, citar Paulo Freire em qualquer rede social ou em qualquer texto, é motivo para uma polarização completamente non sense(*). Os métodos do educador brasileiro, certamente, tratavam da ideia de que a andragogia deve ser diferente da pedagogia. Embora o prefixo da palavra sugira algo com relacionamento exclusivo para o gênero masculino, a correta visão do termo é o mais importante.
Podemos, com toda a certeza, dizer que a definição do Wikipedia para Andragogy tem aceitação universal pelos pensantes.
Andragogia refere-se a métodos e princípios utilizados na educação de adultos. A palavra vem do grego ἀνδρ- ( andr- ), que significa “homem adulto“, e ἀγωγός ( agogos ), que significa “líder de“. Portanto, andragogia significa literalmente “liderar homens (homens adultos)”, enquanto “pedagogia” significa literalmente “liderar crianças”.
Fonte: Wikipedia (Inglês)
Desse modo, podemos afirmar que a maioria das pessoas, inclusive professores, confunde pedagogia, didática, andragogia e termos afins. Por isso, quando inserimos novas tecnologias, como as redes sociais, na sociedade, o aprendizado deve ser para adultos e não para crianças.
É provável que esta confusão seja uma das causas dos problemas e conflitos que vivemos nesta maluquice que a sociedade brasileira se transformou. Os opressores(1) querem que a educação brasileira seja um projeto que limite a capacidade das pessoas.
Sociedade e Educação
Podemos dizer, sem medo de errar, mas certamente com a possibilidade de angariarmos inimigos reais, que muitos perfis possuem pouca compreensão do tema. Nossa sociedade e os educadores não cuidaram, como deveriam, da educação de adultos. Os modelos de educação de jovens e adultos (EJA) estão em ação e a cada mudança de governantes, uma “Feia Verdade“(2) entra em ação.
Vivemos um processo de socialização digital em que a pedagogia tem os melhores métodos para as crianças e adolescentes. Por isso, aparentemente, estas gerações mais novas assimilam rapidamente a ideia por trás da sociedade digital. Por outro lado, os mesmos processos não dão certo para a maioria das pessoas, como tecnologias idênticas. Como se não bastasse, são os adultos que tem a obrigação de passar a usar tecnologias que fogem do seu universo de compreensão.
Por exemplo, uma pessoa de mais de 70 anos, que acostumou-se a receber sua aposentadoria na conta corrente e retirar tudo com o cartão. Atualmente, a obrigam a entender de cartão virtual no smartphone, de PIX, certificação digital e daqui alguns dias, de DREX. E qual foi o processo de andragogia que as autoridades, déspotas e aproveitadores utilizaram?
Os rigores da lei !
Tsunami da Desinformação
Assim sendo, e acreditando que a maioria dos leitores captou a mensagem sobre as diferenças entre andragogia e pedagogia, avancemos. O ponto a que chegamos é repleto de exemplos paradoxais. Muitos imaginarão que as duas vertentes da educação (para homens e crianças) são paradoxais. Contudo, entendemos que a inefável realidade é aquela que cada um de nós experimenta, e não aquilo que as redes sociais transmitem. Navegamos, com toda a certeza, num tsunami de desinformação que desorienta as bússolas mentais.
Em um mar de informações, as redes sociais se tornaram um oceano turbulento, onde a desinformação navega livremente. Desse modo, a educação digital ameaça indivíduos de todas as idades, dos seis aos 90 anos de idade. Para navegar nesse tsunami e garantir a construção de conhecimentos sólidos, a união da pedagogia e a andragogia emergem como soluções. Como se não bastasse, a educação digital ganhou um processo que joga a responsabilidade em cada pessoa, a heutagogia.
Pedagogia
A pedagogia, apresenta-se com ferramentas para o desenvolvimento de habilidades críticas e analíticas, essenciais para discernir o que é confiável no mundo digital. Através de métodos lúdicos e interativos, a pedagogia permite que os nativos digitais aprendam a navegar com segurança. Desse modo, essas ferramentas reconhecem os perigos da desinformação, buscando a segurança de uma informação e as fontes confiáveis. Contudo, as plataformas digitais sabem que muitos filtros, afastam gente boa e gente ruim, indistintamente, o que diminui o “faturamento”.
A pedagogia na construção de cidadãos digitais:
- Ensino de habilidades críticas: Desde cedo, é fundamental ensinar crianças e jovens a questionar informações, verificar fontes e buscar diferentes perspectivas. A pedagogia oferece ferramentas para o desenvolvimento do pensamento crítico, essencial para discernir fatos de opiniões e notícias verdadeiras de fake news.
- Educação para a mídia: A compreensão do funcionamento das mídias e seus mecanismos de influência é crucial para a formação de cidadãos críticos. A pedagogia pode incorporar a educação para a mídia no currículo escolar, promovendo a análise crítica de conteúdos e a produção de conteúdo responsável.
- Cultura da informação: A pedagogia pode fomentar a cultura da informação nas escolas, incentivando a pesquisa e a investigação. A construção de bibliotecas digitais e a curadoria de conteúdos de qualidade são ferramentas importantes nesse processo.
Andragogia
Já a andragogia, assume um papel crucial na educação digital da população mais madura e experiente. Através de métodos participativos e horizontalizados, a andragogia dá poder aos adultos para serem protagonistas de sua própria aprendizagem. Buscar conhecimento de forma autônoma e crítica e ser partícipe é o que a maioria quer, e não ser somente caixa de ressonância.
A andragogia educando adultos na era digital:
- Aprendizagem ao longo da vida: A andragogia reconhece que a educação é um processo contínuo. Por isso, deve-se oferecer neste modelo, ferramentas para que adultos aprendam autonomamente ao longo da vida digital. Isso é essencial em um mundo em constante mudança, onde as habilidades digitais precisam de atualização constante.
- Formação de profissionais digitais: O processo deve ter uso na formação de profissionais para áreas que exigem domínio de ferramentas digitais. Cursos e capacitação pelos meios digitais existem para atender às necessidades de diferentes públicos de trabalhadores e das organizações.
- Educação para a cidadania digital: A educação com este modelo deve promover ações para a cidadania digital entre adultos, com objetividade. Assim sendo, estarão conscientes dos riscos e desafios do mundo digital, como cyberbullying, crimes virtuais, golpes e fraudes.
Heutagogia
A heutagogia é o método no qual o aluno é o principal responsável pela busca do conhecimento e por sua evolução. Desta forma, ele é o agente principal de toda a sua aprendizagem. A definição de aprendizagem autodeterminada diferencia-se do autodidata natural em vários fatores, mas convergem em outros. A evolução da tecnologia, com o uso massivo de EaD (Ensino à Distância) reforçou a heutagogia de maneira assustadora. Como se não bastasse, muitos enganadores, do tipo coaches e vendedores de cursos online, responsabilizam os educandos pelos fracassos.
Convergindo Processos
Enfim, a convergência da pedagogia e da andragogia cria um ambiente de aprendizado inclusivo e eficaz. Assim sendo, diferentes faixas etárias podem desenvolver as habilidades necessárias para navegar no mundo digital. A separação da andragogia e pedagogia permite o desenvolvimento específico, dependendo das faixas etárias. Por outro lado, as modernas tecnologias, plataformas digitais, inteligência artificial e outras, colocam tudo a perder com a heutagogia comercial.
A pedagogia e a andragogia, juntas, indicam um futuro onde a educação digital seja um direito de todos, da infância até a idade adulta. Através da convergência de suas metodologias, podemos criar ambientes de aprendizagem dinâmicos e inclusivos. Com toda a certeza, todos indivíduos desenvolverão as habilidades necessárias para navegar responsavelmente no mar de informações da era digital.
Em suma, combinar o ensino de habilidades críticas e analíticas com a promoção da aprendizagem autônoma e cidadania digital é possível. Podemos superar, sem dúvida, o tsunami da desinformação e garantir que as pessoas frequentem as redes sociais de forma consciente e crítica. Certamente, construir conhecimento sólido e fazer seu compartilhamento(3) é a saída para uma sociedade mais consciente.
Amanhã tem mais …”
P. S.
(*) Declarando-me quase como um leigo no estudo e compreensão de métodos de ensino, admiro educadores como Paulo Freire. Junto a outros, como o sociólogo Darcy Ribeiro, perceberam que o problema do Brasil está na educação.
(1) “Entre sem bater – Paulo Freire – Os Opressores“
(2) “Entre sem bater – Darcy Ribeiro – Feia Verdade“
(3) “Entre sem bater – Leonard Nimoy – O Compartilhamento“
Imagem: Entre sem Bater – Malcolm Knowles – Andragogia
Nota do Autor
Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.
- Os textos de “Entre sem bater” são opinativos/informativos, inquestionavelmente com o objetivo de estimular a reflexão e o debate.
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