Entre Sem Bater - Tony Blair - Populismo Outsider

Entre Sem Bater – Tony Blair – Populismo Outsider

Entre sem Bater

Este é um texto da série “Entre sem bater” ( Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória”). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento de muitos, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. O “Populismo” mudou, um giro em direção à direita de 180°, certamente algo que o político Tony Blair soube identificar e praticar.

Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente.

As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.

Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.

Tony Blair

É provável que o período em que Tony Blair esteve à frente da política da Grã-Bretanha foi o mais real daquele país, no pós-guerra. Entretanto, os anglo-britânicos(*) não se deram conta da tragédia que acontece quando se apoiam em conservadores. Aliás, o Império Britânico, ao redor do mundo, vai ter muitas mudanças, especialmente com seu novo Rei Charles III.

Sir Anthony Charles Lynton BlairKG (nascido em 6 de maio de 1953) é um político britânico que serviu como primeiro-ministro do Reino Unido de 1997 a 2007 e líder do Partido Trabalhista de 1994 a 2007. Ocupou vários cargos no gabinete paralelo de 1987 a 1994. Blair foi Membro do Parlamento (MP) por Sedgefield de 1983 a 2007. Ele é o segundo primeiro-ministro mais antigo na história britânica do pós-guerra (depois de Margaret Thatcher) e o político trabalhista mais antigo que ocupou o cargo.

Fonte: Wikipedia (inglês)

Populismo

Frase Original

O problema é que parte do populismo tanto da extrema esquerda como da extrema direita pode fazer um tweet, mas não fazer uma política. E, você sabe, quando você está lidando com questões tão importantes e sérias como essa, eu entendo porque as pessoas buscam soluções simples.” (Tony Blair)

A Evolução do Populismo – da Esquerda às Elites e à Extrema-Direita

Historicamente, o populismo tem, frequentemente, vinculação com a esquerda política e os movimentos socialistas. Líderes da esquerda recebiam acusações de usar o populismo para mobilizar as massas trabalhadoras contra as elites econômicas e políticas. Imaginava-se, desta forma, que defendendo reformas sociais e econômicas as desigualdades se reduziriam.

Com toda a certeza, o termo populismo pode existir desde que os conceitos de democracia surgiram na Grécia Antiga. Contudo, nunca houve, antes do Século XIX, uma associação direta entre o populismo e a proposta de democracia real. Desse modo, somente as repúblicas e nações com certo nível de democracia, podem experimentar o populismo real.

Com toda a certeza, nas últimas décadas, o populismo passou por uma transformação significativa.

Tempos Modernos

Assim sendo, podemos resumir algumas mudanças importantes e recentes em três tópicos, dentre outros específicos de cada nação:

  1. Populismo de Direita: Recentemente, o populismo ganhou, inquestionavelmente, a mente de políticos de direita. Esses líderes usam retórica populista para criticar a imigração, a globalização e outras questões. Eles (os manipuladores) consideram ameaças à identidade nacional e à segurança econômica todos os seus dogmas. Temos, por exemplo, mandatários como Donald Trump nos EUA e Marine Le Pen na França, que chegaram ao poder com a ajuda destes discursos.
  2. Populismo das Elites: Curiosamente, figuras que fazem parte da elite econômica ou midiática se posicionam como outsiders populistas. Eles utilizam sua plataforma para criticar o próprio sistema do qual fazem parte, alegando que são os únicos capazes de consertá-lo. Essa estratégia funciona em muitos casos, conquistando eleitores ignorantes e que abominam a política tradicional. No Brasil, por exemplo, governadores e prefeitos ganham eleições com o discurso “não sou político”. Entretanto, mostram suas garras logo após tomarem posse.
  3. Populismo Ditatorial: Em alguns países, por outro lado, líderes com tendências autoritárias também adotaram o populismo. Eles se apresentam como defensores do povo contra instituições corruptas e centralizam o poder em suas mãos. Decerto, o argumento de que estão agindo no melhor interesse da nação, convence muitos, especialmente os mais influenciáveis. Os exemplos mais notórios incluem Erdoğan na Turquia, Orbán na Hungria, Rodrigo Duterte nas Filipinas.

Populismo Outsider

Para muitas pessoas, sem interesse por política e eleições, o termo “populismo outsider” pode parecer um jargão complexo. No entanto, é um conceito importante para entender as mudanças que ocorrem na política global e até mesmo na política local.

Populismo, de maneira geral, refere-se a uma abordagem política(1) que pretende representar os interesses do “povo comum”. Assim sendo, é, ou deveria ser, uma oposição a uma elite que pratica a corrupção e distancia-se das necessidades reais da população. Quando falamos de um “outsider“, nos referimos à hipótese de um político ou de um movimento que surge fora do ambiente político tradicional. No caso dos indivíduos seria, sem dúvida, alguém que não teve uma carreira política convencional.

Portanto, “populismo outsider” é quando alguém adota uma retórica populista para ganhar apoio eleitoral e nada mais. Esses outsiders se apresentam como salvadores que desafiarão o status quo e corrigirão os erros do sistema vigente. A maioria deles abomina o Estado, mas corre para ele quando não consegue mostrar sua capacidade de resolver problemas de verdade.

Por que isso importa?

Entender este tipo de prática política é crucial, pois ele tem um impacto profundo na política moderna e na vida das pessoas. Líderes populistas, sejam de esquerda, direita ou parte das elites, tendem a polarizar sociedades e desafiar instituições democráticas. As mudanças radicais necessárias nem sempre surgem com facilidade. Eventualmente, implementam-se políticas controversas que podem ter efeitos duradouros, mas que atendem a minorias ou às elites.

Em todos os mandatos, para existir governabilidade do Poder Executivo, é preciso apoio do Poder Legislativo. Desta forma, notadamente, o brasileiro não entendeu ainda o mecanismo das eleições, desde o município. Por vezes, ele vota num candidato ao Executivo e negligencia seu voto para o Legislativo. E é neste contexto que surgem os políticos de caráter duvidoso, especialmente com a explosão sem controle das redes sociais.

Redes Sociais

Portanto, mesmo para quem não se interessa tanto por política, é importante reconhecer as características e implicações do populismo outsider. Esse fenômeno não é apenas uma retórica política, mas de como as sociedades e os cidadãos se relacionam com seus líderes e entre si. As redes sociais tornaram o populismo de direita muito fácil de fazer. É muito comum os ataques dos populistas de extrema-direita a tudo. As meias-verdades(2) e as mentiras, sobretudo as fake news, são as armas da preferência destes candidatos a déspotas e de seus serviçais.

Duas frases devem dar uma dimensão de como o tema é importante, especialmente neste ano de eleições municipais no Brasil.

  • Existem duas formas de populismo, o populismo de esquerda e o populismo de direita. O populismo de direita exige a difamação de um outro. O populismo de esquerda tende a ser sobre quem tem e quem não tem.” (David Remnick)
  • O populismo é perigoso.” (“Bibi” Netanyahu)

Enfim, esta é uma abordagem política que ganha cada vez mais destaque no cenário global. Altera, inquestionavelmente, a dinâmica tradicional entre líderes, eleitores e instituições. Sua evolução da esquerda para a direita, das massas para as elites, e em direção a tendências ditatoriais é perigosa e mortal. Embora mostre uma flexibilidade e se adapte às circunstâncias e aos contextos específicos, é um perigo para a democracia.

O autoritarismo tem indicadores que se encaixam, perfeitamente, em perfis de políticos populistas outsiders que, atualmente, vencem eleições.

Viva o populismo gourmet, viva o populismo outsider ! #SQN. Não compartilhe nada dos populistas e de seus pusilânimes vassalos.

 Amanhã tem mais …

P. S.

(*)  Certamente, muitas pessoas confundem os termos e os gentílicos. O Professor Clebinho explica com enorme simplicidade.

(1) “Entre Sem Bater – Duda Salabert – A Política Tupiniquim

(2) “Do ódio gerado pelas meias-verdades

 

Imagem: Entre sem Bater – Tony Blair – Populismo Outsider 

Nota do Autor

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