Entre Sem Bater - Albert Einstein - Não sou Positivista !

Entre Sem Bater – Albert Einstein – Não sou Positivista !

Entre sem Bater

Este é um texto da série “Entre sem bater” ( Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. Einstein era, acima de tudo, um gênio, que fez questão de ser realista e declarar-se não “Positivista“.

Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente.

As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.

Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.

Albert Einstein

Reitero que, sobre Einstein, prefiro indicar um espaço sobre seus trabalhos e frases ( Wikiquote ) que trazem ideias sensacionais. Einstein será presença constante aqui nesta trilha e não serei um a adotar a obediência cega ou praticar o apelo à autoridade. Nossa civilização no Século XXI não seria a mesma sem Einstein, chamá-lo de um físico-teórico é um absurdo inominável. E suas ideias sobre qualquer tema, inclusive sobre não ser um positivista, sempre são instigantes.

Albert Einstein14 de março de 1879 – 18 de abril de 1955) foi um sico teórico nascido na Alemanha. Mais conhecido por desenvolver a teoria da relatividade, ele também fez importantes contribuições para o desenvolvimento da teoria da mecânica quântica e, portanto, para a física moderna. Sua fórmula de equivalência massa-energia “E=mc2“, que surge da teoria da relatividade, foi apelidada de “a equação mais famosa do mundo”. Seu trabalho também é conhecido por sua influência na filosofia da ciência. Ele recebeu o Prêmio Nobel de Física de 1921 por seus serviços à física teórica. Sua descoberta da lei do efeito fotoelétrico, um passo fundamental no desenvolvimento da teoria quântica. O Einsteinium, um dos elementos sintéticos da tabela periódica, foi nomeado em sua homenagem.

Fonte: Wikipedia (Inglês)

Positivista

Algumas palavras tem uma definição muito simples no dicionário. Positivista é uma delas.

positivista ( po·si·ti·vis·ta )

adjetivo de dois gêneros

1. Que diz respeito ao positivismo.

substantivo de dois gêneros

2. Pessoa que professa o positivismo.

Origem etimológica: positivo + -ista. Palavras relacionadas – comtista(*)

Fonte: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa

Ao contrário de outros termos, que possuem muitos contextos, este é fácil de explicar e entender. Temos, por exemplo, termos como otimista(1) e polarização(2) que relacionam-se com o pretenso positivismo que reina nas redes sociais. Entretanto, a complexidade destes termos passa longe do que Einstein disse.

A frase original de Einstein, com divulgação em vários portais de frases famosas é maior:

Não sou positivista. O positivismo afirma que o que não pode ser observado não existe. Essa concepção é cientificamente indefensável, pois é impossível fazer afirmações válidas sobre o que as pessoas ‘podem’ ou ‘não podem’ observar. Alguém teria que dizer ‘só o que observamos existe’, o que é obviamente falso.” Einstein (AZ Quotes)

O pensamento de Einstein, em conexão com o mundo real e científico, não permitia aceitar as limitações de um positivista. Com toda a certeza, o gênio da física e de outras ciências não admitia certos dogmas e pensamentos obtusos.

Não sou Positivista !

Do mesmo modo que Einstein, não sou positivista, aqueles que adoram lemas de bandeiras e não praticam nada do que dizem. Assim sendo, atualmente, o avanço dos falsos positivistas só não está maior do que os lacradores sem noção que buscam a eleição. Infelizmente, em tempos eleitorais municipais, conhecemos mais de perto os que se apresentam como positivistas, mas não passam de parlapatões(3).

Definitivamente, não sou positivista, nem pessimista, sou realista e é indefensável a ideia de não observarmos todas as possibilidades teóricas.

Falsos Positivistas

A era das redes sociais trouxe consigo um fenômeno inquietante: a proliferação de falsos positivistas e pregadores de púlpito. Decerto, sob o pretexto de disseminar conhecimento ou oferecer orientação, conduzem multidões em direção a ilusões e promessas vazias. Em meio a essa maré, a premissa de Einstein torna-se um farol de racionalidade. Contrastando, sem dúvida, com a insensatez que se espalha nas plataformas digitais.

Essa frase-chave, desafia o positivismo ingênuo e criminoso e, como se não bastasse, lança luz sobre a perversidade e insanidade das redes sociais. Em outras palavras, a busca pelo inatingível, prática comum dos charlatões modernos digitais, exige algum contraponto.

A Sedução do Irreal

Nas redes sociais, o irreal muitas vezes se veste de verdade absoluta. Influenciadores e “gurus” vendem a ideia de que tudo é possível, desde que você acredite o suficiente.

  • Pense positivo e tudo dará certo!”;
  • Basta visualizar o que deseja e o universo conspirará a seu favor!”;
  • Você pode se tornar milionário da noite para o dia com este método simples!

Estas são, por exemplo, algumas das armadilhas que capturam a atenção de milhões. Esses slogans, envoltos em uma aura de certeza, ignoram a complexidade da realidade. Promovem, outrossim, uma visão de mundo onde a vontade individual pode, sozinha, moldar o destino ou o futuro.

Este tipo de pensamento é uma distorção perigosa do positivismo, que originalmente valoriza o empirismo e as comprovações. No entanto, nas mãos dos falsos positivistas das redes sociais, essa filosofia se transforma em um culto ao irreal. Surpreendentemente, qualquer crítica ou dúvida recebe oposição e rejeição como negatividade ou falta de fé.

O efeito pernicioso é duplo: as pessoas perseguem objetivos inatingíveis e, quando falham, a culpa recai sobre elas mesmas. Enfim, fica a ideia de que, por não acreditarem ou se esforçarem o suficiente, não deu certo.

A realidade, com suas limitações e desafios, nunca tem tratamento de forma própria e honesta. Enfim, perdemos a guerra para o falso positivista de rede social.

A Insanidade Coletiva

Essa mentalidade não só é perversa, mas também conduz a uma forma de insanidade coletiva. Quando grandes grupos de pessoas começam a acreditar em promessas vazias e a ignorar evidências contrárias, temos um problemão. Estas crenças criam um ambiente propício para o crescimento de bolhas ideológicas. Nessas bolhas, a dissonância cognitiva desaparece, e qualquer ideia que desafie a narrativa dominante é  uma ameaça.

As redes sociais com seus algoritmos, certamente, favorecem a confirmação de crenças e dogmas. Exacerbam esse fenômeno, criando realidades paralelas onde a verdade pela conveniência e popularidade, e não pelos fatos, é a tônica.

A insensatez dessas bolhas evidencia-se quando consideramos as consequências desse pensamento ilusório. Pessoas investem tempo, dinheiro e esforço em promessas que nunca se materializam. Alguns chegam ao ponto de sacrificar relacionamentos e bem-estar emocional na busca por algo que, na verdade, nunca existiu. Em outras palavras, pessoas morrem por algo que só existe nas mentes malignas daqueles que o propagaram.

Em suma, a Internet, ao invés de ser um espaço de aprendizagem e crescimento, torna-se um oceano de ilusões e insanidades.

Os Pregadores de Púlpito Digital

Entretanto, como nada é tão ruim que não possa piorar, temos outro elemento perturbador dessa dinâmica: os pregadores de púlpito digital. E aqui não estamos nos referindo somente aos pregadores religiosos, mas a todos que tentam evangelizar pessoas em qualquer assunto. Inquestionavelmente, não são poucos os temas que possuem evangelizadores com lábia suficientemente sedutora e criminosa.

Esses indivíduos, carismáticos e eloquentes, utilizam a linguagem da fé, da espiritualidade ou da pseudociência para validar suas mensagens. Apresentam-se como guias espirituais ou mentores, oferecendo fórmulas mágicas para o sucesso, a felicidade ou a iluminação. No entanto, o que realmente vendem é um produto vazio, com promessas de transformação que nunca se realizam.

A perversidade dessas figuras está em sua habilidade de explorar as maiores vulnerabilidades humanas nos momentos mais difíceis. Sabem que as pessoas buscam sentido, segurança e pertencimento, especialmente em tempos de incerteza. Usam essas necessidades básicas para construir uma base de seguidores que, cegos pela esperança, não questionam as premissas de seus líderes. Assim, o pregador digital se torna uma figura quase divina, acima da crítica, capaz de ditar normas de comportamento e pensamento. Raramente são altruístas e, na maioria das situações, atuam em detrimento do bem-estar de seus próprios seguidores.

Observação Crítica

Neste contexto, a reflexão de Einstein adquire uma relevância ainda maior nos tempos atuais. A ideia de que é cientificamente indefensável ignorar aquilo que não é observável é um chamamento à razão. Adicionalmente, deve ser um lembrete de que a realidade exige um confronto em seus próprios termos. Em outras palavras, narrativas por conveniência, lacrações e distorções que se adequem às fantasias, são um engano fatal.

As redes sociais, com sua tendência a amplificar o irreal, demandam de nós, sempre, uma postura crítica e observadora. Desse modo, a dúvida e o questionamento são ferramentas essenciais para navegar pelo mar de desinformação.

Enfim, as redes sociais, ao darem voz a todos, criaram um espaço fértil para a disseminação de ideias perigosas, num simulacro de otimismo e fé. A figura do falso positivista e do pregador de púlpito digital exemplifica essa distorção que cresce a cada dia. Por isso, eles conduzem as massas em direção a ilusões que, no final, só servem para alimentar a frustração e a desesperança. Para combater essa perversidade e insanidade, é crucial que cultivemos a capacidade de observar e questionar.

A realidade, por mais dura que seja, é o único terreno firme sobre o qual podemos construir nossas vidas. Algumas características das pessoas deveriam ter uma severa proibição de manifestação pública. Ser positivista no mundo digital, certamente, é uma delas.

Não sou positivista !

 

Amanhã tem mais …

P. S.

(*)  Comtista não é um erro de digitação ou de português, conforme possa parecer. É uma adjetivação em relação a Augusto Comte, filósofo francês, o maior positivista da humanidade. O comtiano master terá seu espaço na série “Entre Sem Bater”, mas sem grande apoio às suas ilusões.

(1)Entre Sem Bater – Dilbert – Otimista

(2) “Entre Sem Bater – Brenda Lee Strong – Polarização e Ruína

(3)Entre Sem Bater – Evandro Oliveira – O Parlapatão

 

Imagem: Entre sem Bater – Albert Einstein – Não sou Positivista ! 

Nota do Autor

Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.

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