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Entre Sem Bater - Zygmunt Bauman - A Sociologia Moderna

Posted in Cidadania, Comportamento, Cotidiano, Cultura e Lazer, Educação, Entre sem Bater, Filosofia, Frases, Generalidades, Gestão, Globalização, Opinião, Psicologia, Redes Sociais, Sociedade, Sociologia

Entre Sem Bater – Zygmunt Bauman – A Sociologia Moderna

by Evandro Oliveira on 05/09/2024

Entre sem Bater

Este é um texto da série “Entre sem bater” ( ← Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. A Sociologia, com toda a certeza, não evoluiu da forma como Zygmunt Bauman imaginou, e vai piorar a cada dia.

Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente.

As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.

Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.

Zygmunt Bauman

O sociólogo e filósofo Bauman era, acima de tudo, um cético e realista. Raramente alinho-me com os pensamentos de sociólogos contemporâneos. Notadamente, alguns sociólogos com os quais tive e tenho contato, no Brasil não praticam a ideia de que eles devem ajudar a sociedade. Alguns, por exemplo, capitaneiam ações de caridade mas não se afastam de seus castelos de opulência. A sociologia moderna não é, inquestionavelmente, melhor do que o que praticavam na Idade Média. Entretanto, não devemos tomar ao pé da letra e dizer que ideias como a modernidade líquida(*) não são excepcionais, pois são.

Zygmunt Bauman ( 19 de novembro de 1925 – 9 de janeiro de 2017) foi um sociólogo e filósofo polonês-britânico. Ele foi expulso da República Popular da Polônia durante a crise política polonesa de 1968 e forçado a desistir de sua cidadania polonesa. Ele emigrou para Israel; três anos depois, mudou-se para o Reino Unido. Ele residiu na Inglaterra a partir de 1971, onde estudou na London School of Economics e se tornou professor de sociologia na Universidade de Leeds, mais tarde emérito. Bauman foi um teórico social, escrevendo sobre questões tão diversas quanto a modernidade e o Holocausto, o consumismo pós-moderno e a modernidade líquida.

Fonte: Wikipedia (inglês)

A Sociologia

A sociologia é a ciência que estuda a sociedade e as interações entre os indivíduos e grupos que a compõem. Desse modo, os estudiosos do tema buscam compreender as estruturas, dinâmicas e as mudanças sociais da humanidade. As raízes desta ciência estão presentes no pensamento dos filósofos pré-socráticos. Com toda a certeza, eles não tratavam da sociedade como a sociologia moderna aborda e desenvolve. Eles abordavam questões fundamentais sobre a ordem, a justiça e o papel do indivíduo na coletividade.

Os pré-socráticos, como Heráclito e Parmênides, começaram a explorar a ideia de mudança e permanência em ambientes coletivos. Assim sendo, conceitos que mais tarde influenciariam a compreensão do desenvolvimento social eram base de estudo. Heráclito, com a afirmação de que “tudo flui“, sugeria a ideia de que a realidade, e por extensão a sociedade, está em constante transformação. Parmênides, por outro lado, enfatizava a estabilidade e a permanência, ideias que contrastavam com as de Heráclito. Contudo, foram ideias que abriram espaço para debates sobre a continuidade das instituições e tradições sociais.

Com Sócrates, Platão e Aristóteles, o pensamento filosófico começou a se aproximar mais das questões sociais. Sócrates questionava as normas e valores da sociedade ateniense, propondo uma reflexão crítica sobre a moralidade e a justiça. Platão, em “A República”, esboçou uma sociedade ideal, discutindo a organização social e o papel dos indivíduos nela. Aristóteles, por sua vez, abordou a sociedade como um sistema político e econômico. Explorou conceitos como cidadania, justiça distributiva e, sem dúvida, a importância das instituições para o bem comum.

Idade Média

Durante a Idade Média, o pensamento social teve fortíssima influência e predominância da teologia cristã. Filósofos como Santo Agostinho e São Tomás de Aquino integraram a filosofia grega com o pensamento cristão. Desta forma, discutiam a ordem social como uma manifestação da vontade divina. No entanto, foi apenas com o Renascimento e, posteriormente, o Iluminismo, que as bases para uma sociologia mais sistemática se estabeleceram.

O Iluminismo, com pensadores como, por exemplo, Montesquieu, Rousseau e Voltaire, trouxe uma crítica à sociedade, que inexistia. As instituições sociais tradicionais, como a monarquia e a Igreja, receberam as ideias de igualdade, liberdade e direitos naturais. Montesquieu, por exemplo, em “O Espírito das Leis“, analisou a relação entre leis, costumes e climas. Deste modo, ele buscava entender e explicar como diferentes fatores influenciam a organização social. Rousseau, em “O Contrato Social“, propôs a visão de que “o poder emana do povo”, influenciando posteriormente o pensamento sociopolítico.

A culminação desse período de reflexão sobre a sociedade se deu na Revolução Francesa. Desde que instalou-se a Revolução impulsionou o surgimento de uma nova ordem social baseada em princípios de igualdade e cidadania. Neste contexto, abriu-se o caminho para o desenvolvimento da sociologia como uma ciência independente no século XIX. O surgimento de personagens como Auguste Comte, organizaram o estudo da sociedade, consolidando a sociologia como disciplina.

Sociologia Moderna

A obra de Zygmunt Bauman, a partir da ideia de “modernidade líquida”, oferece uma perspectiva sobre as transformações sociais na vida contemporânea. Para Bauman, a modernidade sólida – das instituições estáveis e valores coletivos, como o bem comum – deu lugar a uma modernidade líquida. Desta forma, todas as estruturas sociais adquiriram fluidez e fragmentações que criam um mosaico desconexo. Nesse contexto, a promessa de progresso e coesão social, que a sociologia moderna buscava, mudou de foco e objetivo. Em outras palavras, corroeu-se pela prevalência de tendências individualistas, hedonistas e narcisistas, que a era digital tornou exponencial.

Na modernidade líquida, o que antes era estável e previsível, como instituições, tradições e papéis sociais, caracteriza-se por uma constante incerteza. O individualismo, fortalecido por uma lógica de mercado que valoriza o sucesso pessoal e o consumo como forma de identidade, transformou as relações sociais. A ideia de um projeto coletivo de evolução da sociedade, central para a sociologia moderna, parece cada vez mais distante. O bem comum, uma preocupação primordial das teorias sociais tradicionais, obscurece-se pela busca de gratificação imediata e de afirmação individual.

Sociedade Digital

Com o advento da sociedade digital, esse cenário se intensificou. As plataformas online incentivam comportamentos egocêntricos, onde a construção da imagem pessoal se tornou um objetivo central. Redes sociais, como Instagram e Tik Tok, promovem uma cultura de visibilidade e performance constante. Com toda a certeza, é a cultura onde os indivíduos têm incentivos para exibir suas vidas de forma ideal e irreal. Esse fenômeno alimenta o narcisismo, transformando a vida social em um espetáculo de autoafirmação e comparação. A busca por likes, seguidores e validação instantânea substitui os antigos laços de solidariedade e pertencimento comunitário. Assim sendo, impera e evolui uma cultura de superficialidade e competição.

O hedonismo, igualmente, ganhou nova relevância. A modernidade líquida consubstancia-se pela efemeridade dos prazeres e pela lógica do consumo instantâneo. A felicidade, com vinculação a um projeto de longo prazo ou ao bem-estar coletivo, é agora como uma sensação fugaz. Atrela-se, frequentemente, à aquisição de bens ou experiências que proporcionam prazer momentâneo. O sucesso e o valor de um indivíduo mede-se, surpreendentemente, por sua capacidade de consumir e exibir esses consumos. Assim sendo, reforça-se a alienação em relação às questões sociais mais amplas.

Modernidade Líquida

A promessa da sociologia moderna de uma evolução em direção ao bem comum, com progresso coletivo e coesão social inexiste. É provável que essa teoria gera na sociologia moderna uma fragmentação da vida social irreversível. O ideal de uma sociedade viva em torno de princípios comuns cedeu espaço a uma multiplicidade de microcomunidades. Em outras palavras, prevalecem os grupos e comunidades que se conectam por afinidades temporárias e interesses pessoais. A era digital amplificou essas dinâmicas, criando bolhas e polarização, onde as visões de mundo guiam-se por algoritmos e  personificações.

Dessa forma, a modernidade líquida e a era digital colaboraram para dissolver os ideais de evolução social coletiva e bem comum. Promovem, outrossim, uma sociedade com centralização no indivíduo e em seus prazeres imediatos. O egocentrismo, o hedonismo e o narcisismo são sintomas dessa nova configuração social. Por isso, nos afastamos cada vez mais da noção de solidariedade e responsabilidade coletiva, pilares da sociologia clássica.

Surpreendentemente, temos no Brasil um sociólogo que chamou aposentados(1) de vagabundos, e ele aposentou-se precocemente. Por outro lado, a desigualdade social(2) no país escancara como a modernidade líquida no Brasil é como água e óleo. Mas podemos, afinal, ter a certeza de que os sintomas mórbidos(3) da sociedade moderna tiveram diagnósticos precisos de Bauman. Em suma, a tarefa da sociologia deixa de atingir seus propósitos a cada nova tecnologia ou rede social moderninha e esfuziante.

 

“Amanhã tem mais …”

P. S.

(*)  Alguns pensamentos de Bauman, até mesmo por sua contemporaneidade, são extremamente aplicáveis na sociedade digital. A modernidade líquida ou fluída é o lema central das redes sociais.

(1) “Entre Sem Bater – FHC – Os Aposentados“

(2) “Entre Sem Bater – Jessé Souza – Desigualdade Social“

(3) “Entre Sem Bater – Gramsci – Sintomas Mórbidos“

 

Imagem: Entre sem Bater – Zygmunt Bauman – A Sociologia Moderna 

Nota do Autor

Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.

    • Os textos de “Entre sem bater” são opinativos/informativos, inquestionavelmente com o objetivo de estimular a reflexão e o debate.
    • Sugestões, indicações de erro e outros, uma vez que tenham o propósito de melhorar o conteúdo, são importantes. Basta enviar e-mail para pyxis at gmail.com, página do Facebook, associada a este Blog, ou perfil do Twitter, Threads, etc.
    • Alguns textos sofreram revisão, outros ainda apresentam erros (inclusive ortográficos) e sofrerão correção à medida que se tornam erros graves (inclusive históricos).
    • Algumas passagens e citações podem parecer estranhas, mas fazem parte ou referem-se a textos ainda inéditos.
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