Entre Sem bater - Rochefoucauld - Coragem

Entre sem bater – François de La Rochefoucauld – Coragem

Entre sem Bater

Este é um texto da série “Entre sem bater” ( Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. Não é falta de “Coragem“, Rochefoucauld estava com razão, sem dúvida é só bravura.

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As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.

Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.

Francis de la Rochefoucauld

Francis VI é um dos muitos personagens da Idade das Trevas que, surpreendentemente, contribuíram para iluminar a humanidade. Se esta ideia é uma verdade, e é necessário coragem para escrever isso, certamente vivemos em ondas em que as trevas atingem picos. A família de Francis VI era de nobres, ligados às ideias calvinistas e protestantistas. Desse modo, ele e seus familiares estavam ligados à ideias revolucionárias e envolvidos em eventos históricos da França.

François VI, duque de La Rochefoucauld, príncipe de Marcillac ( 15 de setembro de 1613 – 17 de março de 1680 ) foi um moralista francês da era da literatura clássica francesa. Autor de Máximas e Memórias, as duas únicas obras de sua densa obra literária publicadas. Suas máximas retratam a natureza insensível da conduta humana, com uma atitude cínica em relação à suposta virtude e declarações de afeto, amizade, amor e lealdade. Leonard Tancock respeita Maximes como “um dos textos mais profundamente sentidos, mais intensamente vividos da literatura francesa”.

Fonte: Wikipedia (Inglês)

Coragem

Em primeiro lugar, é necessário separar o significado de coragem, bravura e medo. É provável que, no sentido amplo, sejam sinônimos (coragem e bravura) e antônimos (medo). Desta forma, o mundo tem muitas frases e chavões que misturam estes conceitos e qualquer uma delas serviria ao texto. Contudo, a associação com a coragem em público e sem testemunhas, é a citação mais emblemática.

Algumas frases(*) sobre coragem, de personagens históricos famosos, merecem citação e reflexão:

  • Você nunca fará nada neste mundo sem coragem. É a maior qualidade da mente depois da honra.” — Aristóteles
  • O oposto da coragem não é a covardia; é o conformismo. Até mesmo um peixe morto pode seguir o fluxo.” — Jim Hightower
  • Aquele que não tem coragem de correr riscos não conseguirá nada na vida.” — Muhammad Ali
  • A bravura provém do sangue, a coragem provém do pensamento.” — Napoleão Bonaparte
  • O segredo da felicidade é a liberdade… e o segredo da liberdade é a coragem.” — Tucídides
  • Você não pode nadar para novos horizontes até que tenha coragem de perder a costa de vista.” — William Faulkner

E centenas de outras mais, que poderia dar um livro inteiro sobre o tema, se bem que deve existir algum livro assim.

Sem testemunho

A ideia de se fazer uma coisa sem testemunho e repeti-la na presença de muitas pessoas tem muito a ver com a mentira(1). Em outras palavras, quem mente para si mesmo está num estado mental fora do normal, e não pode demonstrar uma coragem de verdade. Por outro lado, quem se expõe nas redes sociais como é na realidade, tem coragem.

Por exemplo, se eu tenho uma opinião ou atitude no seio da família e outra nas redes sociais, além de ser conformista, sou mentiroso. Entretanto, posso não demonstrar uma coisa para círculos reservados e omitir em redes sociais que não é ter medo. Atualmente, as pessoas vivem para dar satisfação a outras pessoas e nas redes sociais.

E, como se não bastasse, as pessoas não têm uma opinião própria sobre outras coisas, ideias e até pessoas. Em suma, virou tudo um Fla-Flu de opiniões de segunda mão(2). É literalmente impossível ter coragem nas redes sociais e, com toda a certeza, é incompatível com a verdade.

Idade das Trevas

Deste modo, as pessoas se afastam de tudo aquilo que não lhes é agradável e frases, mesmo que verdadeiras na atualidade, são inúteis. As pessoas, via de regra, leem uma frase ou um pequeno texto e não querem pensar. Certamente, só reagem e seguem em frente, para ao próximo paralogismo ou questionam a pessoa que produziu o texto ou frase.

Enfim, perder de “7 a 1” é pouco diante do retrocesso à Idade das Trevas, o Duque de La Rochefoucauld não aguentaria. Ou como disse Leonard Tancock: “… sua experiência, seus gostos e desgostos, sofrimentos e rancores mesquinhos … cristalizados em verdades absolutas“.

Numa analogia com a mentira, a coragem só para si mesmo deve ser a pior coragem, como a pior mentira(3).

 

(1) “Entre sem bater – Francis Bacon – A Mentira

(2) “Entre sem bater – Mark Twain – Segunda Mão

(3) “Entre sem bater – Legião Urbana – A Pior Mentira

(*) As frases podem não ter tradução exata, a autoria não tem, a princípio, confirmação ou podem ser paráfrases.

 

Imagem: Entre sem bater – François de La Rochefoucauld – Coragem

Nota do Autor

Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.

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Agradeço a todos e compreendo os que acham que escrevo coisas difíceis de entender, é parte do “jogo”.

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