Entre sem Bater
Este é um texto da série “Entre sem bater” ( ← Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. Certamente, o nome é estranho, mas Søren Kierkegaard definiu bem como o fim do mundo(1) é “Uma Piada“, ou é?
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As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.
Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.
Søren Kierkegaard
Raramente vemos frases e pensamentos de alguns pensadores ou filósofos em sites ou redes sociais. A limitação do estudo e do conhecimento destes críticos sociais depende do humor de quem deseja obter cliques e compartilhamentos. No caso do dinamarquês Kierkegaard, a inspiração veio logo após eu assistir a séries dos países escandinavos. Surpreendentemente, mesmo com uma cultura muito diferente, séries daquela região do planeta nos inspiram muita reflexão. Desde que vi “Vikings“, “Rita” ou a história dos torcedores vikings(2), decidi as ideias e pensamentos deles que mereciam minha atenção.
Søren Aabye Kierkegaard ( 5 de maio de 1813 – 11 de novembro de 1855 ) foi um teólogo, filósofo, poeta e crítico social dinamarquês. É um autor religioso de reconhecimento como o primeiro filósofo existencialista. Escreveu textos críticos sobre religião organizada, cristianismo, moralidade, ética, psicologia e filosofia da religião. Demonstrou em seus escritos uma predileção por metáforas, ironia e parábolas. Grande parte de seu trabalho filosófico trata das questões de como alguém vive como um “indivíduo único“. Prioriza a realidade humana concreta sobre o pensamento abstrato e destacando a importância da escolha e do compromisso pessoal. Ele era contra os críticos literários que definiam intelectuais e filósofos idealistas de seu tempo. Pensava que Swedenborg, Hegel, Fichte, Schelling, Schlegel e Hans Andersen foram todos “entendidos” muito rapidamente por “estudiosos”.
Fonte: Wikipedia (Inglês)
Uma Piada
A princípio, a história que contém a frase em destaque é simples.
“Um incêndio começou nos bastidores de um teatro. O palhaço saiu para alertar o público; eles pensaram que era uma piada e aplaudiram. Ele repetiu; a aclamação foi ainda maior. Acho que é assim que o mundo vai acabar: para aplausos gerais de pessoas que acreditam que é uma piada.” Ou/Ou, Parte I.
Certamente, a reflexão sobre uma piada, e a conclusão se era realmente uma piada, só pode vir muito depois. Como se não bastasse, muitos não conseguem refletir a partir de pensamento(3) como se fosse os outros. A maioria das pessoas não consegue contextualizar e tampouco transferir a situação para os dias atuais.
Enfim, os tempos modernos obscurecem as pessoas para pensamentos antigos, como se as tecnologias pudessem resolver tudo.
Tempos Modernos
Depois que houve a explosão das redes sociais e dos comediantes “stand up” os palhaços caíram em desgraça. Desse modo, a frase de Kierkegaard pode, com toda a certeza, trocar de mensageiro do fim do mundo. E, sem dúvida, a crença e dogmas das pessoas nas redes sociais, as impediria de acreditar que não era uma piada.
Os aplausos a que se refere o pensador, podem ter uma substituição simples pela quantidade de “curti“. Como se não bastasse, não somente os espectadores do teatro, o mundo inteiro poderia aplaudir e aclamar.
Em suma, nosso “teatro’ é o mundo inteiro e basta ter um dispositivo com acesso à Internet. É provável que um ou outro de antigamente, bem como hoje, se levantem e busquem uma salvação individual. Em termos coletivos, o que vemos na metáfora (ou parábola) do filósofo, repete-se em todas as redes sociais e plataformas.
A busca pela salvação, a partir de dogmas e crenças, pode custar muitas vidas, a humanidade está perdendo de goleada.
P.S.
É provável que a mesma situação teve reprodução no mundo real. O Titanic afundando, o palhaço alertando e a bandinha tocando.
(1) “O fim do mundo Maia e a inversão dos polos”
(2) “O torcedor viking – Tólfan”
(3) “Entre sem bater – Eliane Brum – Burrice”
Imagem: Entre sem bater – Søren Kierkegaard – Uma Piada
Nota do Autor
Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.
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Agradeço a todos e compreendo os que acham que escrevo coisas difíceis de entender, é parte do “jogo”.