Entre sem bater - Saramago - Perguntas Falsas

Entre sem bater – Saramago – Perguntas Falsas

Entre sem Bater

Este é um texto da série “Entre sem bater” ( Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos com que cada um se aproprie. O termo deste texto é  “Perguntas Falsas” a partir de uma frase curiosa da obra de Jose Saramago.

Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente.

As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada ou sem  definição do autor. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.

Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.

Saramago

Alguns pensadores, autores de frases e citações, terão uma sequência nesta série “Entre sem bater“. De acordo com a proposta desta trilha, o objetivo é provocar o debate e contraditório. Saramago é o cara da semana (em alguns casos a semana inteira terá dedicação a um único pensador).

José de Sousa Saramago (Azinhaga, Golegã, 16 de novembro de 1922 – Tías, Lanzarote, 18 de junho de 2010) foi um escritor português. Galardoado com o Nobel de Literatura de 1998. Também ganhou, em 1995, o Prémio Camões, o mais importante prémio literário da língua portuguesa.

Fonte: Wikipedia (Português)

Perguntas falsas

Uma frase, como a temática deste texto, carrega muito mais do que uma ideia ou opinião simples, exige reflexão.

ChatGPT

Mudando um pouco a ordem do texto, em primeiro lugar, apresentarei a resposta da ferramenta ChatGPT sobre a frase e temática de Saramago.

Eu perguntei à plataforma:

– Se existem respostas que podem ser falsas, existe a possibilidade de termos perguntas falsas? Explique com, aproximadamente, 100 palavras.

O ChatGPT respondeu:

Sim, é possível ter perguntas falsas.

Uma pergunta falsa é aquela que não tem sua formulação correta, que é vaga, ambígua. Em outras palavras, que não pode ter uma resposta com base nas informações disponíveis.

Por exemplo, uma pergunta que pergunta por algo impossível de ter uma resposta, como “Qual é a cor do unicórnio?”. Assim sendo, uma pergunta vaga, que não especifica ou esclarece a pergunta, como “O que aconteceu?” não pode ter uma resposta precisa. Portanto, estas perguntas podem, com toda a certeza , receberem a classificação de perguntas falsas.

Além disso, perguntas com informações incorretas ou com uma compreensão errônea de um assunto também têm a classificação de perguntas falsas. É importante formular perguntas claras e precisas para garantir que as respostas sejam precisas e úteis.

Eu diria que é uma boa resposta, entretanto, a redação deve ter uma elaboração melhor(*).

O outro lado

Existe uma frase de Voltaire que gosto de aplicar, para aqueles useiros e vezeiros em perguntas falsas ou mal formuladas.

Voltaire - Julgamento

Voltaire – Julgamento

Eventualmente, a cada pergunta que vejo mal formulada, ou com erros crassos, faço publicar esta frase de Voltaire. Com toda a certeza, a maioria das pessoas que formularam a pergunta são reativas de forma negativa. Desse modo, é uma das formas de se confirmar que a pessoa não sabe perguntar ou parte para o ataque por fazermos cair sua máscara.

Em minha experiência como professor, de alunos já crescidinhos, a máxima de Saramago se confirma. Quase a totalidade dos alunos que faz uma pergunta, já sabe a resposta e quer mostrar erudição ou conhecimento do tema ao fazer a pergunta. Desse modo temos de um lado perguntas falsas, de outro as perguntas verdadeiras que não precisam de respostas. Resta então algumas poucas, que aqueles alunos que não têm vergonha de perguntar qualquer coisa fazem. Entretanto, são estas que representam toda a beleza da busca do conhecimento.

A frase de Saramago sugere que se a pessoa já conhece a resposta de uma pergunta, essa pergunta não é verdadeira ou séria. A introdução das plataformas de IA regenerativa e “pergunta que eu respondo” dominaram o planeta.

Desafio

Certamente, vivemos em uma era em que a inteligência artificial (IA) destaca-se em diversas áreas. Este destaque, primordialmente na capacidade de responder a perguntas de forma rápida e eficiente, é notório. Contudo, alguns debates existem quando comparamos plataformas de IA entre si, Alguns testes com perguntas para quatro plataformas podem apresentar respostas diferentes. E, como se não bastasse, se testamos com uma pergunta falsa, é possível uma plataforma dar uma resposta como verdadeira.

Por outro lado, em ambientes onde humanos questionam e recebem respostas de outros humanos, a situação não parece promissora.

O cerne da questão está nas deficiências tanto das máquinas quanto das capacidades humanas no trato da detecção de perguntas e respostas dúbias. Notadamente as plataformas de IA apresentam sérios problemas com ironias ou com fontes de informação duvidosas. Algumas delas estão colocando a fonte de informação e nem Wikipedia e Google escapam da desinformação ou informação sem verificação.

Perguntas Tolas e Falácias

Entretanto, as plataformas de IA que respondem perguntas demonstram avanços notáveis e fornecem respostas rápidas a partir de vastas bases de dados e algoritmos complexos. No entanto, essas máquinas ainda enfrentam desafios significativos na detecção de perguntas falsas ou falácias. Nas plataformas, as perguntas tolas recebem retorno rápido e até com muita qualidade na resposta.
Elas dependem fortemente da formulação das perguntas com correção, o que pode ser uma brecha para usuários mal-intencionados.

Além disso, a capacidade de compreensão contextual e interpretação sutil de nuances nas perguntas ainda é um obstáculo para muitas plataformas de IA.

Por outro lado, quando observamos ambientes onde humanos perguntam e outros humanos respondem, vemos uma abordagem mais flexível e adaptável. Surpreendentemente, isso não quer dizer mais qualidade na pergunta ou na resposta, e os embates entre estes humanos é um tormento.

Os seres humanos possuem uma inteligência emocional que lhes permite discernir melhor as intenções por trás de uma pergunta. Assim sendo, é possível avaliar a credibilidade da pergunta e escolher a forma e conteúdo da resposta. A habilidade humana de ler nas entrelinhas e compreender contextos complexos é uma vantagem indiscutível, ou não. Quando confrontamos com perguntas e respostas falsas ou enganosas as respostas não podem ser confiáveis.

Contudo, as capacidades humanas também têm muito mais limitações do que imaginamos. O viés pessoal, a falta de conhecimento em certos domínios e a propensão a interpretações subjetivas podem levar a respostas imprecisas ou tendenciosas. Outrossim, muitas pessoas com conhecimento estão abandonando as ferramentas e tecnologias. A subjetividade e emoções têm uma exploração indevida dos indivíduos com más intenções, que manipulam respostas para disseminar desinformação.

Respostas Falsas

A ideia de Saramago sobre uma pergunta falsa, se quem pergunta já souber a resposta, é real e comum.

Na detecção de perguntas falsas, as plataformas de IA, embora limitadas, têm a capacidade de analisar grandes volumes de dados para identificar padrões e inconsistências.

Contudo, os sistemas atuais ainda carecem da intuição humana para perceber nuances que escapam às métricas objetivas.

Em relação às respostas falsas, os humanos têm uma vantagem considerável na detecção de intenções e motivações por trás das perguntas. A percepção cognitiva é uma arma para discernir se uma resposta é genuína ou se há intenção de manipulação.

No entanto, essa habilidade humana se baseia em experiências passadas e conhecimentos prévios, o que resulta em interpretações que podem ter muitos erros.

Singularidade

O caminho a ser trilhado entre a inteligência artificial e a interação humana ainda está nos primeiros passos. As plataformas de IA podem ser aprimoradas com a incorporação de elementos de inteligência emocional e melhoria na interpretação contextual. Por outro lado, os humanos podem se beneficiar do suporte de sistemas de IA na triagem e análise rápida de grandes volumes de informações.

O debate sobre plataformas de IA versus interação humana na resposta a perguntas vai evoluir. A detecção de falsidades ainda está engatinhando. À medida que avançamos, é imperativo explorar soluções que capitalizem as forças de ambos os lados, mitigando suas fraquezas.

Enquanto a IA continua a evoluir, a capacidade cognitiva humana continua insubstituível na busca por respostas verdadeiras e confiáveis.

Com toda a certeza, alguns setores sabem que a singularidade tecnológica(1), está a caminho. Só nos resta saber quando e a serviços de quem ela estará.

Em suma, o ideal é que uma pergunta verdadeira é, primordialmente, aquela cuja resposta não é do conhecimento de quem perguntou. E, dessa forma, mesmo que parcialmente,  teremos a magia da troca de conhecimento e saberes. E as bases de conhecimento da IA são muito grandes, mas com problemas de integridade de um mesmo fato.

Perguntas falsas, certamente, são piores do que respostas falsas e muitos aplicativos onde humanos perguntam para outros humanos responderem, tudo está caótico.

P. S.

(*) Alguns pequenos ajustes e complemento na redação da resposta do ChatGPT foram necessários para melhor compreensão. À época, a plataforma estava no início e apresentava respostas sem sentido. Certamente, a redação da resposta depende da pergunta e em algumas plataformas pode ser um terror.

(1)Singularidade, Alienígenas e Minhocas

 

Imagem: Entre sem Bater – Saramago – Perguntas Falsas

Nota do Autor

Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.

  • Os textos de “Entre sem bater” são opinativos/informativos, inquestionavelmente com o objetivo de estimular a reflexão e o debate.
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