Entre sem Bater
Este é um texto da série “Entre sem bater” ( ← Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Hoje teremos uma frase que é atribuída ao controverso Noel Clarasó. É provável que ele nunca tenha escrito algo com a expressão “Parvoíces Impressas“, mas o contexto é a cara dele.
Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente.
As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.
Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.
Noel Clarasó
O escritor espanhol é controverso e, como se não bastasse, tem uma biografia cheia de dúvidas. A impossibilidade de confirmar a autoria da frase é conveniente, assim ninguém pode sofrer acusação sobre uma coisa que não escreveu ou disse.
Noel Clarasó i Serrat, Alexandria (Egito) 30.X.1906 – Barcelona, 18.I.1985. Escritor. Filho do escultor Enric Clarasó, teve uma vida itinerante e errante durante a infância e juventude. Com formação em Filosofia e Letras e em Direito pelas Universidades de Madri e Barcelona, respectivamente. Logo cedo se tornou um empresário do mundo do entretenimento e percorreu um grande número de países. Mais tarde atraído pela Botânica, trabalhou no Jardim Botânico de Marimurtra em Blanes (Girona). Logo após a Segunda Guerra Mundial, fixou-se em Barcelona dedicou-se a uma frenética atividade literária. Desenvolveu-se em todos os géneros, desde o romance até artigo jornalísticos.
Fonte: Real Academia de la Historia
Parvoíces Impressas
Em primeiro lugar, faz-se necessário um esclarecimento, Esta frase contém alto grau de preconceito e outros “ismos” que, atualmente, são reprováveis. Certamente, como dito aqui, não foi possível confirmar a autoria da frase, o que facilitaria o texto como tradução da ideia do autor.
Desse modo, o termo parvoíces impressas e o contexto da frase podem se transferir para os dias atuais, até em ambientes de debate aberto.
Noel Daudí ( outro nome de Noel Clarasó ) tinha algum problema sério com casamento e relacionamentos com as mulheres. Assim sendo, é perfeitamente possível que ele tenha dito a frase citada, ou ao menos um pensamento rápido ele teve.
Redes Sociais
É possível afirmar que as mídias digitais trouxeram novas formas de disseminação de informações, sem muito controle. E, de fato, novos desafios em relação à qualidade e veracidade das informações compartilhadas são crescentes. É provável que seja possível afirmar que as “parvoíces impressas” se avolumaram nas redes sociais, agora sem o papel. E, com toda a certeza, de forma mais perigosa e sem controle que existiam nas mídias impressas.
Por outro lado, é mais perigoso para quem escreve e para os que sofrem ou são alvo daquilo que está escrito. Antes de explodirem as redes sociais, a mídia impressa publicava um “Erramos” e estava tudo bem. Com as mídias digitais, ficou muito mais complexo e quase impossível “desdizer” o que foi para a nuvem.
As mídias digitais, em especial as redes sociais, têm permitido que qualquer pessoa possa publicar e compartilhar informações/versões. Isso pode resultar, com efeito, em um maior volume de desinformação e notícias falsas circulando. No entanto, é importante ressaltar que a qualidade e veracidade das informações não depende do meio de divulgação. Em outras palavras, depende da responsabilidade e ética dos indivíduos envolvidos no processo de produção e compartilhamento das informações.
Ética ?
Uma frase como a de Noel Clarasó é necessária para que se provoque algum tipo de debate entre todos os gêneros e faixas etárias.
No entanto, embora as mídias digitais tenham trazido novos desafios em relação à qualidade e veracidade das informações compartilhadas. É provável que as “parvoíces impressas” se avolumaram nas redes sociais e muitas pessoas agem como o descrito na frase. Observamos este comportamento não somente com a esposa ou companheira durante uma refeição. Os hábitos à mesa mudaram e o que eram somente “parvoíces impressas” agora são parvoíces digitais, que atraem mais do que tudo.
Adicionalmente, é importante lembrar que as mídias digitais também possibilitam o acesso a uma variedade de fontes de informação confiáveis. O que, inquestionavelmente, estamos negligenciando é a possibilidade de confirmar a veracidade das informações através de ferramentas apropriadas.
Enfim, é fundamental que as pessoas sejam críticas em relação às informações que consomem e compartilham. Do mesmo modo que fazem com a origem dos alimentos que consomem ( certamente, nem todo mundo é assim! ). Devemos buscar sempre fontes confiáveis e verificar as informações antes de compartilhá-las, mesmo que durante uma refeição.
A ética e compromisso com as pessoas que transferimos algo que recebemos é essencial, estamos perdendo isso com as redes sociais.
P. S.
É provável que esta frase nunca tenha sido dita desta forma, mesmo que a extensa obra do autor. Desse modo, talvez justifique-se a atribuição de autoria a Noel Clarasó pelas outras frases dele com verificação.
Imagem: Entre sem Bater – Noel Clarasó – Parvoíces Impressas
Nota do Autor
Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.
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Agradeço a todos e compreendo os que acham que escrevo coisas difíceis de entender, é parte do “jogo”.