Entre sem bater - Millôr Fernandes - O Idealista

Entre sem bater – Millôr Fernandes – O idealista

Entre sem Bater

Este é um texto da série “Entre sem bater” ( Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. Embora Millôr Fernandes possa parecer ácido demais, ele tem muita razão sobre um ‘Idealista” e seus ideais.

Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente.

As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.

Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.

Millôr Fernandes

Millôr Fernandes esteve no auge de sua carreira artística exatamente durante a ditadura militar. Tempos difíceis e obscuros em que uma simples piada podia dar cadeia ou até morte. Millôr sobreviveu, com ferimentos e arranhões, mas saiu íntegro nas suas ideias. Sempre esteve certíssimo em muitas posições, inclusive sobre idealistas que lucram, individualmente, com seus “ideais”.

Millôr Fernandes (Rio de Janeiro, 16 de agosto de 1923 — Rio de Janeiro, 27 de março de 2012), era nome artístico de Milton Viola Fernandes. Millôr, como era conhecido, foi um desenhista, humorista, dramaturgo, escritor, poeta, tradutor e jornalista brasileiro. Conquistou notoriedade por suas colunas de humor gráfico em publicações como a revista “Veja“, o periódico “O Pasquim” e “Jornal do Brasil”. Começou a trabalhar ainda jovem na redação da revista O Cruzeiro, iniciando precocemente uma trajetória pela imprensa brasileira. Em seus mais de 70 anos de carreira produziu de forma prolífica e diversificada, ganhou com seus trabalhos. Costumava valer-se de expedientes como a ironia e a sátira para criticar o poder e as forças dominantes, sendo alvo da censura. Com a saúde fragilizada após sofrer um acidente vascular cerebral no começo de 2011, morreu em março de 2012.

Fonte: Wikipedia (Português)

O idealista

A acidez e contundência dos ideais de Millôr Fernandes determinavam sua sinceridade diante de tempos difíceis e do obscurantismo. Driblar a censura e os auxiliares de déspotas não era tarefa fácil, mas Millôr conseguia se esquivar de todos com habilidade.

Desse modo, quando recebia perguntas incômodas, saia-se bem em todas; o tirocínio era um de seus atributos mais notáveis.

Muitas são as frases que atribuem a Millôr sem que, no entanto, exista confirmação de autoria.

No caso da frase “Eu desconfio de todo idealista que lucra com seu ideal“, a história é interessante.

Chico Buarque

Corria nos bastidores da mídia que Millôr teve um entrevero com o músico Chico Buarque.

Num programa de entrevista uma das perguntas foi sobre a briga com o compositor de tendências socialistas. O desenhista/humorista não se esquivou e respondeu com a elegância que o debate entre seres inteligentes permitia. Disse que havia uma divergência de opiniões e que ele não se alinhava com idealistas que tinham lucro com seus ideais.

À época, Chico Buarque tinha músicas que hoje seriam integrantes de uma relação de canções preconceituosas e conflitantes com os ideais do autor.

Millôr, antevendo este conflito de discurso e práxis, preferiu se afastar, com mais do que convicções sobre o que fazia e como agia.

Desse modo, a frase/pensamento de Millôr ainda é bastante aplicável no mundo de hoje, onde se diz uma coisa e faz-se outra.

Enfim, é impossível confiar naqueles ou naquelas que lucram com ideais que não praticam, e os/as influencers estão ai para provar a tese.

Desconfie sempre, do idealista e dos lucros do idealista, certamente não existem ideais individuais que devem sobrepujar o coletivo.

O idealista não sobrevive nas redes sociais, e aqueles que recebem para profanar ideais, não têm, certamente, nenhum ideal. Desse modo, praticar utopias e ideais com a nossa sociedade tecnológica é, completamente, fora de moda.

 

Imagem: Entre sem bater – Millôr Fernandes – O Idealista

Nota do Autor

Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.

  • Os textos de “Entre sem bater” são opinativos/informativos, inquestionavelmente com o objetivo de estimular a reflexão e o debate.
  • Sugestões, indicações de erro e outros, uma vez que tenham o propósito de melhorar o conteúdo, são importantes. Basta enviar  comentários via e-mail para pyxis at gmail.com, página do Facebook, associada a este Blog, ou perfil do Twitter.
  • Alguns textos sofreram revisão, outros ainda apresentam erros (inclusive ortográficos) e sofrerão correção à medida que tornam-se erros graves (inclusive históricos).
  • Algumas passagens e citações podem parecer estranhas mas fazem parte ou referem-se a textos ainda inéditos.

Agradeço a todos e compreendo os que acham que escrevo coisas difíceis de entender, é parte do “jogo”.

Deixe um comentário