Entre sem bater – Carlos Drummond de Andrade – Representantes Políticos

Entre sem Bater

Este é um texto da série “Entre sem bater” ( ← Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. Carlos Drummond de Andrade era um poeta, que sabia falar sobre o povo e seus “Representantes Políticos“, como amor.

Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente.

As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.

Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.

Carlos Drummond de Andrade

Drummond era muito mineiro e, não raramente, escrevia muito, de forma significativa, e em poucas palavras. Embora fosse um poeta que irradiava amor, sabia dar seus “pareceres” e aconselhamentos através de versos e prosas. Desse modo, quando faz referência aos representantes políticos de seu tempo, falava de passado e futuro.

Carlos Drummond de Andrade (Itabira, 31 de outubro de 1902 – Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1987) foi um poeta, farmacêutico, contista e cronista brasileiro. Considerado por muitos o mais influente poeta brasileiro do século XX. Drummond foi um dos principais poetas da segunda geração do modernismo brasileiro. Contudo, sua obra não se restringia a formas e temáticas de movimentos específicos. Os temas de sua obra são vastos e empreendem desde questões existenciais, como o sentido da vida e da morte. Escrevia também sobre questões cotidianas, familiares e políticas, como a utopia socialista. Dialogava sempre com correntes tradicionais e contemporâneas de sua época. As características formais e estilísticas de sua obra também são vastas, destacando-se, por vezes, o dialeto mineiro.

Fonte: Wikipedia (Português)

Representantes Políticos

A história de nossos representantes políticos esbarra, sempre, nas histórias e o que pensam os próprios brasileiros de si mesmos. Desse modo, em tempos recentes de redes sociais, é “normal” falar mal dos brasileiros e apontar o dedinho sujo. Em outras palavras, chamamos, na maioria dos casos, os outros de corruptos e ignorantes, nos excluindo.

Certamente, não importa se estamos num balcão de um boteco ou escrevendo um texto para publicação com certa qualidade. Falamos com tanta propriedade dos nossos representantes políticos que transparece uma intimidade constrangedora.

É provável que todos que apontem os dedinhos tenham alguma vacina protetora do Complexo de Vira-Lata⁽¹⁾, que se repete há tempos.

Não é um país sério

A expressão “… não é um país sério…” repetiu-se por anos a fio, como se fosse de um estadista francês. Entretanto, provando a teoria, a expressão foi de um embaixador brasileiro, e que a mídia cuidou de atribuir ao francês. Assim sendo, a teoria comprovou-se, falamos de nós mesmos, e tentamos nos manter distantes ou isentos.

Este tipo de comportamento (como da frase de um país sério) tem sua reprodução na questão dos representantes políticos. É surpreendentemente assustador a quantidade de pessoas que rotulam as outras pela escolha de seus representantes. Por outro lado, cada um esconde suas opções eleitorais, quando aqueles em que votaram, fazem qualquer lambança.

Frases lapidares

Existem inúmeras frases que reproduzem a ideia de Drummond. Se bem que, numa democracia, devemos ter todos os segmentos com suas representações. Desde que exista um equilíbrio de forças e alguns setores não se imponham, é necessária uma representação. Entretanto, não existe a tal democracia se as ideias sofrem com o poder econômico.

5 frases sobre o Brasil

• “Conforme avança o Brasil, também avançará o resto do continente latino-americano“. Richard Nixon (ex-presidente dos EUA).
• “O Brasil não é uma terra. É uma civilização“. Shimon Peres (ex-presidente de Israel).
• “O Brasil criou, sob uma fachada de harmonia, uma sociedade contraditória“. Thomas Skidmore (Brasilianista).
• “O Brasil é o país da indiferença e da exaltação“. Albert Camus (escritor francês).
• “Os brasileiros possuem somente uma pequena quantia daquelas qualidades que dão dignidade à humanidade“. Charles Darwin.

Se considerarmos a relevância, em seus respectivos momentos, em que essas frases fizeram parte das declarações dos personagens, cabe muita reflexão. Contudo, o brasileiro, especialmente nestes tempos modernos, não gosta de frases que levam à reflexão. Por isso, caminhamos a passos largos para retrocessos⁽²⁾, que não tem caminho de volta.

Em suma, os representantes políticos da ignorância, da cobiça e da má fé são maiores a cada dia, o que reflete na imagem do país. Como se não bastasse, Drummond reforça que “… o povo é tão abstrato que ele não reconhece a sua imagem…”⁽³⁾.

Sem dúvida alguma, a cada eleição (ano que vem tem mais) os representantes políticos nas cidades representarão nossas vidas e nossas famílias. E não fiquem surpresos se até mesmo na sua casa, existirem mais ignorantes que na casa do vizinho.

 

⁽¹⁾ “O complexo de vira-lata em 2018”

⁽²⁾ “De retrocesso em retrocesso”

⁽³⁾ In: “O Avesso das Coisas“, p. 182 (CDA)

 

Imagem: Entre sem bater – Carlos Drummond de Andrade – Representantes Políticos

Nota do Autor