Entre sem bater - Tito Lívio - Mentes Doentes

Entre sem bater – Tito Lívio – Mentes Doentes

Entre sem Bater

Este é um texto da série “Entre sem bater” ( Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. Tito Lívio viveu em tempos que, certamente, muitas “Mentes Doentes” estavam no comando.

Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente.

As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.

Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.

Tito Lívio

Tito Lívio não era descendente de famílias nobres, mas teve bons professores como Políbio e Cícero. É provável que a devoção de Cícero pelas bibliotecas(1) influenciou Tito Lívio a ser, primordialmente, um historiador. Mesmo que sua única obra se refira a Roma, viveu tempos em que mentes doentes dominavam pessoas que só queriam sobreviver.

Titus Livius ou Tito Lívio ( 59 a.C. – 17 d.C.), conhecido em inglês como Livy, foi um historiador romano. Ele escreveu uma história monumental de Roma e do povo romano, intitulada Ab Urbe Condita, ”Desde a fundação da cidade”. Sua obra cobriu desde as primeiras lendas de Roma antes da fundação tradicional em 753 a.C. até o reinado de Augusto. Ele se dava bem com membros da dinastia Júlio-Claudiana. Ele era também amigo de Augusto, cujo jovem sobrinho-neto, o futuro imperador Cláudio , o encorajou a escrever a história.

Fonte: Wikipedia (Inglês)

Mentes Doentes

Ab Urbe Condita

A frase-chave deste texto deveria, por alguns segundos, levar todos os brasileiros a uma rápida reflexão.

O estudo da história é o melhor remédio para uma mente doente; pois na história você tem um registro da infinita variedade da experiência humana claramente exposta para todos verem; e nesse registro você pode encontrar para você e seu país exemplos e advertências; coisas boas para tomar como modelos, coisas básicas, completamente podres, para evitar.
Espero que minha paixão pelo passado de Roma não tenha prejudicado meu julgamento, pois acredito honestamente que nenhum país jamais foi maior ou mais puro que o nosso ou mais rico em bons cidadãos e nobres ações…

in Introdução “Ab urbe condita” (trad. Aubrey de Sélincourt, 1960)

Tempos Modernos

É comovente a passagem, e a crença de Lívio, quanto ao fato de que seu trabalho de historiador ajudou na história do Império Romano. Por outro lado, surpreendentemente, ele fala de coisas boas e coisas podres. Certamente, um de meus desejos seria ter condições de ler tudo que estes caras escreveram, a partir dos originais(*).

Não tão moderno, mas igualmente interessante, podemos fazer uma aproximação que expõem a frase de Lívio sobre mentes doentes. Refiro-me a uma obra de Machado de Assis ( O Alienista ). Naquele obra, o autor brasileiro escreve algum tipo de ficção, a partir de fatos reais, ou não.

Na obra do brasileiro existe uma constatação de que todos, em determinada cidade, estão doentes da cabeça, e o protagonista tem a cura.

Se tomarmos, analogamente, a frase de Lívio e a ideia de Machado de Assis, podemos afirmar que as mentes doentes dominam o planeta. Como se não bastasse, legiões de autômatos, imaginando um dia serem um influenciador bilionário, fazem tudo que o “mestre” manda. Estas mentes doentes, com toda a certeza, não tiveram bons professores de história. Como se não bastasse este tipo de ignorância, devem renegar tudo que a ciência levou anos para comprovar.

Degraus da Consciência

As redes sociais, sem dúvida, elevaram todas as mentes a um patamar superior, ou melhor dizendo, um patamar diferente. Entretanto, os degraus da consciência(2) da maioria destas mentes não atingiram um nível de racionalidade mínimo.

Por exemplo, o que vemos fazem influenciadores é tão perverso quanto imperadores que jogavam pessoas para leões comerem. Enquanto, antigamente, os imperadores tinham prazer e demonstravam força, atualmente, poucos ficam milionários. Por outro lado, milhares e milhões de pessoas se afundam na miséria e fome. E, como se não bastasse, as redes sociais passaram a ser trampolim de políticos mal intencionados.

Desse modo, o cidadão de bem, conforme preconizou Tito Lívio, sofre esquartejamento mental e perde o controle das próprias ações. A pandemia tornou as mentes doentias e podres. Temas absurdos como terra plana e vacina que mata ou transforma as pessoas em jacarés têm reprodução até entre pessoas com educação formal.

Redes Sociais

Enfim, as mentes doentes estão em todos os lugares, todas as nações e todas as casas, e não tem alienista que nos proteja. Os professores de História, Geografia e disciplinas de humanas estão em vertigem. A experiência humana que nosso país viveu não teve uma narrativa que inebria nossos jovens moços. Estamos perdendo a batalha das narrativas e não conseguimos evitar as coisas podres e a cura está na leitura-reflexão.

O mundo evoluiu e as mentes doentes ganharam o mundo pelas redes sociais. Desde a Roma dos imperadores piromaníacos e sanguinários até os dias atuais de influenciadores(as) que esfolam a mente das pessoas.

 

(1) “Entre sem bater – Cícero – Biblioteca

(2) “Entre sem bater – Eduardo Marinho – Degraus da Consciência

(*) Traduções para o inglês nem sempre estão livres de defeitos e deslizes. de qualquer idioma para o português, costumam ser piores. Um caso interessante, por exemplo, são frases com crédito para filósofos e pensadores que eles nunca disseram.

 

Imagem: Entre sem bater – Tito Lívio – Mentes Doentes

Nota do Autor

Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.

  • Os textos de “Entre sem bater” são opinativos/informativos, inquestionavelmente com o objetivo de estimular a reflexão e o debate.
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Agradeço a todos e compreendo os que acham que escrevo coisas difíceis de entender, é parte do “jogo”.

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