Entre sem Bater
Este é um texto da série “Entre sem bater” ( ← Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Bernard-Henri Lévy é um chato de galocha, mas temos de concordar que a “Infidelidade” é disruptiva.
Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente. Uma adaptação textual, com redução, pode ter publicação em sites e outros blogs, como o “Recanto das Letras“.
As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.
Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.
Bernard-Henri Lévy
Os filósofos mais contemporâneos(*), como Bernard-Henri, têm algumas manias que, eventualmente, provocam mais dúvidas do que reflexões. Dúvidas no sentido de que eles costumam se enrolar em seus pensamentos e apresentam teorias confusas. Em suma, costumam ficar falando sozinhos para uma plateia de poucos seguidores, ao contrário dos influencers das redes sociais.
Bernard-Henri Georges Lévy ( nascido em Béni-Saf na Argélia Francesa em 5 de novembro de 1948) é um intelectual franco-argelino. Muitas vezes referido na França simplesmente como BHL, ele foi um dos líderes do movimento “Nouveaux Philosophes” (Novos Filósofos) em 1976. Suas opiniões, seu ativismo político e suas publicações também foram objeto de diversas controvérsias ao longo dos anos.
Fonte: Wikipedia (Inglês)
A Infidelidade
O conceito de infidelidade tem uma longa história, com base em valores culturais e éticos que moldaram as sociedades ao longo dos séculos. Na antiguidade, palavras como leal e desleal, fiel e infiel, carregavam consigo uma carga moral profunda. Por exemplo, entre os guerreiros samurais do Japão feudal ser fiel e leal era uma das virtudes do Bushido(1). A virtude do CHU, representava o dever e a lealdade, e qualquer desvio desse código era um desrespeito, infidelidade e desonra.
Avanços da Sociedade
À medida que a sociedade avança e os paradigmas culturais se transformam, as interpretações desses conceitos fundamentais também evoluem. Atualmente, a infidelidade tem um forte vínculo com a traição conjugal.
Entretanto, será que podemos restringir essa noção complexa a um único contexto e sua vulgar interpretação?
A compreensão contemporânea da infidelidade deve transcender os limites tradicionais e contemporâneos. Em outras palavras, é preciso abranger uma visão mais ampla sobre a evolução do pensamento humano. Ao invés de enxergar a infidelidade como uma quebra absoluta de compromissos, poderíamos considerá-la de formas diferentes. Desse modo, a perspectiva de que a manifestação de uma atividade cerebral em constante evolução, quebrando paradigmas, é correta..
O cérebro humano é uma entidade complexa, sujeita a influências diversas que moldam suas percepções e comportamentos. A infidelidade, sob essa perspectiva, é como uma manifestação da busca por novas experiências, desafios e crescimento pessoal.
Desta forma, em vez de condenar de forma automática devemos refletir sobre as condições e fazer uma espécie de análise de conjuntura(2). Certamente, podemos e devemos questionar se a infidelidade pode, de certa forma, ser uma predisposição à inovação e à busca por novos horizontes.
Novas Perspectivas
Essa perspectiva não busca justificar a quebra de compromissos ou minimizar a dor associada à traição(3). Com toda a certeza, quando instigamos alguém a pensar “fora da caixinha“, estamos incentivando a infidelidade.
Desse modo, esta atitude propõe uma reflexão mais profunda sobre as complexidades da natureza humana e as nuances de todas as relações. A infidelidade, quando vista como um sinal de atividade cerebral em evolução, é, sem dúvida, um convite à compreensão e ao diálogo.
A sociedade contemporânea enfrenta desafios constantes no que diz respeito às interpretações de conceitos como honra, ética e moralidade.
Em um mundo multidisciplinar com diversidade e heterogeneidade é crucial abordagens mais flexíveis em relação a conceitos canônicos. Algumas acepções e definições, em sua essência, são aplicáveis em função de valores culturais e tradições. A infidelidade, nesse sentido, é um fenômeno que desafia as tradições, convidando a uma reavaliação constante das relações e compromissos.
Evolução Humana
Desta forma é importante ressaltar que essa perspectiva não busca promover a infidelidade como permissividade. Devemos entender que apenas uma oportunidade para uma análise mais profunda das motivações humanas. Ao compreendermos a infidelidade como um fenômeno sociocomportamental multidisciplinar, abrimos espaço para discussões construtivas. Por isso, é possível debater sobre a natureza humana, os desafios da atualidade e formas de promover a convivência humana.
Em suma, a evolução do conceito de infidelidade nos tempos atuais requer uma mente aberta e disruptiva. Além disso, é necessário explorar as complexidades e contradições das relações humanas nas redes sociais. Ao invés de simplesmente condenar, podemos buscar compreender e, assim, contribuir para uma sociedade mais tolerante e inclusiva.
Que a frase de Bernard-Henri Lévy tenha a compreensão das pessoas em sua plenitude.
“As pessoas sempre pensam que a lealdade é louvável. As pessoas estão sempre dizendo que devemos permanecer fiéis à tradição, à família, à nossa classe, às nossas ideias. Claro que não! Isso seria equivalente a zero atividade cerebral. Se você realmente quer pensar, buscar a verdade, avançar intelectualmente, você deve virar as costas aos clichês, às ideias preconcebidas – mesmo aquelas pertencentes à sua família espiritual. Para um intelectual, seu verdadeiro dever não é com a fidelidade, mas com a infidelidade.” (Bernard-Henri Lévy)
“Amanhã tem mais …“
P. S.
(*) Tomamos a liberdade poética de classificar como “contemporâneos” aqueles filósofos ainda vivos.
(1) “As 7 virtudes do Bushido ( Parte 1 )”
(2) “Entre sem bater – Betinho – Análise de Conjuntura”
(3) “Entre sem bater – Tennessee Williams – A Traição”
Imagem: Entre sem Bater – Bernard-Henri Lévy – A Infidelidade
Nota do Autor
Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.
- Os textos de “Entre sem bater” são opinativos/informativos, inquestionavelmente com o objetivo de estimular a reflexão e o debate.
- Sugestões, indicações de erro e outros, uma vez que tenham o propósito de melhorar o conteúdo, são importantes. Basta enviar e-mail para pyxis at gmail.com, página do Facebook, associada a este Blog, ou perfil do Twitter, Threads, Koo etc.
- Alguns textos sofreram revisão, outros ainda apresentam erros (inclusive ortográficos) e sofrerão correção à medida que tornam-se erros graves (inclusive históricos).
- Algumas passagens e citações podem parecer estranhas mas fazem parte ou referem-se a textos ainda inéditos.