Corrida Maluca
Dick Vigarista é um personagem do desenho animado, originalmente chamado “Dick Dastardly“. O personagem veio do filme “A corrida do Século” (1965) e entrou no desenho animado Corrida Maluca. Crianças entre 6 e 12 anos, no início da década de 60, eram fãs da Corrida e seus personagens. O desenho era de Hanna Barbera e está, atualmente, no portfólio da Cartoon Network.
O resgate do personagem Dick Vigarista vem, acima de tudo, a propósito das corridas de Fórmula 1 mais malucas que acompanhei na minha vida. A Série “Fórmula 1: Drive to Survive” (Netflix – Dirigir para viver, no Brasil) mostra os bastidores de várias corridas malucas. Desde seu lançamento (2019), retratando a temporada de 2018, estou escrevendo um texto sobre a série.
Dick Vigarista
Algum tempo atrás, pouco depois que iniciei este Blog, escrevi um texto com o título “Fórmula 1 Ameaçada“. Naquele momento, a Fórmula 1 tinha o comando de Bernie Ecclestone e pairava a ameaça do GP Brasil não acontecer. Com a ausência de pilotos de ponta no Brasil, o desânimo era geral. Utilizei uma imagem para ilustrar o texto com Senna, Prost, Mansell e Piquet.
À época, eu considerava o Mansell uma espécie de vilão, mas os quatro faziam das suas e protagonizaram umas corridas meio malucas. Entretanto, eram campeões e eu não ousaria chamar nenhum deles de Dick Vigarista. A disputa na pista produzia farpas e centelhas, mas vencia quem estava com o melhor equipamento.
Dirigir para Viver
Confesso que voltei a ver corridas de Fórmula 1 nesta temporada mais pela mudança do canal de transmissão. Além da ausência de pilotos brasileiros (mesmo que figurantes), narradores e comentaristas estavam com validade vencida. Mesmo que alguns profissionais tenham migrado para a Band, o ambiente era diferente.
Desse modo, pensei que a temporada estaria nas mãos da equipe Red Bull Racing (RBR) e de seu piloto Max Verstappen. Fiquei imaginando que, analogamente às temporadas anteriores retratadas na série da Netflix, os episódios de 2021 seriam muito interessantes.
O clima criado na temporada e a decisão no último Grande Prêmio deram uma pitada de ansiedade a mais.
Após ver a 4a temporada em uma maratona insana, e ter acompanhado a temporada desde o início, vi que tinha que finalizar o texto agora. Assim sendo, foi até fácil escolher o título-chave: Dick Vigarista na Fórmula 1.
Max Vigarista
Em alguns grupos e plataformas de redes sociais, onde opino sobre vários esportes, avaliei que a performance do piloto holandês foi digna do Dick Vigarista. Com toda a certeza, minha opinião não era unânime e muito menos parcial. Muito se falou após a corrida e a minha curiosidade para ver como seria feita a edição da temporada na Netflix.
Tive, contudo, alguns cuidados adicionais ao ver a série, até para entender melhor possíveis argumentos daqueles que defendiam Verstappen. Como se não bastasse, eu sempre levantei suspeitas sobre o chefe da equipe RBR (Christian Horner) como o mentor do piloto nas ações.
Após a temporada, minhas convicções evoluíram, o piloto e o chefe de equipe não foram, durante toda a temporada, muito leais com o esporte. Seria possível que a equipe Red Bull ganhasse o título de construtores e o de piloto? Certamente, que sim, mas minha visão dos bastidores (mesmo que após edição) é de que eles não foram corretos.
Em suma, posso ter adotado uma posição tendenciosa pois sou fã de Lewis Hamilton e escrevo como torcedor. Contudo, conclamo aos que gostam deste esporte e de bastidores de uma disputa, a verem todos episódios com atenção. Inquestionavelmente, é um documentário que pode até fazer um certo proselitismo, mas vale a pena.
O mundo não está precisando de mais personagens como o Dick Vigarista e ajudantes como o Muttley.
P. S.
Este texto está centralizado na disputa final e no Dick Vigarista campeão, entretanto, as histórias paralelas são muito interessantes. Os dramas, as competências e incompetências, mesmo em ambientes de muito dinheiro, são bastante elucidativas.
Imagem: Reprodução Netflix
Nota do Autor
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