Entre sem bater – Karl Marx – O Poder Político

Entre sem Bater

Este é um texto da série “Entre sem bater” ( ← Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. A luta de classes, destacada por Karl Marx e outros pensadores, ainda produz negacionistas. Quando apresentamos a ideia de “Poder Político“, como a contraposição entre opressores e oprimidos, deveria haver uma luz.

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Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.

Karl Marx

“O Capital” é a obra mais conhecida de Karl Marx. Entretanto, ele escreveu muito mais do que o livro símbolo do chamado Comunismo. Como se não bastasse, a maioria dos opositores das ideias de Marx nunca leram o livro e são incapazes de debater uma ideia que seja. Por exemplo, a frase em questão, das muitas do pensador, deveria ser pauta de debate até por capitalistas. #SQN.

Karl Heinrich Marx ; 5 de maio de 1818 – 14 de março de 1883) foi um filósofo, economista, historiador, sociólogo, teórico político, jornalista, crítico de economia política e revolucionário socialista alemão. Seus títulos mais conhecidos são o panfleto de 1848 O Manifesto Comunista e os quatro volumes Das Kapital (1867-1883). O pensamento político e filosófico de Marx teve enorme influência na história intelectual, econômica e política subsequentes. Seu nome tem sido usado como adjetivo, substantivo e escola de teoria social.

Fonte: Wikipedia

O Poder Político

As questões levantadas por Karl Marx permanecem na pauta do debate entre Capitalismo e Comunismo até hoje em dia. Embora a maioria absurda dos que debatem defendendo cada lado, nunca tenha se deparado para ler os autores de cada um dos sistemas econômicos.

Certamente, a ideia que prevalece é da sociedade e sua divisão em duas classes sociais principais e seus pelegos. Assim sendo, estas classes sociais se relacionam de forma conflituosa numa luta pela hegemonia política e econômica. E assim tem sido, desde que o Capitalismo avançou pelas nações, embora a maioria dos “Liberais” não aceitem esta relação.

Neutralidade

Desse modo, imaginar que o poder político não é neutro ou imparcial, é um grande engodo. Com toda a certeza, os interesses da classe dominante, que se utiliza desse poder para oprimir as demais classes, é a regra. A classe dominante detém o controle dos meios de produção, enquanto outra classe vende sua força de trabalho em troca de migalhas.

Desse modo, qualquer tentativa de demonstrar neutralidade é apenas uma forma de esconder os reais interesses de quem detém o poder político e econômico.

Poder Econômico

Desta forma, o poder político é uma extensão do poder econômico. A classe dominante controla não apenas as empresas e os recursos naturais, mas também o Estado e as instituições políticas. Através dessas instituições que a classe dominante garante sua hegemonia, mantendo leis e políticas em detrimento dos interesses das demais classes.

Durante muito tempo, na introdução das revoluções econômicas, como a Revolução Industrial, tinha-se o poder econômico como o Quarto Poder.

Por isso, acreditava-se que a luta de classes era inevitável e que só a superação do capitalismo poderia mudar as nações. A revolução proletária era a única forma de criar uma sociedade justa. Portanto, as classes sociais deixariam de existir e as relações entre as pessoas se orientariam pela cooperação e pelo bem comum.

Utopia

Enfim, o poder político, nessa ótica, não seria mais o poder de uma classe para oprimir outra classe. É provável que fosse uma expressão da vontade popular, em que a democracia direta e participativa. Em uma sociedade socialista ou comunista, o Estado seria um instrumento de transformação a serviço do povo, em vez de ser propriedade de uma elite.

Entretanto, a utopia do socialismo dito “puro” tem encontrado no Capitalismo um adversário ferrenho.

Não raro, em alguns debates entre socialistas e capitalistas, inclusive liberais, vermos a pergunta clássica:

– Onde o comunismo deu certo?

Se algum debatedor responder China logo vem um monte de diversionismo e explicações. Chega a ser patética a afirmação de que “… a China não é comunista e nem socialista …” para uma das duas maiores economias do planeta.

Contudo, Marx não tinha uma visão ingênua da política. Ele reconhecia que mesmo em uma sociedade socialista haveria conflitos e divergências de interesses. Destarte, o poder político tem seu uso mais constante para oprimir minorias ou indivíduos dissidentes. Por isso, ele defendia que a democracia deveria ser uma prática constante. Certamente, com a ideia de que todos os cidadãos teriam voz e participação ativa nas decisões políticas.

Em outras palavras, a teoria, na prática, torna tanto os governos de regime capitalista ou comunista uma não-democracia plena.

Sociedade igualitária

A diferença de classes sociais, exacerbadas com o avanço do chamado capitalismo selvagem, contaminou todas as nações do planeta.

Infelizmente, “o poder político, propriamente dito, é apenas o poder organizado de uma classe para oprimir outra“, prevalece.

O poder político não deveria ser um bem em si mesmo, mas sim uma ferramenta a serviço da classe dominante ou da maioria numa democracia. A solução seria a superação do capitalismo selvagem e a criação de uma sociedade verdadeiramente igualitária.

A hipótese do poder político exercido de forma democrática e participativa, por todos os cidadãos, parece cada vez mais distante. Os  avanços de nossa sociedade de consumo impedem, surpreendentemente, que as pessoas abram o debate sobre a sociedade que desejam.

As tecnologias e o que ganhou nome de “Governo Digital” provocaram o aumento do fosso do poder entre as classes.

Salve-se quem puder !

 

Imagem: Entre sem Bater – Karl Marx – O Poder Político

Nota do Autor