Entre sem Bater
Este é um texto da série “Entre sem bater” ( ← Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Umberto Eco é contemporâneo, produz frases que qualquer um pode se ver partícipe dela. Quando ele fala em “Controlar um país” pela comunicação, não é mera retórica ou filosofia.
Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente.
As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.
Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.
Umberto Eco
O italiano Umberto Eco tem a grande vantagem de ter vivido em nossos tempos. Fico imaginando como os filósofos anteriores, desde Sócrates, vivendo os últimos 50 anos, se comportariam.
Já imaginaram um destes peripatéticos com o mundo aos seus pés, um Peripato, sem sair de casa? Seriam influencers da melhor qualidade !
O polímata não se assustou com o que vivenciou, mas certamente, esperava mais da massa ignara.
Umberto Eco ( Alessandria , 5 de janeiro de 1932 – Milão, 19 de fevereiro de 2016 ) foi um semioticista, filósofo, escritor, tradutor, bibliófilo e medievalista italiano. Ensaísta e intelectual, escreveu numerosos ensaios sobre semiótica, estética medieval, linguística e filosofia, além de romances de sucesso. Em 1971 foi um dos inspiradores do primeiro curso DAMS na Universidade de Bolonha.
Fonte: Wikipedia
Controlar um país
A ideia de controlar um país pode parecer absurda para a maioria das pessoas. Surpreendentemente, estas pessoas são as mesmas que os tiranos e déspotas mais apreciam. É simples, se você conhece um grupo de pessoas que influencia outras, este grupo pode ficar a seu favor, ou contra. Em outras palavras, a partir de um grupo de pessoas, você diz o que elas querem ouvir, manipulando a opinião delas.
Desse modo, se elas têm a tendência que você deseja, reforce com o discurso. Se elas são opositoras às suas ideias, fale mal das pessoas e das coisas deles, mesmo sem provar nada. Assim sendo, você os coloca para trabalhar em redes sociais para desmentir, e você amplia os apoiadores.
Controle
Recentemente, muito se tem falado sobre o controle que as pessoas têm sobre as comunicações. Desse modo, admite-se que o poder que elas podem ter sobre o futuro das nações é factual.
A questão que surge é: Quem realmente controla o presente e o futuro de um país?
As pessoas que controlam as comunicações, ou aqueles que estão no comando? Esta é uma discussão complexa, mas importante; pois pode trazer um novo entendimento para a realidade política.
Anteriormente, fiz um texto onde, a partir das ideias de Montesquieu sobre os Poderes do Estado(1), quem eram os poderes “ocultos”. Sugeri que as redes sociais, por exemplo, seriam o quinto ou sexto poder. A discussão deveria estar na pauta do dia, mas a mídia, que deveria iniciar a discussão, não deseja perder sua posição e poder.
O poder está na comunicação
Certamente, ter um bom sistema de comunicação é essencial para qualquer país sobreviver aos rápidos avanços tecnológicos. As comunicações são a ferramenta que nos permite compartilhar ideias. Desse modo, debater pontos importantes para o progresso de um país, e divulgar informações das ações, são essenciais. Em última análise, as comunicações são uma ferramenta política que pode causar um impacto na forma de governar. Entretanto, aqui temos um problema crucial: as comunicações privilegiam a forma e podem esconder conteúdos relevantes.
Influência das Redes Sociais
As redes sociais têm o poder de influenciar muitas pessoas ao mesmo tempo. Certamente, é o principal motivo pelas quais as redes sociais influenciam fortemente a política de alguns países. As pessoas usam as redes sociais para compartilhar suas ideias e opiniões e buscam quem pensa como elas. Não importa, de fato, se vão se manter atualizadas sobre os principais assuntos do país, querem apenas ter razão. Além disso, estas redes mobilizam pessoas a favor de uma causa específica que influencia a política de um país.
Enfim, não importa, para estes perfis, se a causa prejudica mais pessoas do que ajuda. Surpreendentemente, a eles importa ter o apoio de outros que pensam igualmente às suas convicções. Por exemplo, tomemos o exemplo da bancada da bala e dos defensores de armas de forma ampla. Se um grupo de pessoas deseja andar armado e representa menos de 1% da população do país, não importa o que pensam os outros 99%. É a ditadura de uma minoria que atende a poucas oligarquias e que vira até senso comum.
Comunicação para controlar um país
É provável que ter um bom sistema de comunicação é essencial para que um governante possa atuar de forma eficaz. Os cidadãos precisam ter informação sobre as políticas em andamento. Precisam ter acesso aos meios que lhes possibilitem dar sua opinião e influenciar nas decisões.
Sem o acesso à informação, os cidadãos não serão capazes de tomar decisões sobre questões políticas e, portanto, não influenciam em nada. Entretanto, não basta ter acesso à informação, ela tem que ser confiável e objetiva. É inadmissível que alguém, acessando qualquer meio de comunicação, fale ou escreva alguma coisa falsa e diga que isso é “liberdade de expressão“.
O Futuro das Comunicações
Antes que consigamos entender este contexto, as comunicações são mais importantes na vida dos cidadãos do que imaginamos. As novas tecnologias e ferramentas digitais permitem a todos compartilhar suas opiniões. Por outro lado, compartilhar opiniões ou reproduzi-las não significa participar da política nem em sua própria casa. Os cidadãos terão cada vez mais poder para influenciar as decisões políticas desde que entendam o que é debater e avançar.
Em suma, as comunicações desempenham um papel fundamental na política de todas as nações, umas mais do que as outras. Quem controla as comunicações, oficialmente ou sorrateiramente, tem o poder de influenciar o destino de um país. Certamente, ter a oportunidade de participar das discussões políticas é essencial. Escrever e disseminar textos aleatórios, não é, inquestionavelmente, participar da política, é ser somente uma massa de manobra.
Se você deseja fazer parte do movimento em prol da transparência, leia e pesquise mais sobre o poder das comunicações, debata e opine.
(1) “Revisitando Montesquieu no Século XXI”
Imagem: Entre sem Bater – Umberto Eco – Controlar um país
Nota do Autor
Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.
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Agradeço a todos e compreendo os que acham que escrevo coisas difíceis de entender, é parte do “jogo”.