Entre sem bater - Ayn Rand - Defensor da Paz

Entre sem bater – Ayn Rand – Defensor da Paz

Entre sem Bater

Este é um texto da série “Entre sem bater” ( Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. Ayn Rand foi uma das raras mulheres na filosofia, entretanto, tinha posições firmes, até mesmo com relação a um homem ser o “Defensor da Paz“.

Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente.

As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.

Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.

Ayn Rand

Alice O´Connor (aka Ayn Rand) é o que poderíamos chamar, atualmente, de ponto fora da curva. Certamente, é difícil, mesmo em pleno Século XX, uma mulher se apresentar como filósofa. Como se não bastasse, ter uma linha filosófica construída por ela é mais incomum ainda. Por outro lado, admitir publicamente que só respeitava Aristóteles, dentre os filósofos pré-socráticos, chega a ser uma ousadia.

Alice O’Connor (nascida Alisa Zinovyevna Rosenbaum, 2 de fevereiro de 1905 – 6 de março de 1982), era mais conhecida por seu pseudônimo Ayn ​​Rand. Foi uma americana nascida na Rússia, escritora, ensaísta e filósofa. Escreveu trabalhos no gênero ficção e desenvolveu um sistema filosófico que ela chamou de Objetivismo. Nasceu e teve educação na Rússia, mudando-se para os Estados Unidos em 1926. Depois de dois primeiros romances, que inicialmente não tiveram sucesso, e duas peças da Broadway, ela alcançou fama em 1943, com The Fountainhead. Em 1957, Rand publicou seu trabalho mais vendido, o romance Atlas Shrugged. Posteriormente, até sua morte em 1982, ela se voltou para a não-ficção para promover sua filosofia. Publicou seus próprios periódicos e lançou várias coleções de ensaios.

Fonte: Wikipedia (Inglês)

Defensor da Paz

Em primeiro lugar, admito que tenho muitas restrições ao pensamento da russa-estadunidense. Desde que li seus primeiros pensamentos ou frases, e a sua manifestação sobre filósofos, não gostei da linha de raciocínio. Por isso, a minha barreira cresceu quando vi seus traços e posicionamentos como liberal e defensora do capitalismo.

Mesmo que a escritora vivenciou muitas transições, algumas de suas ideias são assustadoras. Surpreendentemente, muitas de suas frases podem ilustrar as interpretações fora de contexto, que os neoliberais praticam. Por exemplo, a ideia sobre um defensor da paz pode ter aproveitamento para mostrar que a individualidade pode ser aceitável.

Hedonismo

Escrevi aqui, anteriormente, sobre a geração do hedonismo oco(1), que vivenciamos com a explosão das redes sociais. Sobretudo após as redes sociais que enaltecem ícones e falsas histórias de sucesso, tudo fica mais claro. Se estivesse viva, seria interessante ver os estudos da filósofa sobre o comportamento desta geração hedonista.

Embora eu tenha muitos retornos positivos sobre meus textos (a maioria), sempre existe uma minoria que não entende absolutamente nada. É provável que ( provável aqui é ironia ) esta minoria seja dos próprios representantes da geração hedonista. Certamente eles nunca vão entender quando a escritora se refere ao homem e questões como sistema social.

Os hedonistas veem seu sistema social, no máximo, um metro ao redor do próprio umbigo. E, com toda a certeza, vão interpretar a ideia da autora como correta, em benefício próprio.

Força bruta

Os tempos são diferentes de quando a autora apresentou este pensamento ao mundo. Os pensamentos da escritora podem ter alinhamento cronológico, mas outros, como é o caso deste que trata do “defensor da paz” é de difícil reconhecimento.

Se tomarmos a sua biografia, Ayn Rand viveu uma Revolução Russa, o “Crack de 1929“, duas guerras mundiais e muito mais. Sem dúvida, é muita bagagem vivencial e que nem podemos comparar. Vivemos, sobretudo nos últimos vinte anos, mudanças que Ayn Rand viveu em 80 anos. Inquestionavelmente, a intensidade que estamos vivenciando pode ser muito maior, até mesmo pelo poder das comunicações(2).

Se tomarmos o termo força bruta, e os movimentos que ela viveu, podemos dizer que estamos num paraíso. A força bruta matava milhões, até mesmo em nome de Deus e do poderio bélico. Entretanto, ainda hoje mata até mais, em nome do capitalismo e do liberalismo que ele defendeu.

Para ser um defensor da paz, deve-se entender de qual sistema social fazemos parte. Só para efeito comparativo, a história política recente do Brasil deveria servir para mostrar qual o papel de cada cidadão. Contudo, serviu somente para dividir uma nação(3) colocando o individualismo acima de tudo. A força bruta teve, e ainda tem, seu uso com muita dissimulação. Em outras palavras, ataques às pessoas, individualmente, mascaram intenções que visam benefício de poucos ou de grupos.

Frases de Montesquieu

  • O que não for bom para a colmeia também não é bom para a abelha.
  • Nação é o povo com a consciência, a convicção do destino comum. A comunhão de interesses, que se estabeleceu nela, gera a convicção do destino comum. E engendra entre os conacionais uma SOLIDARIEDADE insubstituível, uma lealdade no servir inviável fora da Nação.

Montesquieu nunca foi tão presente, e contradiz a ideia de Ayn Rand sobre respeitar somente Aristóteles. Com efeito, além do pensador francês, muitos outros, como Umberto Eco e a ideia de como controlar um país(4), são reais.

Enfim, perdemos completamente a ideia de nação, graças ao individualismo e egocentrismo. O hedonismo presente em milhões de cabeças-ocas em exibição nas redes sociais é determinante. Não veremos, jamais, uma revolução-civilização como Victor Hugo queria sugerir.

Em suma, quando até mesmo redes sociais como o LinkedIn se prestam ao hedonismo e individualismo é sinal que perdemos a mão. Estas plataformas, criam Top Voices e outros perfis, e tratam cruelmente cada indivíduo que arregimentaram. E dizem que tudo sob controle da “mão invisível do mercado”, quando os “admin” não sabem nem como são submissos ao controle.

Numa antítese de Star Wars, a força nunca esteve com você, a força bruta agora é digital, e não teremos paz, #TAOQUEI?

P. S.

A escritora Ayn Rand sofreu críticas severas e até cruéis de pensadores e filósofos, todos homens, entretanto resistiu bravamente.

 

(1) “A geração do hedonismo oco

(2) “Revisitando Montesquieu no Século XXI

(3) “O Fla-Flu de uma nação dividida

(4) “Entre sem bater – Umberto Eco – Controlar um País

 

Imagem: Entre sem bater – Ayn Rand – Defensor da Paz

Nota do Autor

Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.

  • Os textos de “Entre sem bater” são opinativos/informativos, inquestionavelmente com o objetivo de estimular a reflexão e o debate.
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Agradeço a todos e compreendo os que acham que escrevo coisas difíceis de entender, é parte do “jogo”.

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