Entre sem Bater
Este é um texto da série “Entre sem bater” ( ← Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. Sem dúvida, um cientista-inventor, como Santos Dumont, deve ter uma “Grande Paciência“.
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As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.
Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.
Santos Dumont
A data de 20 de julho de 2023 marca o sesquicentenário do nascimento de um herói brasileiro legítimo. É provável que Santos Dumont, o “pai da aviação” tupiniquim, seja o brasileiro com mais condecorações científicas do planeta. Sua biografia, mesmo as que constroem polêmicas, merece uma leitura atenta. Este espaço é pouco para mostrar as grandes qualidades, dentre as quais a grande paciência, deste brasileiro.
Alberto Santos Dumont (Palmira, 20 de julho de 1873 – Guarujá, 23 de julho de 1932) foi um aeronauta, esportista, autodidata e inventor brasileiro. Dumont é amplamente reconhecido como o “pai da aviação“, tendo realizado o primeiro voo homologado da história. Foi um engenheiro (apesar de não ter tido formação acadêmica nessa área) e inventor de várias inovações. Ele foi o primeiro a decolar a bordo de um avião ( o 14-Bis ), impulsionado por um motor aeronáutico.
Fonte: Wikipedia (Português)
Grande Paciência
A história de Santos Dumont é vasta e cheia de divergências e até polêmicas. Desse modo, algumas de suas invenções e criações caem no esquecimento. É provável que outras tantas coisas poderiam ter sua assinatura, mas seu comportamento introspectivo não permitiu. Poucos brasileiros sabem de suas atividades com a escada “partida”, chuveiro elétrico, relógio de pulso e outros.
Sua vida, entre Europa e Brasil, foi um sem fim de acontecimentos e reconhecimentos. A frase-chave deste texto está na sua obra “O que eu vi, o que nós veremos“, uma espécie de diário do herói-cientista brasileiro.
O que eu vi, o que nós veremos
A frase da obra de Santos Dumont está no contexto de algumas explicações sobre possíveis demoras ou hiatos entre suas apresentações aéreas.
“Há um ditado que ensina “o gênio é uma grande paciência“; sem pretender ser gênio, teimei em ser um grande paciente. As invenções são, sobretudo, o resultado de um trabalho teimoso, em que não deve haver lugar para o esmorecimento”.
in “O que eu vi, o que nos veremos”
Desta forma, é possível que encontremos na constatação de Santos Dumont uma forte motivação para que o mundo tenha menos cientistas. A indústria do imediatismo utiliza-se de todas as tecnologias, aperfeiçoa-as, mas a baixa criação de patentes mostra a falta de paciência de todos.
Como se não bastasse, a agilidade e necessidade de respostas rápidas das pessoas as levam para demonstrações de impaciência explícita. Podemos, por exemplo, citar até conversas pessoais e sem compromisso sobre qualquer ideia nova que surge. Os ouvintes já querem imaginar a partir de sua pobre base de conhecimento, e deduzem a sequência de tudo.
Com toda a certeza, estes métodos dedutivos e com pouca fundamentação são inimigos dos cientistas, pesquisadores e dos gênios. O mundo da pesquisa está em desalinhamento com o mundo das redes sociais e da ciência. Todos já têm respostas prontas e sabem de tudo que está acontecendo, não importa o quão enorme é o tempo para explicar qualquer coisa.
Perseverança
Atualmente, a palavra ´perseverança`, lógico que os tempos são outros e não temos gênios como antigamente. Qualquer ser mequetrefe fatura milhões, não possui nenhum espírito de Santos Dumont e ganha milhões. Como se não bastasse, não têm a mínima paciência no trato com as pessoas e com as coisas. Além disso, possuem ideias fraquíssimas e sem conteúdo, mas que caem no gosto da patuleia.
Não precisa ser gênio e muito menos ter paciência, é tudo uma questão de oportunidade e oportunismo.
E, sem dúvida, se tentamos ser pacientes ou explicar com calma alguma coisa, prontamente seremos aqueles teimosos que não entendem nada. E, para piorar, se tentamos nivelar os conceitos e fundamentos ainda nos passamos por arrogantes e prepotentes.
Em suma, as pessoas, na sua maioria, só querem saber do que pode dar certo e têm muita pressa.
P. S.
O ditado a que se refere Santos Dumont “… o gênio é uma grande paciência… ” é, na verdade, uma frase de Thomas Edison. O inventor estadunidense disse: “O gênio é aquele que tem uma grande paciência“, que teve algumas variações e reproduções.
Imagem: Entre sem bater – Santos Dumont – Grande Paciência (Revista Vanity Fair – 1901)
Nota do Autor
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