Entre sem bater – Hailé Selassié – Discriminação Racial

Entre sem Bater

Este é um texto da série “Entre sem bater” ( ← Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. Hailé Selassié era, com toda a certeza, um tirano à moda antiga. Entretanto, suas intervenções no contexto mundial foram e ainda são inspiração para muitos. Sua visão sobre a “Discriminação Racial“, era revolucionária e contundente.

Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente.

As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.

Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.

Hailé Selassié

Selassié ou o Rás^(*) Tafari é uma das personalidades mais marcantes do Século XX. Desde que chegou ao poder, ainda jovem, ganhou projeção mundial, para o bem ou para o mal. Herdeiro de uma dinastia secular, falava e fazia coisas inimagináveis. Surpreendentemente, lutava contra a discriminação racial com uma garra incomum.

Haile Selassie ou Hailé Selassié batizado como Tafari Makonnen e posteriormente chamado por Rás Tafari ( Ejersa Goro, 23 de julho de 1892 – Adis Abeba, 27 de agosto de 1975) foi regente da Etiópia de 1916 a 1930 e imperador de 1930 a 1974. Tinha condecoração da Grã-Cruz das ordens GCTE e GCBTO. Era o herdeiro de uma dinastia cujas origens remontam ao século XIII. Selassié foi uma figura crucial na história da Etiópia e da África. É considerado um símbolo religioso, o “Deus Encarnado”, entre os adeptos do movimento rastafári. Os rastafáris também o chamam de H.I.M., que significa “Sua Majestade Imperial” ( do inglês: His Imperial Majesty).

Fonte: Wikipédia (Português)

Discriminação Racial

Rastafári

O movimento rastafári, criado por Selassié, confunde-se com o movimento que fazia parte da vida de Bob Marley. No disco “Bob Marley & The Wailers” a música WAR tem inspiração e trechos do memorável discurso de Hailé Selassié na ONU.

WAR – Bob Marley

Embora existissem movimentos em todo o mundo contra a discriminação racial, somente em meados dos anos 1960 que as nações trataram do problema. O movimento rastafári foi o de maior projeção no combate ao racismo e discriminação fora dos EUA.

Data de Luta

Em primeiro lugar, repito que sou ferozmente contra ter uma data de luta, como esse “Dia Internacional contra a Discriminação Racial“. Somente após eventos racistas e mortes na África do Sul é que os países da ONU se movimentaram para dar uma satisfação ao mundo. Entretanto, ainda hoje, o racismo e preconceito, não somente com os afrodescendentes, cresce e é aceito por camadas da sociedade. Vários países não admitem que tem a discriminação racial enraizada nos seus costumes e praticam o negacionismo.

Como se não bastasse a indiferença ou negação da parte de nações inteiras, de negros ou de etnias não-brancas, é uma realidade. Surpreendentemente esses que sofrem com  a discriminação rejeitam a ideia de que são vítimas.

No Brasil, por exemplo um ex-presidente beócio da Fundação Palmares, negava a existência da discriminação e preconceito. Como se não bastasse, no Brasil que tem a maioria da população descentes de negros, sofrem discriminação de raça e social e negam.

O dia de luta, enfim, é somente um registro da existência do racismo e uma data para lembrarmos que a discriminação racial existe.

Segue a Guerra

Desse modo, é importante destacar que o trecho do discurso de Hailé Selassié é atual e presente.

“Sobre a questão da discriminação racial, a Conferência de Addis Abeba ensinou, para aqueles que aprenderão, esta lição adicional:

Que até que a filosofia que considera uma raça superior e outra inferior seja final e permanentemente desacreditada e abandonada;

Que até que não haja mais cidadãos de primeira classe e segunda classe de qualquer nação;

Isso até que a cor da pele de um homem não seja mais significativa do que a cor de seus olhos;

Isso até que os direitos humanos básicos garantam igualdade a todos sem distinção de raça;

Que até aquele dia, o sonho de paz duradoura e cidadania mundial e o domínio internacional da moral e costumes permanecerão apenas uma ilusão passageira, numa busca inatingível;

E até que os regimes ignóbeis e infelizes que mantêm nossos irmãos em Angola, em Moçambique e na África do Sul em escravidão subumana tenham destruição exemplar…”.

Com o propósito de combater a discriminação racial, segue a guerra …

 

^(*) Desde que comecei a escrever, fazia palavras cruzadas. E esta era fácil: Príncipe Etíope, com 3 letras = RÁS.

P. S.

Hailé Selassié merece ser objeto de análise. Já fiz várias referências a ele, inclusive irônicas, como em “O lema Selassié“.

 

Imagem: Entre sem Bater – Hailé Selassié – Discriminação Racial

Nota do Autor