Entre sem Bater
Este é um texto da série “Entre sem bater” ( ← Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. O ator Pedro Cardoso criou uma saia justa ao fazer um comentário no canal de TV CNN. Ao dizer que a mídia vive de um “Monólogo“, certamente provocou a ira de muitos dos péssimos profissionais.
Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente.
As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.
Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.
Pedro Cardoso
Pedro Cardoso, o “Agostinho Carrara“, malandro brasileiro, coloca opiniões polêmicas como sua tentativa de diálogo no canal CNN. Ao tentar debater sobre a questão da ameaça ao Senador Sérgio Moro, apresentou a questão sobre diálogo X monólogo. Sem dúvida, os demais participantes do programa acusaram o golpe, um gancho direto no queixo de todos profissionais da mídia.
Pedro Cardoso Martins Moreira (Rio de Janeiro, 31 de dezembro de 1962) é um ator, redator, roteirista, autor, escritor e humorista brasileiro. Ele recebeu vários prêmios ao longo de sua carreira, incluindo um Grande Otelo, quatro Prêmios Qualidade Brasil, e um Prêmio Shell, além de ter recebido indicações para um Emmy Internacional e três Prêmios Guarani. Cardoso é fundador do teatro besteirol, movimento marcante do teatro carioca na década de 1980.
Fonte: Wikipédia (Português)
Diálogo x Monólogo
Em primeiro lugar, menos pela questão do monólogo x diálogo, não tenho mais paciência para os programas de TV, nem jornalísticos. De fato, cada comentarista não relata notícias, quer dar sua opinião e pouco temos de debate. Anteriormente, as “mesas redondas” com “bestas quadradas” eram restritas ao assunto futebol. Atualmente, a política, economia e toda sorte de assuntos viraram um grande monólogo de cada apresentador e participante.
Desse modo, o que vemos em todos os canais por assinatura são programas com âncoras sem qualificação ( com raríssimas exceções !) . Cada um querendo mostrar erudição e dar sua opinião, que é monolítica. E, com toda a certeza, não importa o canal, Globo News, CNN, etc. não passam e mais do mesmo.
Por outro lado, admito que não estava assistindo o programa com a fala do “Agostinho Carrara”. Logo após a exibição do programa começaram a “pipocar” trechos nas redes sociais.
Depois que vi alguns deles, resolvi escrever este texto e ver a versão original e integral. Com o propósito de sentir o clima do debate, e verificar se era mais um monólogo do Pedro Cardoso. Contudo, percebi que ele (o ator) até queria o diálogo, em vão. Os interlocutores ainda tentaram interromper o protagonista e reforçaram com suas falas, a hipocrisia do monólogo.
Imprensa Cínica
Como destaquei aqui neste espaço a frase de Pulitzer, a imprensa cínica cuida de formar um público pior do que ela. Desta forma, nada me assusta como a reação das pessoas ao discurso do Pedro Cardoso e, tampouco, dos profissionais da imprensa.
Acompanho, eventualmente, muitos noticiários da TV aberta e canais por assinatura, inclusive canais do exterior. É lamentável o estágio que chegamos em certos programas que eram para ser jornalísticos e viraram programas de “minha opinião e pronto!“.
A baixa qualidade de alguns profissionais mais novos é assustadora. Surpreendentemente, as ocorrências de profissionais chamando atenção dos outros e corrigindo ao vivo são uma constante, em qualquer canal.
E, como se não bastasse, o telespectador tem equiparação como se fosse um débil mental. Em tempos de TV digital, que deveria permitir a interação, se enviarmos algum comentário que aponta problemas na comunicação, viram lixo virtual.
Existem profissionais na mídia, com especialização em moderação e proteção dos apresentadores e debatedores que estão trabalhando muito. E, com efeito, chamei-os de capatazes digitais(1), que não aparecem e impedem que a incompetência destes profissionais tenha a mínima exposição.
Redes Sociais
Este cinismo e hipocrisia contaminam, analogamente, as redes sociais que não se prestam ao debate. As pessoas estão ávidas por terem uma opinião de “segunda mão”(2), enfim, querem um monólogo para chamar de seu.
Em suma, não querem ter trabalho de ouvir opiniões diferentes e fazer reflexão mínima sobre qualquer tema.
Mesmo que sejam editorias diferentes (política, economia, futebol, religião etc.) os influencers estão no comando. Ganhando rios de dinheiro e, na maioria dos casos, defecando opinião pela boca, sem nenhum debate.
Ao mesmo tempo que influencers passam a ideia de que estão criando um debate, só citam comentários de telespectadores que pagam. E a conversa é direta, de uma geração para ela mesmo.
E, afinal, os poucos de gerações diferentes que ainda resistem, sob acusação de não entenderem o que os outros falam ou escrevem. Conteúdo de verdade, diálogo e debate são artigos de luxo, que a patuleia está se especializando em “cancelar”.
Percebo que, cada vez mais, a trincheira da resistência se esvazia… Perdemos !
(1) “As redes sociais e o capataz digital”
(2) “Entre sem bater – Mark Twain – Segunda Mão”
Imagem: Entre sem Bater – Pedro Cardoso – Monólogo
Nota do Autor
Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.
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Agradeço a todos e compreendo os que acham que escrevo coisas difíceis de entender, é parte do “jogo”.