Entre sem Bater
Este é um texto da série “Entre sem bater” ( ← Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. William K. Clifford soube misturar duas disciplinas bem distintas, superando todas as “Evidências Insuficientes” e os detratores.
Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente.
As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.
Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.
William Kingdon Clifford
William Kingdon Clifford, ou W.K. Clifford foi um dos expoentes do pensamento crítico e da busca por fundamentos consistentes. Por isso, aqueles que atuam com a linha de falar através de evidências insuficientes, não gostem de todos que buscam a fundamentação correta. Com as novas tecnologias, pensadores como teriam execração pública, só pelo fato de mostrarem as idiotices que dominam as redes sociais.
Com toda a certeza, a obra “Ethics of belief” ( Ética da Crença ) expõe todas as qualidades de Clifford. Desse modo, utilizamos um de seus pensamentos para defender a racionalidade e combater o achismo e o lero-lero.
William Kingdon Clifford FRS (4 de maio de 1845 – 3 de março de 1879) foi um matemático e filósofo inglês. Com base no trabalho de Hermann Grassmann, ele introduziu o que hoje é chamado de álgebra geométrica, um caso especial da álgebra de Clifford nomeada em sua homenagem. As operações da álgebra geométrica têm o efeito de espelhar, girar, transladar e mapear os objetos geométricos que estão sendo modelados para novas posições. Álgebras de Clifford em geral e álgebra geométrica em particular têm sido cada vez mais importantes para a física, matemática, geometria, computação. Clifford foi o primeiro a sugerir que a gravitação pode ser uma manifestação de uma geometria subjacente. Em seus escritos filosóficos, ele cunhou a expressão mente-material. e escreveu a obra “Ethics of belief” (1877).
Fonte: Wikipedia (Inglês)
Evidências Insuficientes
Em primeiro lugar, é necessário definir(*) o escopo das duas palavras (evidências e insuficientes) e trabalharmos a expressão como um todo.
Evidência
Existem duas acepções, com muita semelhança e pouca margem para sinônimos ou interpretações muito diferentes.
- Qualidade do que é evidente; certeza manifesta.
- O que serve para demonstrar ou esclarecer um fato, uma causa ou uma verdade (Por exemplo, evidência científica; evidências estatísticas)
Ficamos com a segunda acepção do substantivo feminino, por dever de ofício e por experiência de como as pessoas gostam de interpretar expressões.
Insuficiente
A segunda palavra da expressão possui mais acepções, entretanto, são complementares e podem reforçar a expressão completamente.
- Não suficiente; deficiente.
- Diminuto.
- Incapaz, incompetente.
Adotaremos uma união dos significados e abandonaremos uma quarta acepção. Assim sendo, insuficiente é algo diminuto, deficiente, e com incapacidade e incompetência. É provável que o substantivo masculino transforme-se em superlativo na expressão em epígrafe.
Desse modo , a expressão “evidências insuficientes”, de acordo com a intenção de Clifford, é aplicável em qualquer debate do mundo das redes sociais. Sem dúvida, em outros ambientes onde se escreve com maior cuidado, inclusive textos longos(1), é possível que as evidências sejam suficientes.
Redes Sociais
Esta expressão (Evidências Insuficientes) tem presença no livro “Ética das Crenças” no tópico de “Dever de Investigação“. Atualmente, tudo que não está nas redes sociais é Ética e critérios de investigação. As pessoas se apegam às suas crenças e não querem nem saber da opinião alheia.
Desse modo, hipocritamente, como fazem muitos dos “debatedores” de agrupamentos em redes sociais, não querem saber de fatos e evidências. Quase todos já tem alguma opinião de Segunda Mão(2) e não tem a dignidade e ética de pesquisar sobre o que compartilham.
Desta forma, o que mais se tem visto são situações desagradáveis em que as pessoas se julgam donas da verdade com opinião sem fundamento. Como se não bastasse, existem os que a partir de suas crenças, reproduzem versículos bíblicos como verdade. Surpreendentemente, depois de vermos os efeitos da “terra plana” na cabeça das pessoas, concluímos que o poço não tem fundo.
Evidências Insuficientes, por W. K. Clifford
“Se um homem, mantendo uma crença que lhe foi ensinada na infância ou da qual foi persuadido posteriormente, reprime e afasta quaisquer dúvidas que surjam sobre ela em sua mente, evita deliberadamente a leitura de livros e a companhia de homens que questionam ou discutem e considera ímpias aquelas perguntas que não podem ser feitas facilmente sem perturbá-lo – a vida desse homem é um longo pecado contra a humanidade.“
Enfim, o meteoro não veio, o mundo acabou em 2012, não descobrimos o “Elo Perdido” e muitos pensam que as redes sociais são “o mundo”.
Perdemos !
P. S.
Certamente, alguns professores de matemática, álgebra, cálculo que tive, não me incentivaram a gostar de matemática. É provável que nenhum deles tenha lido um livro sequer de filosofia. Assim sendo, a minha admiração por matemáticos-filósofos não têm origem nos professores de matemática que existem no Brasil. Raramente, vemos professores de ciências exatas que conseguem pensar e associar filosofia e lógica. Por isso, é entristecedor ver perguntas nas redes sociais do tipo: o que vou aproveitar na vida com estas disciplinas?
(1) “Entre sem bater – Blaise Pascal – O texto mais longo”
(2) “Entre sem bater – Mark Twain – Segunda Mão”
(*) Dicionário Priberam Português
Imagem: Entre sem bater – W. K. Clifford – Evidências Insuficientes
Nota do Autor
Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.
- Os textos de “Entre sem bater” são opinativos/informativos, inquestionavelmente com o objetivo de estimular a reflexão e o debate.
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Agradeço a todos e compreendo os que acham que escrevo coisas difíceis de entender, é parte do “jogo”.