Entre sem bater - Antoine de Saint-Exupéry - Namorados

Entre sem bater – Antoine de Saint-Exupéry – Dia dos Namorados

Entre sem Bater

Este é um texto da série “Entre sem bater” ( Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. O dia dos “Namorados” é uma aberração, e ao menos Saint-Exupéry teve lucidez para falar do amor.

Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente.

As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.

Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.

Antoine de Saint-Exupéry

Saint-Exupéry, a princípio, tem reconhecimento planetário pela sua obra-prima “O Pequeno Príncipe“. De fato, milhões de pessoas nunca leram o livro e falam sobre ele. Como se não bastasse, chegam a confundir sua obra com outra obra prima, de Maquiavel. Estou na turma que leu o livro de Saint-Exupéry, mas prefiro outros pensamentos e frases menos utópicos.

Antoine Marie Jean-Baptiste Roger, conde de Saint-Exupéry, conhecido como Antoine de Saint-Exupéry nasceu em 29 de junho de 1900 e morreu em 31 de julho de 1944). Foi um escritor, poeta, jornalista e aviador pioneiro francês. Recebeu, outrossim, vários prêmios literários de prestígio por sua novela O Pequeno Príncipe ( Le Petit Prince ). Adicionalmente, seus escritos líricos sobre aviação, incluindo Wind, Sand and Stars e Night Flight têm reconhecimento mundial. Suas obras tiveram tradução para diversas línguas com milhões de leitores.

Fonte: Wikipedia (Inglês).

Dia dos Namorados

Em primeiro lugar, este texto vai na contramão de tudo que sugere o título ou a data comemorativa. Desse modo, é aconselhável que as pessoas mais sensíveis fujam, rapidamente, a partir deste trecho. Entretanto, seria bom refletirem sobre algumas questões?

  • Um feriado de origens religiosas cristãs/pagãs deveria ter “comemoração” por todos, de todas as religiões?
  • Uma data, com toda a certeza, de cunho comercial é digna do sentimento real das pessoas?
  • Pessoas que não sabem o motivo e origem de uma data comemorativa são capazes de entendê-la?
  • Por que é namorados e não namoradas ou “namorades“?

Dito isso, avisos e alertas com os esclarecimentos suficientes, vamos à ideia associada à frase de Saint-Exupéry que não diz sobre do “dia dos namorados“. Certamente, a presunção de todos sobre a data não é pelo relacionamento, mas sim sobre o amor como “pano de fundo“.

Valentine´s Day

Sem dúvida, encontrar frases ou pensamentos que levem à reflexão em datas como o “Dia dos Namorados” é impossível. As pessoas são críticas ferozes contra todos e tudo que tente lhes dar algum ponto de racionalidade numa data como esta.

Vejamos, por exemplo, a origem (sem comprovação) do dia no ambiente cristão. É provável que o Papa Gelásio acabou com a Lupercália(1) e não tenha pensado no amor. De fato, o Papa queria acabar com uma festa que protegia bichos com o pretexto de apoiar a fertilidade humana.

Em suma, a homenagem a um santo ( São Valentim ) e a instituição do 14 de fevereiro como Dia de São Valentim é bizarra.

Como se não bastasse, a sociedade civilizada e livre das amarras da igreja, resolve promover a data no mundo, a partir de processos consumistas.

Dia dos Namorados

Como não existe, com toda a certeza, nada que não seja tão ruim que não possa piorar, o complexo de vira-latas fala mais alto. A data “mundial” do dia dos namorados teria que ser uma data diferente no Brasil. E, surpreendentemente, escolhem uma data próxima àquela destinada a um santo; Santo Antônio, o santo “casamenteiro”.

E, desse modo, as falácias e sonhos das pessoas vão avançando por séculos, décadas e gerações.

Com o propósito de ser fiel à ideia do “Entre sem bater“, escolhi a frase mais crítica que encontrei sobre amor. Uma vez que foi impossível encontrar alguma frase ou texto sobre esta data comemorativa que não fosse piegas e utópica. Eu, se fosse político ou das Nações Unidas, proporia que esta data fosse o Dia Universal das Utopias e Hipocrisia.

Como é possível falar em amor, enamorados/as/es em tempos de redes sociais estultas, superficiais e falsas?

Sonhos

Certamente, é compreensível esta ânsia das pessoas por amor, mas a coisa ultrapassou os limites do racional. Alguns poetas dizem que é uma questão vital, eu digo que é uma irracionalidade universal e egoísta. Filósofos falam sobre a importância de amar como sujeito ativo e passivo. E, desse modo, a frase de Saint-Exupéry é a mais perfeita de todas, sempre visando para além de nós mesmos.

Esta visão de olhar juntos, para fora e na mesma direção, não está em sintonia, atualmente, com o que pensam as pessoas. Infelizmente, a mídia promove a “revolução” do dia dos namorados nesta data. São casais procurando motéis e jantares românticos, desesperadamente e alegrando o “natal” daqueles que têm “natais” nestas datas.

Não se vê nenhuma campanha do tipo “dê seu amor para quem precisa“. A lógica do “meu” ( Ô pronome possessivo maldito ! )(2) prevalece sobre o “nosso” com larga margem.

Sociedade

Em suma, os sonhos de Saint-Exupéry foram mais do que sonhos, ele escreveu e fez muito, mas não foi capaz de arrebanhar disseminadores de amor.

É difícil escrever um texto como este, e com esta visão crítica sobre a data e sobre sentimento das pessoas. Fica parecendo um comportamento afrontoso já que vai de confronto a uma “felicidade” coletiva. De fato, é impossível ter argumentos quando a aparente felicidade está nos olhos de todos, para dentro.

Destarte, fica o registro que a frase de Saint-Exupéry vale para namorados/as/es e todas as pessoas, mas elas se recusam a olhar para fora. Aqueles que pensam que nossa sociedade evoluiu, desde que as redes sociais deram conhecimento a quase todos, estão no mundo da lua.

Viva o dia dos namorados, dos lucros, ilusões e desejos dos indivíduos, sem o menor receio de ser alvo da acidez das pessoas.

Reflitam !

 

(1) “Britannica – Lupercália

(2) “Entre sem bater – Jean-Jacques Rousseau – Sociedade Civil

 

Imagem: Entre sem bater – Antoine de Saint-Exupéry – Namorados

Nota do Autor

Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.

  • Os textos de “Entre sem bater” são opinativos/informativos, inquestionavelmente com o objetivo de estimular a reflexão e o debate.
  • Sugestões, indicações de erro e outros, uma vez que tenham o propósito de melhorar o conteúdo, são importantes. Basta enviar  comentários via e-mail para pyxis at gmail.com, página do Facebook, associada a este Blog, ou perfil do Twitter.
  • Alguns textos sofreram revisão, outros ainda apresentam erros (inclusive ortográficos) e sofrerão correção à medida que tornam-se erros graves (inclusive históricos).
  • Algumas passagens e citações podem parecer estranhas mas fazem parte ou referem-se a textos ainda inéditos.

Agradeço a todos e compreendo os que acham que escrevo coisas difíceis de entender, é parte do “jogo”.

Deixe um comentário