Entre sem Bater
Este é um texto da série “Entre sem bater” ( ← Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. A “Tolerância” é, certamente, um dom, digno de líderes espirituais, como Dalai Lama.
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As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.
Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.
Dalai Lama (14°)
A história dos Dalai, especialmente do atual, Tenzin Gyatso, é muito mais complexa do que podemos imaginar. Descendentes e seguidores da escola Budista, tem muitos atributos e defeitos, e a tolerância, inegavelmente, deve ser uma destas virtudes.
Dalai Lama, Sua Santidade, Tenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama, nascido em 6 de julho de 1935 ) é o Chefe de Estado e líder espiritual do povo do Tibete. Recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 1989; nascido Lhamo Dhondrub , renomeado Jetsun Jamfel Ngawang Lobsang Yeshe Tenzin Gyatso. Com efeito, o Santo Senhor, Gentil Glória, Compassivo, Defensor da Fé, Oceano de Sabedoria foi oficialmente reconhecido como o Dalai Lama. Este é o título dado pelo povo tibetano ao principal líder espiritual da Escola Gelug ou “chapéu amarelo” do budismo tibetano. Gelug é a mais nova e dominante das quatro principais escolas do budismo tibetano. O 14º Dalai Lama é Tenzin Gyatso e vive exilado como refugiado na Índia. O Dalai Lama também é considerado o sucessor de uma linhagem de Tulkus que se acredita serem encarnações de Avalokiteśvara, o Bodhisattva da Compaixão. Os tibetanos frequentemente se referem a ele como Yeshe Norbu, a “Jóia que Realiza Desejos” ou apenas Kundun – “A Presença”.
Fonte: Wikipedia (Inglês)
Tolerância
Este substantivo feminino caiu em desuso, ou saiu de moda por conta das redes sociais. Analogamente àquilo que acontece em outras editorias e temáticas, praticar a tolerância plena por intermédio das redes sociais é inútil. Por exemplo, temos duas pessoas que falam de futebol ou política, um deles é intolerante e outro extremamente tolerante. Quem terá mais compartilhamentos, e apoios? Sem dúvida, o mais intolerante vence e não tem Dalai Lama que resolva. Contudo, a frase do líder tibetano pode até ajudar para o jogo não ficar tão desfavorável.
Escrevi sobre a intolerância e, com toda a certeza, a repercussão foi muito maior do que será este texto sobre o contrário. Anteriormente, quando me referi sobre a intolerância digital(1), o momento indicava instabilidade política e mau uso das redes sociais. Certamente, quem sobreviveu às eleições de 2018, à pandemia e conseguiu superar as eleições de 2022, tem muito a comprovar.
Limites
Com toda a certeza, não tenho nenhum traço de ser um líder tibetano. Por outro lado, tenho mais do que uma convicção, de que pratico a tolerância até determinados limites. Portanto, aqueles que exigem que sejamos monges tibetanos não praticam a metade do que pregam.
As redes sociais tornaram-se o paraíso dos intolerantes, o playground de falsos religiosos pregando uma coisa e fazendo outra.
Em suma, as redes sociais deixaram de ter limites há muito tempo e ser tolerante é não fazer “nenhum sucesso”.
No caso da frase de Dalai Lama, é muito simples, a falsidade chegou a tal ponto que somente inimigos e adversários são verdadeiros (#SQN). Devemos refletir sobre a crueldade dos inimigos, pois as derrotas são inevitáveis, e é provável que nos ajude na aprendizagem da sobrevivência.
Desta forma, temos que admitir que para praticar a tolerância, o dom da paciência e compreensão devem existir.
Enfim, fico imaginando se, no Brasil, tivéssemos a tolerância de um monte tibetano e fôssemos refletir sobre os dogmas de nossos inimigos. Teríamos compaixão e tolerância ao ver as teorias da terraplana, dos antivacinas e golpistas? É provável que não consigamos nem ultrapassar a fase da comiseração. Por outro lado, temos que condenar a cumplicidade criminosa com que a maioria dos déspotas manipula estes néscios.
Todos temos nossos deslizes e mostramos nossa intolerância em algum momento, mas há limites para aturar certos tipos de ignorantes.
Acepções
Das as acepções da palavra tolerância, três são particularmente aplicáveis ao pensamento, especialmente pelo antônimo comum. Contudo, seus sinônimos é que determinam os limites de cada um.
( to·le·rân·ci·a )
substantivo feminino
1. Ato ou efeito de tolerar.
2. Aceitação daquilo que não se quer ou não se pode impedir (ex.: o professor tem muita tolerância em relação aos atrasos; tolerância com os erros). = COMPLACÊNCIA, CONDESCENDÊNCIA, INDULGÊNCIA ≠ INTOLERÂNCIA
3. Disposição para ouvir ou aceitar ideias, opiniões ou atitudes diferentes ou opostas às próprias (ex.: tolerância ideológica; tolerância religiosa). ≠ INTOLERÂNCIA
Fonte: Dicionário Priberam
Desta forma, um monge tibetano tem limites altíssimos, especialmente no trato com os inimigos. Assim sendo, eles não devem ter a intimidade que as pessoas normais têm com a Internet e redes sociais. E, ao contrário de outro pensamento de Dalai Lama, a tolerância é um sinal da fraqueza das pessoas, para a sociedade que prestam contas.
Em outras palavras, ao sermos tolerantes, perderemos, pois nem os que defendem civilidade conseguirão nos apoiar. Sem dúvida, preciso praticar mais a tolerância, mas os inimigos não me permitem e nem me deixam respirar.
P. S.
Em um texto de conteúdo estrutural que existe neste Blog, apresentei “As 7 virtudes do Bushido“. No texto destaquei que a “Compaixão” confunde-se com tolerância, e as pessoas se aproveitam disso. Em suma, as ideias de um líder tibetano nem sempre alinham-se com o verdadeiro espírito do samurai.
(1) “A intolerância digital não é coincidência”
Imagem: Entre sem bater – Dalai Lama – Tolerância
Nota do Autor
Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.
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Agradeço a todos e compreendo os que acham que escrevo coisas difíceis de entender, é parte do “jogo”.