Entre sem bater - Eliane Brum - Burrice

Entre sem bater – Eliane Brum – A Burrice

Entre sem Bater

Este é um texto da série “Entre sem bater” ( Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. A escolha de frase de Eliane Brum, tem uma simbologia que não é compreensível pelos que sofrem de “Burrice”.

Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente.

As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.

Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.

Eliane Brum

Como disse, anteriormente, escolher uma frase para representar o termo burrice é muito difícil. Existem aforismos e paráfrases de autores estrangeiros que suscitam a dúvida da intenção numa frase ou pensamento. Por exemplo, Mário Quintana disse que “a burrice é invencível? É provável que não disse, exatamente, com estas palavras. Desse modo, a confirmação mais concreta é da frase em destaque neste texto.

Eliane Brum (nascida em maio de 1966, em Ijuí ) é uma jornalista, escritora e documentarista brasileira. Formou-se pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS) em 1988 e já escreveu para Zero Hora, Época e El País e ganhou mais de 40 prêmios internacionais de reportagem, entre eles o Prêmio Rey de España e o Inter Prêmio American Associated PressEscreveu um romance – “Uma Duas” e três livros de crônicas: “Coluna Prestes – O Avesso da Lenda”, “A Vida que Ninguém Vê”. Lançou uma coletânea com 64 crônicas e artigos de opinião publicados no site da Revista Época, e ganhou o Prêmio Açorianos de Melhor Livro do Ano, por “A Menina Quebrada.

Fonte: Wikipedia (Inglês/Português)

A Burrice

Do mesmo modo que a palavra saudade, compreensível somente pelos falantes do idioma português, burrice pode ter um enquadramento parecido. Não existe, pelo menos nos idiomas inglês, francês e espanhol, uma tradução para a burrice, como no português do Brasil. É provável que a atribuição de comportamento de uma pessoa ao burro, tenha limitações em outras culturas. É provável que, mesmo existindo tal animal, em outros países, a inteligência das pessoas não permite esta adjetivação pejorativa. Assim sendo, a palavra burrice é, stricto sensu, uma aberração que, no Brasil, é necessária, inclusive se ofender aos burros.

Frases Lapidares

Além do aforismo, que indevidamente associa-se ao poeta Mário Quintana, adoro a frase “a Burrice é invencível”, dentre outras.

Desde Albert Einstein a Nélson Rodrigues são muitas as frases lapidares que se encaixam nos burros em tempo integral. Contudo, os burros de ocasião são os da minha preferência, pois eles vestem a carapuça com muita facilidade. Certamente, só “… existem duas coisas que não tem limites, e sempre superam o nosso imaginário: O universo e a imbecilidade humana“. Einstein, segundo a lenda, fazia uma restrição. Uma vez que, do alto de suas visões científicas, previa que “… tinha dúvidas sobre a limitação do Universo, mas da imbecilidade humana tinha certeza …(*).

Eliane Brum, no texto do qual retiramos a frase em destaque, foi cirúrgica, atirou no que viu e acertou no que viu e não viu. Atingimos a burrice máxima, ou não, o que veio desde a publicação dela mostrou que a imbecilidade humana não tem limites?

Burrice Cotidiana

Certamente, o título “Parabéns, atingimos a burrice máxima” dizia mais do que podíamos imaginar, foi profético. De acordo com as ideias ali expostas, as questões controversas de Quintana, Rodrigues e Einstein, corroboram a ideia sobre o limite da estupidez humana.

Brum, conforme a leveza de seu texto, aborda o tema a partir de uma simples questão do ENEM, citando frase de Simone de Beauvoir(1). Com efeito, tal ousadia incomodou a patuleia e suscitou até defacement do verbete da pensadora no Wikipedia.

No seu artigo, existem outras frases muito interessantes, pertinentes e atuais, que deveríamos ler e refletir.

  • O confronto atual não é entre direita e esquerda, mas entre os que pensam e os que não pensam;
  • O vazio de pensamento não é silencioso, mas repleto de clichês, frases prontas e repetições;
  • Se não houver limites para a idiotice, resta isolar-se e estocar alimentos;
  • A burrice, tanto como categoria cognitiva quanto moral, venceu;
  • Se a linguagem nos torna seres políticos, a destruição da linguagem nos tornará o quê?;
  • Precisamos resistir em nome de um diálogo que torne o ódio impotente.

Com o propósito de avançarmos no pensamento e troca de ideias, cada uma destas opiniões/ideias terão todo apoio, ao menos neste minifúndio digital.

Escola sem partido

A motivação do texto original era um cartaz de uma manifestante, mãe de uma criança, portanto um cartaz com a frase “Escola sem partido”. Assim, surpreendentemente, vi até professores apoiando a excrescência do cartaz. Depreendo que, além de não educarem, não ensinam nada, e ainda fazem apologia contra o livre pensar.

Nesse ínterim, observo que ainda existe muito professor “batedor de panela” que apoia, se calam ou se omitem. Por exemplo, o fim do projeto “Ciências em Fronteiras”, a diminuição de bolsas de pós-graduação e outros, ainda longe do “normal”. Mas, de fato, alguns destes “batedores de panelas” vivem de bolsas de instituições de ensino particular. Burrice ou esperteza?

Sem dúvida alguma, mantenho-me firme e alinhado com a opinião de Eliane Brum, mas me recuso a estocar alimentos.

Em outras palavras, a burrice é invencível e não tem limites. E, Como se não bastasse, piorou muito deste a análise de Brum e a estupidez plena ganhou as ruas do país e as redes sociais.

Num modelo de pseudodemocracia que vivemos, onde educação virou um ótimo negócio de pai para filho(2), a burrice é de conveniência. A política clientelista e permissiva está no comando, com ajuda condescendente de influencer e da patuleia que não pensa.

Sem limites

Enfim, gostaria de ver resposta, por parte destes estultos para algumas perguntas:

  • A Terra é redonda ou plana?
  • Você é cristão ou evangélico?
  • O mundo acabou ou não em 2012?
  • Qual a nacionalidade do vírus SARS-CoV-2?

A partir das respostas, é provável que eu tente iluminar estas cabecinhas ocas e determinar que estamos em plena Era da Burrice e desinformação.

Eliane, sinto muito, mas seu texto de 8 anos atrás estava parcialmente certo, a burrice avançou, mas ela não tem limite máximo.

P. S.

Este texto teve uma modificação a partir de um texto de 2017, que por sua vez recebeu atualizações em 2018 e 2019. Desta forma, após tantas revisões no conteúdo, tem a exclusão da publicação original. Se, eventualmente, sobrar algum link quebrado, estamos à postos para corrigir ao recebermos o aviso. Certamente, a contagem de leituras do texto anterior estará mantida e nesta versão comentários não são possíveis.

(*) Não existe nenhuma comprovação que Einstein seja o autor deste pensamento.

(1) “Entre sem bater – Simone de Beauvoir – Homem Inseguro

(2) “Um negócio (ótimo) de  pai para filho

 

Imagem: Entre sem bater – Eliane Brum – A Burrice

Nota do Autor

Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.

  • Os textos de “Entre sem bater” são opinativos/informativos, inquestionavelmente com o objetivo de estimular a reflexão e o debate.
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  • Algumas passagens e citações podem parecer estranhas mas fazem parte ou referem-se a textos ainda inéditos.

Agradeço a todos e compreendo os que acham que escrevo coisas difíceis de entender, é parte do “jogo”.

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