Entre sem bater - Menandro - Homem Justo

Entre sem bater – Menandro – O Homem Justo

Entre sem Bater

Este é um texto da série “Entre sem bater” ( Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. Menandro era um dramaturgo da comédia, entretanto, sabia a definição correta para um “Homem Justo“, sem piadas.

Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente.

As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.

Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.

Menandro

A comédia, entre os antigos, filósofos, pensadores e mentes dominadoras, tinha outro sentido diferente do que hoje chamam de “stand-up comedy“. O que diverte a maioria das pessoas, atualmente, não provoca um milésimo do raciocínio como antigamente. Desse modo, apresentamos uma definição e interpretação de um homem justo, nos tempos estultos das redes sociais.

Menandro (a.C. 342/41 – c. 290 a.C.) foi um dramaturgo grego e o representante mais conhecido da nova comédia ateniense. Menander, como é também conhecido, escreveu 108 comédias e levou oito vezes o prêmio no festival “Lenaia“. Seu registro no “City Dionysia” não deixou uma formalização confiável. Ele foi um dos escritores mais populares da antiguidade, mas seu trabalho foi perdido durante a Idade Média. Agora é conhecido de forma altamente fragmentada, mesmo após pesquisas no século XX. Apenas uma peça, Dyskolos, sobreviveu quase completa.

Wikipedia (Inglês)

O Homem Justo

Seria justo que pensadores como Menandro tivessem mais divulgação de suas obras, até por saberem transcrever a vida para a arte. Como as frases e estudos sobre Menandro são escassos, devemos, sobretudo, aproveitar bem as frases que têm confirmação. Desse modo, é bem interessante a sua abordagem sobre o conceito de homem justo e o que vemos da justiça hoje no Brasil.

Atualmente, temos muitas dificuldades em separar as ideias das coisas, e especialmente das pessoas. Por exemplo, muitas vezes avaliamos as pessoas por aquilo que as redes sociais publicam dela. Até existem personagens que praticam o “… falem mal, mas falem de mim…” com extrema perfeição.

Nossas vidas viraram uma tragicomédia em cores e com vídeos e gracinhas nas redes sociais. E tem personagens (perfis) ficando milionários com estas baboseiras, cujo alvo são pessoas mais ignorantes. Como se não bastasse, é impossível fazer uma crítica que os serviçais (aka seguidores) logo viram haters dos críticos.

O injusto

O homem justo, de acordo com Menandro, tem poder e sabe querer. Em outras palavras, ao contrário daquele que comete injustiças, a justiça não é aquilo que aparenta ser, é a união da ideia com a prática. É a coerência entre o pensar e o fazer, sem buscar os holofotes.

O Brasil é um país com enormes desigualdades, como muitas nações subdesenvolvidas. Desta forma, os nossos conceitos e práticas de justiça e injustiça são enormes e, às vezes, nem nos damos conta. Contudo, não nos darmos conta nem é o pior, nos acostumamos a cometer injustiças pensando que são ações corretas.

É provável que a forma da nossa colonização, e a estrutura de poder desde 1808, privilegie esta cultura da injustiça. Atualmente, algumas palavras como meritocracia estão na moda dos moderninhos. Surpreendentemente, os que mais tiveram acesso à cultura e educação são os que mais abusam da “prerrogativa” de serem injustos.

É criminoso o comportamento de alguns filhotes da ditadura que ficam irritadiços quando perdem suas frágeis máscaras. Com toda a certeza, todo homem justo não teme a crítica ou o debate com fundamentação. Contudo, todo homem injusto, não pode ter nenhuma posição sob ameaça. Imediatamente após ele ter questionamentos, aplica a falácia do ataque à pessoa.

Ad Hominem

Prevalece, sobretudo, nos tempos atuais, a falácia “argumentum ad hominem(1). As pessoas nas redes sociais, de fato, não se dão nem ao trabalho de saber o que significa este termo. Desse modo, nem podemos considerar que são falaciosos, não passam de paralogistas.

Esta postura da maioria das pessoas é, portanto, de grande aceitação e entra para o rol do “senso comum(2) rasteiro e fácil. Como se não bastasse, após o lançamento, não tem volta. Por isso, as fake news se popularizaram tanto e não tem justiça que a faça sumir nas redes sociais e Internet.

Mesmo que sites específicos como e-farsas e boatos.org trabalhem arduamente, a usina que produz mentiras é maior. Da mesma forma, as iniciativas dos grandes portais como seus “é fato ou fake?“, derrapam na baixa qualidade jornalística. Desse modo, o dito popular sofreu uma atualização cruel com as novas tecnologias: “… notícia ruim corre rápido, não pára nunca e só cresce... “.

Enfim, nossa tragédia atual diz respeito à impossibilidade de que o homem justo não deve cometer injustiças, mas combatê-las.

 

(1)  “Wikipedia – Argumentum ad hominem“.

(2) “Senso comum e a manipulação de massas“.

 

Imagem: Entre sem bater – Menandro – O Homem Justo

Nota do Autor

Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.

  • Os textos de “Entre sem bater” são opinativos/informativos, inquestionavelmente com o objetivo de estimular a reflexão e o debate.
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Agradeço a todos e compreendo os que acham que escrevo coisas difíceis de entender, é parte do “jogo”.

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