Dia Nacional da Imunização
Venho declarando que dia disso e daquilo não leva a lugar nenhum. Desse modo, neste 9 de junho temos o Dia Nacional da Imunização. A princípio, a data tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância de se vacinar. Com a pandemia ( Covid-19 ), a data ganhou uma projeção e simbolismo maiores. Contudo, nos últimos anos, surgiram os manifestantes antivacinas, e chegamos ao fundo do poço com o último presidente. O déspota chegou a dizer nas redes sociais que a vacina fazia as pessoas virarem jacaré(1) e muita gente ainda acredita nisso.
Com toda a certeza, as vacinas entram no corpo humano para “ensinarem” o sistema imunológico a combater determinadas doenças. A ideia é incentivar o corpo a preparar anticorpos contra um patógeno e suas variações.
Imunização
Protegendo a Saúde de todos
A vacinação, por outro lado, é uma das maiores conquistas da medicina moderna. Ao longo dos anos, as vacinas têm desempenhado um papel fundamental na erradicação e controle de doenças em todo o mundo. No Brasil, não é diferente, e o país já foi exemplo no combate a diversas enfermidades, graças ao Programa Nacional de Imunizações (PNI). Contudo, a recente ocorrência da pandemia e a disseminação de informações falsas sobre vacinas têm prejudicado o programa. Desse modo, a saúde da população, sejam aqueles que receberam vacina ou não, está em constante risco de epidemias.
As vacinas são substâncias que estimulam o sistema imunológico a produzir uma resposta de defesa contra agentes infecciosos, como vírus e bactérias. Elas têm origem a partir de partes do agente causador da doença, inativado ou enfraquecido, ou mesmo por meio da introdução de proteínas específicas. Dessa forma, as vacinas “treinam” o sistema imunológico para reconhecer e combater o agente invasor, caso a pessoa tenha contaminação posterior.
No Brasil, o PNI é responsável por garantir a disponibilidade e a aplicação de vacinas em todo o país. O programa abrange desde vacinas destinadas aos recém-nascidos e crianças, até imunizações específicas para idosos e grupos de risco. O calendário vacinal do PNI surge a partir de extensas pesquisas científicas e em recomendações de organizações internacionais. A Organização Mundial da Saúde (OMS), por exemplo, avalia o Brasil como eficiente na erradicação de várias doenças. Entretanto, algumas doenças, que tinham sua erradicação com êxito, estão sob ameaça de retorno e casos mais frequentes.
PNI
O PNI é responsável pela coordenação das ações de vacinação no Brasil, garantindo o acesso gratuito a diversas vacinas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Após anos de estudos e programas, desde que o Governo Federal instituiu campanhas de erradicação, temos um quadro de vacinas disponíveis no SUS. É importante ressaltar que o PNI sempre tem atualizações, como no caso da imunização contra COVID-19, Bivalente e Influenza. A inclusão de novas vacinas ou mudanças nas faixas etárias é permanente e necessária, se bem que muitos são os incrédulos.
Aplicabilidade das Vacinas
Recém-nascidos e crianças
- BCG: protege contra a tuberculose;
- Hepatite B: protege contra a hepatite B;
- Pentavalente: protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae tipo b;
- VIP/VOP: protege contra a poliomielite (inativada e oral);
- Pneumocócica: protege contra doenças causadas pela bactéria Streptococcus pneumoniae;
- Rotavírus: protege contra a gastroenterite causada pelo rotavírus;
- Meningocócica C: protege contra a meningite causada pela bactéria Neisseria meningitidis do sorogrupo C;
- Febre Amarela: protege contra a febre amarela (a partir dos 9 meses de idade, em áreas de risco);
- Tríplice Viral: protege contra o sarampo, caxumba e rubéola;
- Hepatite A: protege contra a hepatite A;
- Tetra Viral ou Tríplice Viral + Varicela: protege contra o sarampo, caxumba, rubéola e varicela (catapora);
- DTP: protege contra difteria, tétano e coqueluche (reforço dos 4 aos 6 anos de idade).
Adolescentes
- HPV: protege contra o papilomavírus humano, que pode causar câncer de colo do útero e outros tipos de câncer;
- Meningocócica ACWY: protege contra a meningite causada pelas bactérias Neisseria meningitidis dos sorogrupos A, C, W e Y;
- Hepatite B: protege contra a hepatite B (para quem não foi vacinado na infância);
- Febre Amarela: protege contra a febre amarela (em áreas de risco ou conforme indicação).
Adultos e idosos
- Tríplice Viral: protege contra o sarampo, caxumba e rubéola (para quem não recebeu na infância);
- Dupla Adulto (dT): protege contra difteria e tétano (reforço a cada 10 anos);
- Hepatite B: protege contra a hepatite B (para quem não foi vacinado anteriormente ou não possui imunidade);
- Febre Amarela: protege contra a febre amarela (em áreas de risco ou conforme indicação);
- Pneumocócica: protege contra doenças causadas pela bactéria Streptococcus pneumoniae (para grupos de risco);
- Influenza (gripe): protege contra a gripe (vacinação anual, principalmente para grupos de risco);
- Herpes Zoster: protege contra o vírus Varicela-Zoster, que causa a herpes zoster (indicada para pessoas a partir dos 50 anos de idade).
Desse modo, este quadro é básico e não contempla todas as vacinas e faixas etárias possíveis ou grupos, como gestantes e puérperas. É fundamental verificar as orientações atuais para imunização, e seguir as recomendações dos médicos ou dos profissionais de saúde responsáveis pela vacinação.
Vacina para todos
Portanto, é importante ressaltar que as vacinas não são apenas para crianças ou grupos de risco específicos. Elas são essenciais em todas as fases da vida, desde a infância até a terceira idade. No início da vida, a imunização protege os bebês contra doenças que podem ocasionar sequelas. Portanto, essas doenças podem, inclusive, ter consequências graves e até fatais para os recém-nascidos e crianças pequenas. A vacinação precoce é fundamental para garantir uma proteção eficaz e evitar surtos dessas enfermidades.
Assim sendo, durante e após a infância e adolescência, o calendário vacinal tem acréscimos, e doenças como hepatite B, febre amarela, meningite, HPV recebem proteção. Essas vacinas desempenham um papel importante na redução da incidência dessas doenças e contribuem para a saúde e bem-estar dos jovens.
Na vida adulta, com toda a certeza, as vacinas continuam sendo essenciais e até obrigatórias para aqueles que convivem com muita gente. A imunização contra doenças como influenza, pneumococo e hepatite B são necessárias para manter a saúde em dia e evitar isolamento e internações. Além disso, para aquelas que estão planejando uma gravidez devem ter cuidados maiores e maior atenção à imunização.
Existe uma outra data muito semelhante (o eterno problema de datas “comemorativas”) que no segundo semestre indica o “Dia da Vacinação“. É, sem dúvida, uma segunda oportunidade de se colocar o cartão de vacinação em dia, para todas as faixas etárias.
Embora existam aqueles que não confiam na ciência, os que confiam, têr a obrigação de combater crenças e fake news, para o bem de todos.
Enfim, fica aqui um agradecimento aos(às) profissionais da saúde, que atuam em campanhas de imunização e ao retorno do Zé Gotinha à ativa.
(1) “Antivacina ou escárnio da morte”
Imagem: Reprodução Ministério da Saúde
Nota do Autor
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