Entre sem bater - John F. Kennedy - Mito

Entre sem bater – John F. Kennedy – Um Mito

Entre sem Bater

Este é um texto da série “Entre sem bater” ( Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. Kennedy foi um dos Presidentes estadunidenses que teve tratamento igual a um “Mito” e muitos nem percebem.

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As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.

Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.

John F. Kennedy

Kennedy foi um ótimo presidente, para os estadunidenses. Contudo, foi péssimo para várias nações no mundo, no auge da Guerra Fria. Algumas de suas frases são emblemáticas e servem, como uma luva, para os conterrâneos dele. Entretanto, outras poucas se encaixam em outros povos e nações.

John Fitzgerald Kennedy (29 de maio de 1917 – 22 de novembro de 1963), frequentemente referido por suas iniciais JFK, foi um político americano que serviu como o 35º presidente dos Estados Unidos de 1961 até seu assassinato em 1963. Ele era a pessoa mais jovem a assumir a presidência por eleição e o presidente mais jovem ao final de seu mandato. Kennedy serviu no auge da Guerra Fria, e a maior parte de sua política externa dizia respeito às relações com a União Soviética e Cuba. Democrata, Kennedy representou Massachusetts em ambas as casas do Congresso dos EUA antes de sua presidência.

Fonte: Wikipedia (Inglês)

Um Mito

Em primeiro lugar, repito a tese de que misturar política com outras editorias não resulta em nada de bom para a coletividade. Pode, se tanto, beneficiar pequenos grupos, castas ou famílias. Escrevi sobre a questão das família e heranças políticas(1), e a criação deste ou daquele mito na política.

Surpreendentemente, no Brasil, as pessoas não aprenderam muita coisa com as experiências políticas e folhetins globais. Criam-se mitos e a maioria da população transfere os referenciais pessoais para uma pessoa ou símbolo. Por exemplo, é absurda a transferência de ídolos e mitos em curso pelos evangélicos. Como se não bastasse, a discrepância entre a teoria e discurso com a práxis mostra a falência de nossa sociedade.

Ídolos de barro

É provável que a cultura do brasileiro, pela história que lhes contam, tenha influência perniciosa sobre a mente de todos os cidadãos. Há muito tempo nossa história eleva à condição de mito personagens que são verdadeiros ídolos de barro. Desse modo, um imperador tem reconhecimento como responsável pela Independência do país. Por outro lado, aqueles que lutam pela coletividade sofrem opressão e preconceito por qualquer motivo.

Inquestionavelmente, a criação de mitos pode ter um impacto significativo em uma coletividade ou até mesmo em uma nação inteira. Portanto, quando esses mitos são amplamente aceitos e influenciam a forma como as pessoas pensam e agem, começa a tragédia. Embora possa existir algum aspecto positivo, como fortalecer uma identidade cultural, as consequências negativas podem ser cruéis.

Mitos do atraso

Desta forma, algumas maneiras pelas quais a criação de mitos pode prejudicar uma coletividade ou nação são factuais.

Desinformação e distorção da realidade

Os mitos, muitas vezes, surgem de histórias, crenças ou lendas urbanas que não passam de fake news. Quando esses mitos crescem em popularidade, eles podem levar a uma compreensão errática da realidade e à desinformação. Isso pode prejudicar a tomada de decisões e levar a políticas ou ações prejudiciais à coletividade.

Divisões sociais

Alguns mitos podem promover divisões dentro de uma coletividade ou nação, especialmente quando se baseiam em preconceitos ou estereótipos. Esses mitos podem alimentar o ódio, o medo e a discriminação, levando a tensões sociais, marginalização de grupos e conflitos interpessoais.

Resistência à mudança

Mitos arraigados podem criar resistência à mudança e ao progresso. Quando as pessoas acreditam em mitos que afirmam que certos sistemas, ideias ou grupos são superiores cria-se a discórdia. Os seguidores de um mito podem se opor a qualquer coisa que desafie essas crenças, mesmo que seja em benefício da coletividade. Isso, com toda a certeza, impede o avanço social, cultural, econômico e político.

Manipulação política

Mitos podem são como ferramentas de manipulação política para promover agendas específicas. Líderes ou grupos podem explorar mitos existentes ou criar novos mitos para obter apoio popular, justificar ações controversas ou consolidar seu poder. Isso pode levar a uma polarização política, desconfiança nas instituições democráticas e à supressão de vozes dissidentes.

Estagnação cultural

Quando os mitos são absolutos e inquestionáveis, pode haver uma resistência à evolução cultural. Os mitos podem restringir a criatividade, inovação e experimentação, mantendo as pessoas presas a tradições ultrapassadas e impedindo o surgimento de novas ideias e perspectivas.

Mitos e Mentiras

Desse modo, a frase completa de JFK encaixa-se nos itens acima descritos.

O grande inimigo da verdade muitas vezes não é a mentira – deliberada, artificial e desonesta – mas o mito – persistente, persuasivo e irreal. Muitas vezes nos apegamos aos clichês de nossos antepassados. Submetemos todos os fatos a um conjunto pré-fabricado de interpretações. Desfrutamos do conforto da opinião sem o desconforto do pensamento.

John F. Kennedy

Desde que surgiram e ampliaram-se as redes sociais, a ideia de criação de mitos de forma rápida nas mídias digitais é real.

Enfim, não é necessário ser nenhum expert ou filósofo para perceber que no Brasil vivenciamos os cinco efeitos que sustentam um mito. A mentira deliberada, artificial e desonesta aliou-se ao mito persuasivo e irreal, que dominou a todos. O atraso que o país experimentou poderia ser um buraco fundo e sem volta, e ainda alguns clamam pela Era das Trevas.

É importante ter um pensamento crítico e examinar de forma cuidadosa as narrativas e mitos que circulam em uma sociedade. Em suma, questionar e analisar a base factual desses mitos pode ajudar a evitar os danos potenciais que eles podem causar.

Em síntese, a frase de J. F. Kennedy caberia, perfeitamente, com todas as suas palavras e simbolismo, no Brasil e para os brasileiros. A manipulação mental(2) que vivenciamos no Brasil atingiu níveis equivalentes de regimes tirânicos e fascistas.

 

(1) “Um negócio (ótimo) de pai para filho

(2) “Entre sem bater – Aldous Huxley – Manipulação Mental

 

Imagem: Entre sem bater – John F. Kennedy – Um Mito

Nota do Autor

Reitero, dentre outras, o pedido feito em muitos textos deste blog e presente na página de “Advertências“.

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Agradeço a todos e compreendo os que acham que escrevo coisas difíceis de entender, é parte do “jogo”.

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