Entre sem bater – Tony Judt – A Desigualdade

Entre sem Bater

Este é um texto da série “Entre sem bater” ( ← Uma leitura, acima de tudo, “obrigatória” ). A cada texto, uma frase, citação ou similar, que nos levem a refletir. É provável que muitas destas frases sejam do conhecimento dos leitores, mas deixaremos que cada um se aproprie delas. Entretanto, algumas frases e seus autores podem surpreender a maioria dos leitores. É provável que Tony Judt seja uma das provas que a pessoa estudando com bons professores, entenda sobre a “Desigualdade” nas sociedades.

Cada publicação terá reprodução, resumidamente, nas redes sociais Pinterest, Facebook, Twitter, Tumblr e, eventualmente, em outras isoladamente.

As frases com publicação aqui têm as mais diversas origens. Com toda a certeza, algumas delas estarão com autoria errada e sem autor com definição. Assim sendo, contamos com a colaboração de todos de boa vontade, para indicar as correções.

Na maioria dos casos, são frases provocativas e que, surpreendentemente, nos dizem muito em nosso cotidiano. Quando for uma palavra somente, traremos sua definição. Por isso, em caso de termos ou expressões peculiares, oferecemos uma versão particular. Os comentários em todas as redes sociais podem ter suas respostas em cada rede e/ou com reprodução neste Blog.

Tony Judt

O britânico, a princípio, não tinha muitos motivos para se preocupar com a desigualdade e outras condições socioeconômicas dos povos e nações. Seu trabalho “Ill Fares Land” (algo como “A Terra vai mal”) apresenta muito das mazelas de nossa sociedade moderna e feroz.

Tony Robert Judt FBA ( 2 de janeiro de 1948 – 6 de agosto de 2010 ) foi um historiador, ensaísta e professor universitário britânico-americano. Especializado em história europeia, Judt atuou como professor na Erich Maria Remarque(USA) em Estudos Europeus na Universidade de Nova York. Foi diretor do Instituto Erich Maria Remarque da NYU. Era um colaborador frequente da The New York Review of Books. Em 1996, Judt foi eleito membro da Academia Americana de Artes e Ciências e, em 2007, membro correspondente da Academia Britânica.

Fonte: Wikipedia (Inglês)

Desigualdade

Em vários trechos de “Ill fares the land“⁽¹⁾ Tony Judt ressalta como as diversas desigualdades aprofundam os problemas das sociedades e entre as nações. Desse modo, alguns trechos inteiros do livro fundamentam, inquestionavelmente, que o avanço dos problemas nasce daí. Com toda a certeza, outros fatores estão colocando a nossa civilização sob risco. Por exemplo, quando escrevemos sobre “consciência”⁽²⁾ ou sobre “enormes desigualdades” estamos falando a mesma coisa que Judt. Portanto, quando vemos várias pessoas com a mesma linguagem e ideias, devemos parar e pensar sobre o que pensamos e fazemos.

Quando personagens da história insistem em diminuir as desigualdades, como o Papa Francisco⁽³⁾, e encontra eco em outros líderes globais, é grave.

Como vivemos

A Terra está doente, nossa sociedade apodreceu e tudo fica “normal” nas redes sociais. É provável que no capítulo 1 do livro de Judt, a previsão do que acontece hoje encontre uma explicação.

… “O impacto das diferenças materiais demora a aparecer: mas no devido tempo a competição por status e bens aumenta; as pessoas sentem um crescente senso de superioridade (ou inferioridade) com base em suas posses; o preconceito contra os que estão nos escalões mais baixos da escala social endurece; os picos de criminalidade e as patologias da desvantagem social tornam-se cada vez mais marcantes. O legado da criação desordenada de riqueza é realmente amargo.“…

Ill Fares the Land (2010), Ch. 1: A maneira como vivemos agora

A criação de riqueza para poucos e a ilusão para muitos, no mundo das redes sociais reflete-se em nossa sociedade. Desse modo, no Brasil, vemos DJ´s, MC´s, influencers e outras subcelebridades matando, roubando e fazendo de tudo para ser mais do que os outros. E, surpreendentemente, ganham mais seguidores e seguem impávidos.

O futuro

Noutro capítulo, Judt sugere o que a sociedade, como um todo, deve fazer para modificar esta corrosão moral e ética. Contudo, Judt não está entre nós para revisar suas ideias. É provável que estejamos dando um passo rumo ao abismo, sem possibilidade de retorno. Contudo, nunca é demais repassar a ideia de Judt, mesmo que parcialmente.

… “De todos os fins concorrentes e apenas parcialmente conciliáveis ​​que podemos buscar, a redução da desigualdade deve vir em primeiro lugar. Sob condições de desigualdade endêmica, todos os outros objetivos desejáveis ​​tornam-se difíceis de alcançar. Seja em Nova Deli ou Detroit, os pobres e os permanentemente desprivilegiados não podem esperar justiça…  a desigualdade não é apenas um problema técnico. Ela ilustra e exacerba a perda de coesão social – a sensação de viver em uma série de condomínios fechados cujo principal objetivo é impedir a entrada de outras pessoas (menos afortunadas do que nós) e confinar nossas vantagens a nós mesmos e a nossas famílias: a patologia da época. e a maior ameaça à saúde de qualquer democracia.“…

Ill Fares the Land (2010), Ch. 5: O que deve ser feito?

Definitivamente, nossa sociedade e os desvalidos têm redução no tempo e potencial de suas vidas. Falta-lhes água, educação, alimentos, cultura e muito mais. Somos uma sociedade hipócrita que aparenta civilidade.

Em suma, qualquer crítica progressista e revolucionária deve, como o presidente Lula fez no seu discurso em Paris, ser firme. Olhando nos olhos do presidente da França (Macron) e tendo como ouvintes dirigentes de outras nações foi direto. Sem debater as desigualdades do planeta, da saúde, educação, alimentação e econômica, não vamos a lugar nenhum.

Em suma, não existe democracia e liberdade numa sociedade desigual e colocar o dedo nas feridas é necessário.

 

⁽¹⁾ “Ill fares the land – GoodReads”

⁽²⁾ “Entre sem bater – Albert Schweitzer – Consciência”

⁽³⁾ “Entre sem bater – Papa Francisco – Enormes Desigualdades”

 

Imagem: Entre sem bater – Tony Judt – Desigualdade

Nota do Autor